Outro motivo pelo qual fica de certa forma difícil a um olho não treinado entender o importante papel da mobilidade, é o fato de ela ter muito mais um caráter de “permissão” do que de execução no desempenho na corrida.
E para explicar melhor isso talvez valha cair na sempre conveniente distinção entre ela e a flexibilidade. Tem que ficar claro a diferença!
Mobilidade tem relação com amplitude articular (tornozelo e quadril, por exemplo) enquanto flexibilidade com a capacidade de um músculo (cadeia posterior da coxa, por exemplo) em se alongar.
Alguém pode dizer: “mas o músculo se alongar pode ser bom por permitir o movimento, sendo assim, boa flexibilidade é (mais) importante”.
“A teoria na prática é outra”. Temos que muitos dos grandes atletas não possuem boa flexibilidade. E qual a vantagem disso? Com o músculo não se alongando, é como se ele funcionasse como um elástico. A metáfora cabe perfeitamente aqui porque um músculo pouco flexível ao ser alongado armazena energia elástica armazenando e gerando mais energia que vire trabalho (movimento).
O que você NÃO verá é grande atletas com baixa mobilidade. Isso porque, como dito no início, uma boa amplitude articular (mobilidade) faz com que o corpo possa expressa força por um ângulo maior. Ou seja, a força, que é uma capacidade motriz no esporte, um papel de ação (não de permissão) pode se expressar por mais tempo por causa do maior ângulo.
Mobilidade é bom, flexibilidade não necessariamente. É crucial entender isso.