Leituras de 5a Feira

Algo está errado quando o doping não sai dos noticiários de uma modalidade. Tem sido assim com o atletismo. Esse esporte como competição profissional, para mim, praticamente morreu. Virou algo entre uma F-1 e o Ciclismo ou o Fisiculturismo… Acredito mais na veracidade das ficções de Hollywood do que em russos, quenianos e jamaicanos correndo… Aqui matéria do ótimo jornal crítico The Guardian sobre a sombra do cinismo de Ben Jonhson ainda pairando nesse esporte. *essa ressaca só aumenta agora que saiu um levantamento que o antidoping pega menos de 1% dos atletas DOPADOS…. não confundir com 1% dos atletas… é 1% dos dopados!

Off-topic: na semana que rolou o Mundial de Beer Mile, bela matéria no The New York Times que relaciona cerveja com esporte. O último parágrafo cobre mais sobre algo do que em 5 anos de faculdade de Nutrição e que ainda vou escrever: o efeito compensatório. Você corre e acha que merece ou pode beber mais. Você corre e acha que pode/merece/deve comer mais.

Um texto bem didático do Alex Hutchinson sobre adaptação à temperatura com informação que você quase nunca lerá em outros lugares. Duas informações importantes: não fique correndo muito no calor por meses porque você vai correr com altas temperaturas. Poucas semanas bastam. E também sempre duvide quando treinador falar que a temperatura corporal sobe muito durante o esporte. Se subisse, morreríamos. É por isso também que hidratação em provas até 42km é sobrevalorizada… há poucos estudos feitos porque é provavelmente bem desagradável fazer atividade medindo temperatura corporal com termômetro retal, a única maneira precisa de sabermos a temperatura.

E para encerrar o dia, o texto emocionante, de arrepiar, do anúncio de despedida de Kobe Bryant que se aposenta ao final dessa temporada:

Dear Basketball,

 

From the moment

I started rolling my dad’s tube socks

And shooting imaginary

Game-winning shots

In the Great Western Forum

I knew one thing was real:

 

I fell in love with you.

 

A love so deep I gave you my all —

From my mind & body

To my spirit & soul.

 

As a six-year-old boy

Deeply in love with you

I never saw the end of the tunnel.

I only saw myself

Running out of one.

 

And so I ran.

I ran up and down every court

After every loose ball for you.

You asked for my hustle

I gave you my heart

Because it came with so much more.

 

I played through the sweat and hurt

Not because challenge called me

But because YOU called me.

I did everything for YOU

Because that’s what you do

When someone makes you feel as

Alive as you’ve made me feel.

 

You gave a six-year-old boy his Laker dream

And I’ll always love you for it.

But I can’t love you obsessively for much longer.

This season is all I have left to give.

My heart can take the pounding

My mind can handle the grind

But my body knows it’s time to say goodbye.

 

And that’s OK.

I’m ready to let you go.

I want you to know now

So we both can savor every moment we have left together.

The good and the bad.

We have given each other

All that we have.

 

And we both know, no matter what I do next

I’ll always be that kid

With the rolled up socks

Garbage can in the corner

:05 seconds on the clock

Ball in my hands.

5 … 4 … 3 … 2 … 1

 

Love you always,

Kobe

16 pensamentos sobre “Leituras de 5a Feira

  1. Gilmario disse:

    Balu, se o número dessa ‘pesquisa’ está correto então tem por aí 4257 quenianos dopados sem ser pegos ainda. Com a palavra os bajuladores das performances extra-planetárias desses seres diferenciados.(desculpe as aspas mas só acreditaria nesse número se o autor da ‘pesquisa’ tivesse acesso ao nome de 100% dos dotados ou trabalhasse como controlador de estoque no “Centro Distribuidor”.)

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    • Danilo Balu disse:

      Só pra não haver confusão… Uma pesquisa garantia anonimato aos atletas questionados no Mundial de Atletismo quem era dopado. Com esse resultado e com o número de pegos vc chega à eficiência.

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  2. Julio Cesar Kujavski disse:

    Você não confia nos resultados de atletas russos, jamaicanos e quenianos mas confia nos resultados dos norte-americanos e Mo Far…….Ôps, ingleses ?

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    • Danilo Balu disse:

      Não acredito em quase ninguém… Rupp por exemplo tomou mta coisa proibida. Mo Farah convive com um dopador… Paula Radcliffe não quer mostrar resultados… Os velocistas americanos do 4x100m….

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  3. Rafael disse:

    Depois de muitos anos sem assistir uma luta de boxe (última foi na época do Tyson, Holyfield ), vi a luta pelo decisão dos pesos pesados entre o ucraniano Wladimir Klitschko e o americano Tyson Luke Fury.
    Não achei os pugilistas superiores aos antigos. Então entrei no youtube e vi a luta muhammad ali x george foreman. Incomparável, o nível dos pugilistas de 40 anos atrás, muito superior ao atual.

