Leituras de 5a Feira

Ontem ao fazer meu exame demissional da ASICS (sim, saí de lá e isso talvez mude um pouco a cara do blog; falarei disso num momento oportuno futuro) me deparei com a estupidez que é o exame médico. Um basset hound bem adestrado poderia fazer algo melhor do que o feito pelo médico que me atendeu. O cara parecia ser um coitado, mas é um baita cabide de emprego. Daí me deparo com essa notícia da possibilidade de exames médicos obrigatórios em eventos esportivos espanhóis. É uma burrice. Tempos atrás um médico cardiologista veio me dizer que reduziram em X% as mortes de futebolistas jovens na Itália com esse cuidado. Incompetentes. Se proibissem o futebol, a redução seria de 100%. O que eu quero dizer? Todo entrave é pernicioso. Eu posso ir ao ibirapuera correr 30km por dia, posso fumar 30 maços por dia, tudo sem exame. Mas se busco um evento organizado, não me deixam. Controlam as fatalidades que podem ver, ignoram as escondidas. Já diz um querido ex-colega de escritório na ASICS: isso que você está fazendo aí é burrice.

Carlin Isles é um astro do Rugby 7 por causa de sua velocidade assustadora. Fizeram um comparativo com alguns dos maiores astros do esporte. Sua comparação com Usain Bolt é bisonha de mal feita, mas o atleta não deixa de ser menos especial por isso. Veja aqui o vídeo! *dica do PC que comanda a sucursal do Recorrido em Assunção (Paraguai).

A arte do Skyrunning. O nome do vídeo é pomposo e pretensioso, mas o cenário de fundo é espetacular!

O sempre interessante Philip Hersh discorre cuidadosamente sobre os porquês o recorde feminino da maratona segue intocável por tantos anos enquanto o masculino cai como o Neymar.

Na BBC a discussão sobre as vantagens duradouras do doping que penalizaria quem anda na linha. Nesse caso a ciência não resolve quando a lógica da  Justiça não é tão simples quanto fazer justiça.

Outra longa discussão que é interessante quando bem conduzida, na Runner’s World: provas exclusiva para mulheres ainda têm algum propósito? Fazia muito sentido quando haviam poucas correndo, mas… e agora? Antes de tudo, não podemos esquecer que se não há mais uma função “social”, virou um filão comercial e isso não é nenhum problema!

Enquanto não surge um vídeo em super câmera lenta e/ou alta definição, fique com este vídeo de baixa resolução com a técnica de corrida de Dennis Kimetto, o novo recordista mundial da Maratona, em câmera lenta!

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7 pensamentos sobre “Leituras de 5a Feira

  1. Lucas Perrone disse:

    Bom dia Balu, tudo bem?? Sobre a necessidade de avaliação médica antes de prova somente um estudo clínico randomizado poderia tirar essa duvida se é benefico ou não. Porém como o número de mortes ou eventos clínicos ocorridos nas corridas esse estudo fica difícil e muito longo. Então vamos ficar nessa defensiva por parte das organizacoes de prova e academia. Agora sobre os exames admissionais e demissionais, também são na maioria das vezes uma defensiva das empresas para evitar processos. Então esses exames são bem simples mesmo. Infelizmente hoje se faz muita coisa na defensiva, e não para melhorar a saúde do paciente.

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    • Danilo Balu disse:

      Lucas, eu tenho certeza ABSOLUTA que um exame médico antes de uma prova vai reduzir o número de óbitos e/ou acidentes sem mortes. O problema é que sua obrigatoriedade é um entrave, um desestímulo à prática da atividade física, o que TAMBÉM vai gerar morte “prematura”. Só que esta morte prematura é silenciosa, não entra na estatística. Esse é o pto. Abrax!

