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Qual o papel da Mobilidade?

Outro motivo pelo qual fica de certa forma difícil a um olho não treinado entender o importante papel da mobilidade, é o fato de ela ter muito mais um caráter de “permissão” do que de execução no desempenho na corrida.

E para explicar melhor isso talvez valha cair na sempre conveniente distinção entre ela e a flexibilidade. Tem que ficar claro a diferença!

Mobilidade tem relação com amplitude articular (tornozelo e quadril, por exemplo) enquanto flexibilidade com a capacidade de um músculo (cadeia posterior da coxa, por exemplo) em se alongar.

Alguém pode dizer: “mas o músculo se alongar pode ser bom por permitir o movimento, sendo assim, boa flexibilidade é (mais) importante”.

“A teoria na prática é outra”. Temos que muitos dos grandes atletas não possuem boa flexibilidade. E qual a vantagem disso? Com o músculo não se alongando, é como se ele funcionasse como um elástico. A metáfora cabe perfeitamente aqui porque um músculo pouco flexível ao ser alongado armazena energia elástica armazenando e gerando mais energia que vire trabalho (movimento).

O que você NÃO verá é grande atletas com baixa mobilidade. Isso porque, como dito no início, uma boa amplitude articular (mobilidade) faz com que o corpo possa expressa força por um ângulo maior. Ou seja, a força, que é uma capacidade motriz no esporte, um papel de ação (não de permissão) pode se expressar por mais tempo por causa do maior ângulo.

Mobilidade é bom, flexibilidade não necessariamente. É crucial entender isso.

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Como a Mobilidade influencia na Corrida?

É natural que os corredores sempre perguntem: “como a Mobilidade pode me ajudar na corrida??”

Por décadas (não anos, DÉCADAS) nos disseram que alongar era importante. O bom senso dizia isso. O professor na aula na Faculdade de Educação Física dizia isso. Os veículos de saúde e mesmo os especializados diziam isso. Afinal… parece tão lógico, não?!

E se tivermos todos entendido de forma errada?

Veja bem, eu não estou tentando reinventar a roda! Os atletas de elite já trabalham, historicamente SEMPRE trabalharam demais a mobilidade. Tenha em mente que algo não precisa ter nome para ele existir.

O que estou querendo dizer? Que aquilo que nós chamamos de céu, por exemplo, sempre esteve acima das nossas cabeças. Os pássaros, mesmo sem dominarem o português ou a língua falada, voam no céu. Um gringo sente “saudades” mesmo que a palavra não exista no seu idioma de origem.

Quando você observa o treinamento dos melhores corredores do mundo eles estão treinando a Mobilidade ainda que a chamem comumente de flexibilidade (“flexibility“). Quem acompanha esses atletas sabe não haver atleta de alto nível de baixa mobilidade.

Mas sabe o que há aos montes? Elite com baixa flexibilidade (muscular).

O motivo? Ela não tem relação direta com desempenho na corrida. Mas a Mobilidade (articular) TEM! É melhorando esta capacidade, de fazer a articulação trabalhar ao longo de toda sua amplitude, gerando força (ou seja, movimento) a todo o ângulo de execução que ganhamos eficiência motora no gesto esportivo.

Ter liberdade de movimento articular (que é papel da MOBILIDADE) é ESSENCIAL ao desempenho e a uma corrida segura, ou seja, com menos lesões. Duvida? Olhe a elite fazendo mobilidade e olhe a mesma elite alongando.

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Em Defesa do Jejum… LANÇOU!

E se tudo o que você acha que sabe sobre jejum for um grande equívoco? E se te mostrassem, baseado em evidências sólidas e rigoroso controle, que esta prática milenar tem benefícios nunca trazidos ao público de forma clara, didática e objetiva?

O jejum tem sido praticado por nossa espécie desde os primórdios. Seja por falta de opção, seja por uma busca voluntária por seus benefícios. Porém, ele é alvo constante de críticas de boa parte dos profissionais da saúde. O leitor verá que os assuntos abordados no livro não vêm de opinião ou “achismo”. Não há uma tentativa de se reinventar sua prática. O livro é apenas uma visita a uma das práticas mais antigas e naturais da espécie.

Visita esta que tentar rever nossa relação atual com a abundância de alimentos que parece ser uma das causas motores dos males de saúde, entre eles, a obesidade.

Será que combater o jejum, como fazem as diretrizes, é mesmo a melhor opção? Não estaríamos fazendo algo de muito errado ao abandonar um hábito que durante nossa existência mostrou ser promotora de saúde? Leia e descubra! Você vai se surpreender!

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O que herdeiro nigeriano nos ensina sobre dicas de blogueira e mailing de trouxas

Qualquer um que tem e-mail já recebeu e-mail de um príncipe nigeriano perseguido buscando ajuda pra sacar uma herança de milionária. Ele escreve a um desconhecido (eu! você! nós!!) e promete dividir tudo.