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      • Perfeito, Danilo.
        E nosso cérebro não está preparado para lidar com estas mortes silenciosas.
        Certa vez um médico me disse (pelo Twitter, um cara que parece legal) que o problema é que quando não tem exame médico em academias, por exemplo, e a pessoa tem um pepino na academia, quem vai ter que ir lá salvar: o médico.
        Então (como esposo de médica, portanto não conseguindo ser imparcial) parte do problema em parte está no excesso de responsabilidade que se coloca sobre os médicos. Quem tem que cuidar da própria saúde é a pessoa. Médico está lá para ajudar, não “salvar”.
        Se a pessoa não faz exame, vai pra academia e tem um piripaque, problema dela. Se o médico conseguir chegar lá e salvar, ok. Se não conseguir, paciência. Nada de processar médico por conta disso.

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      • Lucas Perrone disse:

        No Brasil tudo o que se torna obrigatório tem um lado obscuro, alguma coisa com interesse ou, no meu ponto de vista para casos assim, medo de processos jurídicos. Mas como disse um leitor do blog no seu comentário, o exame médico feito com o exame correto não é garantia de nada. Abraçao

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  2. Já tem muita mulher participando de provas, mas acho que tem mais ainda correndo.
    E sempre tem mulher nova começando a correr.
    Estas podem preferir começar numa prova só para mulheres.
    Aqui em Raleigh tem um grupo de corrida que fez um treinamento só para mulheres iniciantes na corrida. E o objetivo final do treinamento (que durou algumas semanas) era participar de uma prova só para mulheres. Acho que teve umas 20 mulheres neste grupo.

    Por que a elite corre com GPS? A qualidade do vídeo estava ruim mas parecia um GPS no braço do Kimetto. Não seria melhor (para se bater o recorde) ter um placar grande na frente indicando o pace atual, o tempo do corredor? Quer dizer, isto depende de quantos atletas com chances reais de ganhar vão para cada corrida.
    Acabei de ler o livro 1:59 do Maffetone e fiquei convencido de que, se tudo que ele sugeriu for feito, 1:59 na Maratona é possível sim. Mas tem que ler o livro para entender que é tanta coisa que é pouco provável que a metade seja feita. Uma ideia muito bo ano final é ter uma maratona somente com este obejtivo (sub-2h) num percurso plano de 1 milha (em 26 voltas, portanto, com mais 0.2 milha), numa cidade fria.

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  3. Bom dia Danilo

    Acredito que o objetivo é um só: tentar eximir a organizadora da responsabilidade civil de possíveis problemas de saúde que o corredor possa ter durante a prova.

    Ou seja, mais uma industria foi criada: a do exame médico sem sentido (imagino o teste aplicado a um corredor que irá participar do Indomit de 100k) e a do processo por “neglicencia” ou algo assim.

    Eu já deixei de participar de corrida por falta do exame. Não que eu não faça, faço teste de esforço todos os anos além dos outros exames solicitados pelo meu médico. Mas pq ele precisava ter “validade” e ser específico para a prova: “Declaro que o Sr… está em condições de disputar a corrida XXX”.

    Outra coisa, uma vez eu vi uma entrevista de um médico renomado que disse o seguinte, com o qual concordo: “Sim, o indivíduo, no dia que fez o exame, estava nas boas condições, mas e depois do exame ? E se ele foi a um churrasco na noite anterior a prova ? E se ele usou droga ? E se ele virou a noite na balada ?”

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  4. Antonio Bentes disse:

    Quanto aos exames médicos, a organização da prova quer ter menos imprevistos sob a sua responsabilidade, simples. Apesar de um atestado não ser garantia que tudo ocorrerá bem, (lembrando que o mesmo não tem prazo de validade, apenas define que no momento do exame o paciente está apto para algumas atividades, sob alguns aspectos) serve como triagem para alguns problemas que os corredores possam ter e se prevenir, mesmo quando estão correndo por si, longe das provas. Sou leitor do blog, mas uma coisa me incomoda, essa mania de chamar tudo de “burrice” me passa uma imagem de alguém que só olha as coisas por um lado e sente que seu ponto de vista é irrefutável (posso estar enganado), sugiro que dê uma maneirada.

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