Se repararem o e-mail é tosco. Burrice do golpista? NÃO! É proposital. A lógica é genial! Ele dispara o e-mail milhões de vezes e por ser tosco serve como um filtro! Apenas os muito ingênuos seguem lendo APESAR dos erros! Ou seja, os erros PROPOSITAIS fazem com que ele atinja o público-alvo dele! Ingênuos (trouxas?).

Um tempo atrás o The Guardian desbaratou uma empresa que vendia um mailing de trouxas. Funciona assim: você comprava uma base de e-mails com milhares de trouxas cadastrados. Estou falando sério! Mas isso não é novidade!

O MARKETING DE FABRICANTES DE TÊNIS

Quando você não paga pelo produto, VOCÊ é o produto”.

Tenho certo orgulho de estar sempre 98% por fora do que acontece no mercado de corrida (mas não de treinamento). Isso porque de certa forma quer dizer que eu NÃO estou no mailing de trouxas.

Funciona assim. Você cria um produto. Inventa uma mentira qualquer sobre ele. Que ele foi feito em laboratório pra quem tem a cadência X, a amplitude Y, o ritmo/pace Z. Obviamente que é tão mentira quanto o príncipe querer te dar dinheiro.

Pra quem você consegue vender? Pra ingênuos (trouxas?). E onde encontro trouxas? Nos mailings que – ACREDITE! – já existem. Qualquer marca sabe que existem! Onde??

As marcas sabem que alguns influenciadores adubam uma horta de ingênuos (trouxas?). Pra esses você consegue empurrar qualquer coisa usando uns gatilhos (“tecnologia”, “feito pra você”, “responsivo”…)!

Você pode até não saber, mas quando você segue algumas pessoas, VOCÊ é o produto (trouxa?). Você pode até não ser trouxa (falo MUITO sério!!), mas ainda que não goste é assim que a marca esportiva te vê. Você talvez só não saiba!

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5 erros que você provavelmente comete treinando força

Todo corredor já ouviu dizer que “é importante fortalecer pra não se machucar”. Será verdade? Não, não é. Basta encontrar um corredor que não fortalece pra derrubar isso. Na África os melhores do mundo não contam com academias, personal ou barras olímpicas. Como conseguem?

1. VOCÊ PODE SE FORTALECER FORA DE APARELHOS;

Não é verdade que a corrida “exija” musculação! O ser humano sempre correu, mas academias são ambientes contemporâneos, modernos. O movimento olímpico surgiu muito antes da primeira academia tradicional. E de lá pra cá a incidência de lesões não diminuiu. Sinal que corredores se fortalecem também fora da academia tradicional.

2. FORTALECER É MAIS SOBRE COMBATER FRAGILIDADES DO QUE MELHORAR FORTALEZAS;

Um corredor muito mais forte não é mais rápido. Já um corredor fraco é mais lento e se machuca mais!

Isso quer dizer que existem níveis ótimos e mínimos pra sua corrida ser segura! Muito acima disso os benefícios são limitados. O problema é que a modernidade torna o amador médio fragilizado! Então um fortalecimento mais do que atingir níveis elevados é pra compensar níveis mínimos! Aguentar levantar 1 tonelada não vai te fazer correr mais, mas aguentar apenas seu peso vai te fazer correr mal e se machucar.

3. FORÇA É LOCAL

Acho que é bem claro que treinar supino não te fará correr melhor. Assim como fazer agachamento não te ajudará a fazer barras. Porém, muitos amadores mesmo sabendo que ela é específica esquece outro mandamento…

4. FORÇA É GESTUALMENTE ESPECÍFICA

Um dos exercícios mais populares entre os corredores é em um aparelho que pouco ou mesmo nada traz de benefícios: a mesa extensora. O fato de trabalhar a perna pouco ajuda porque aquilo não tem nada de corrida! E assim chegamos a mais um mandamento, o último de hoje!

5. O TREINO SER TRANSFERÍVEL

O gesto precisa se parecer com o esporte. Ficar sentado fazendo força com o quadril suspenso não se transfere à corrida. É um mandamento mais fácil falado do que executado, mas tenha em mente que apenas ter pernas grandes não necessariamente se transfere à sua corrida! Busque exercícios que sabidamente gerem força gestual durante a corrida.

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Os erros que você comete e que te fazem correr com mais dores

Correr não é só um esporte que exige dedicação, esforço e paciência, ele é também um esporte de certa forma agressivo com nosso aparelho locomotor, uma vez que para progredirmos correr estressa esse aparelho e durante a recuperação saímos do processo fortalecidos, melhorados, evoluídos.

Na ânsia que muitos temos por resultados, acabamos tentando apressar os processos e isso acaba gerando problemas.

Então:

1. Tiros em excesso. Correr treinos intensos (os chamados treinos intervalados ou de tiros) mais vezes do que deveríamos nos faz correr com mais dores por termos pouco tempo adequado de recuperação;

2. Correr excessivamente rápido. Outro erro comum é corrermos mais rápido do que deveríamos. Seja em tiros, seja na rodagem, seja no treino leve… correr mais rápido não só NÃO é necessariamente melhor, como nos faz correr mais cansados, com mais dores;

3. Não respeitar o leve. Há o momento de correr forte e há o momento de correr lento e leve. Correr os treinos leves mais rápido achando que isso é melhor, não dá condições que o corpo se recupere de forma adequada, faz que tenhamos por mais tempo dores e incômodos residuais, fruto dos treinos mais duros;

4. Correr machucado. Um corpo lesionado precisa se recuperar, não precisa de mais carga. O corredor precisa diferenciar o que é um desconforto de solicitação de um desconforto fruto de lesão. Quando há dor por lesão NÃO deveríamos treinar. Simples assim;

5. Exagerar no volume. Quando corremos mais quilômetros do que deveríamos ou assimilamos isso atrapalha a recuperação e as dores aparecem;

6. Dormir pouco e/ou mal. NADA é melhor do que o sono como ferramenta para recuperação. Sacrificar o sono é sacrificar a qualidade do treino;

7. Comer mal. Nosso corpo precisa de um bom combustível. Quem come alimentos processados e industrializados em excesso piora o combustível. E uma máquina mal alimentada energeticamente é pior, mais inflamada e com mais dores;

Essas dicas não custam nenhum dinheiro, custam apenas uma corrida mais inteligente e segura.

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Qual a forma correta de se evitar lesões?

Uma frase famosa diz que há duas certezas na vida: a morte e os impostos.

Outra certeza a um corredor regular é: cedo ou tarde você vai se machucar como fruto da corrida.

Então é natural que o assunto ganhe destaque quando vamos falar de treinamento.

Qual treinamento ou qual intervenção é capaz de prevenir ou evitar lesões?

Há muito boato, muita promessa e muito equívoco no assunto.

Tênis, perder peso, musculação, alongamento, “recovery”… NADA disso encontra suporte em evidências minimamente razoáveis. Nada.

Para entender a questão da lesão temos que entender talvez suas razões.

A corrida é um ambiente de certa forma bem controlado, diferente do futebol, por exemplo, onde você tem os choques e um adversário como obstáculo físico tentando impedir sua progressão.

Então vamos deixar de lado as quedas e tropeços correndo.

Lesão assim podemos assumir como sendo uma incapacidade do indivíduo em assimilar uma carga de treino (aguda ou crônica, o que dificulta nosso trabalho) sem prejuízo à funcionalidade de sua própria estrutura orgânica (músculos, ossos e tendões, principalmente).

Dito e compreendido isso, para evitarmos as lesões temos que “ajudar” o corpo. Como?

Termos cargas de treino condizentes, que progridam de forma coerente e razoável.

Além disso, acho que fica claro entender que um corpo fortalecido para o gesto do esporte, no caso a corrida, permite que cargas excessivas sejam mais improváveis de serem executadas.

Tudo de certa forma simples, mas não fácil.

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Como um direcionamento correto do treino pode aumentar seus resultados na corrida?

Eu costumo dizer que a corrida é o esporte mais simples que existe. Mas não é fácil! Exige disciplina, dedicação, paciência, muito esforço…

Mas para melhorarmos e progredirmos nela, o desejo de muitos que se inscrevem e participam de provas, talvez seja necessário ainda um pouco mais. Correr não exige muitas explicações, mas um processo de treinamento exige um pouco mais do que apenas “sair correndo”.

Por exemplo, quem busca melhorar talvez deva respeitar um princípio, o da variação. Einstein dizia para não esperarmos resultados diferentes fazendo a mesma coisa. Aplicada à corrida, podemos dizer: não faça sempre o mesmo treino.

Existem outros. Por exemplo. As cargas devem ser não só variadas, mas de certa forma proporcionais e crescentes.

Outra coisa que pode parecer óbvia a alguns, mas não a todos: corredores correm, enxadristas jogam xadrez. Esse é o princípio da especificidade. Para correr maratonas se corre mais e de certa forma mais lento. Para correr provas mais curtas, seja 100m ou 5km, corre-se menos e mais rápido.

Então mesmo a corrida sendo o esporte mais simples que existe, não é só sair correndo. Mais do que dedicar-se a ela, aqueles que buscam progresso precisam variar seus treinos, ter treinos adequados em quantidade, progressão e que façam sentido àquilo que mais desejam.

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