    Digo isso porque, será que realmente o homem está evoluindo no esporte. Essa busca pelo limite do homem, não será um mito?
    Essa evolução não é devido ao doping? e não a evolução do treinamento, alimentação, …

    Fiquei com essas dúvidas

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    • Danilo Balu disse:

      Doping até anos 90 comia solto, eles não eram gigantes por acaso. Outra coisa, antes o boxe era supremo, era só ele. Hj o UFC (e franquias paralelas) pagam TANTO dinheiro que o boxe acaba perdendo MTA matéria-prima talentosa (dentro e fora dos ringues). O crescimento do UFC ocorreu em paralelo com a falência do boxe. Não á para achar que são 100% independentes…

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  4. “O efeito compensatório. Você corre e acha que merece ou pode beber mais. Você corre e acha que pode/merece/deve comer mais.”

    Realmente ele existe, não é? Vivemos nos premiando por objetivos alcançados. Mas não é de todo ruim, pior seria se nos premiássemos sem os exercícios feitos, ou você discorda disso?

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    • Danilo Balu disse:

      Sim, existe e não é pouco. O Ciro fala um pouco disso e talvez mais tarde eu responda. “Não é de todo ruim?” Não, não é. “Seria se nos premiássemos sem os exercícios feitos?” Não sei… sinceramente, arrisco dizer que se premiar assim é ruim SIM pelo simples fato que exercícios não compensam uma dieta ruim. Mas estamos falando de algo que acontece intrinsecamente, mtas vezes involuntariamente, “ingenuinamente”. Cerveja parece ser uma bebida ok (diferentes de tantas outras como sucos, refrigerantes, isotônicos…) para a saúde, mas seu consumo (como o de qq outro alimento com caráter de prêmio) não deveria estar condicionado à prática porque essa não corrige a dieta e porque a falta do prêmio não justificaria nem reduz o estrago do sedentarismo.

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  5. Ciro Violin disse:

    Vou deixar minha opinião aqui, sobre treino e cerveja:

    Penso que existe uma diferença muito grande entre, treinar e depois beber apenas o líquido da garrafa/lata de cerveja, e, treinar e depois estar em um ambiente onde uma das coisas é ter garrafa/lata de cerveja.

    Geralmente, para a grande maioria das pessoas que bebem cerveja, esta, precisa estar associada a algum tipo de comida, que normalmente é um petisco cheio de carbo+sódio.

    Consumir apenas cerveja é uma coisa.
    Treinar e depois consumir apenas a cerveja é outra coisa.
    Consumir cerveja acompanhada de petiscos com carbo+sódio é outra coisa, e, treinar e depois consumir cerveja acompanhada de petiscos cheios de carbo+sódio é outra coisa completamente diferente.

    O erro das pessoas é associar a cerveja com comidas ruins.

    Por ex: quando corremos por 15km, o processo de desidratação ja ocorre.
    Se vc chega num ambiente que tem cerveja e petiscos com carbo+sódio e consumir dos dois, o ciclo vai começar e cada vez que comer, te induzirá a beber mais.

    É um “combo” de coisas acontecendo: desidratação pela corrida, consumir carbo+sódio+cerveja e ainda o efeito de recompensa pós exercício te faz extrapolar e consumir MUITO mais do que deveria.

    Correr os 15km e depois de chegar, se hidratar, se alimentar corretamente e depois tomar 2 ou 3 cervejas, penso que é bem saudável.

    Só minha opinião

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    • Julio Cesar Kujavski disse:

      Ciro, eu nunca bebo cerveja após treinos.

      Até evito cerveja uns 3 dias antes quando tenho prova.

      Mas não dispenso uma ou duas cervejas de trigo durante a semana.

      E sempre bebo só a cerveja, sem comer nada junto, até porque a cerveja já tem bastante carboidrato, considero quase que um lanche.. rsrs…

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  6. Artur disse:

    Vi um texto sobre o sucesso do anti-dopping na Copa do Mundo de Rugby: 100% das mais de 400 amostras retiradas durante o campeonato não mostraram dopping. Não acompanho o esporte de tão perto para saber se nas grandes ligas existem testes periódicos, inclusive em pré-temporada, para evitar o uso, mas mesmo assim, me parece um esporte que tem relativo sucesso em coibir abusos, pelo menos no nível profissional.

    Fonte: http://oblogdorugbi.blogosfera.uol.com.br/2015/12/02/rugbi-limpo-mundial-2015-comemora-nenhum-teste-positivo-de-doping/

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  7. Enio Augusto disse:

    Cerveja é um troço muito do ruim. Se eu for me recompensar com algo que me faz mal, prefiro um refrigerante.
    Até ano passado, eu seguia muito a linha do comer mais porque corri. Com o tempo a gente aprende. E o peso diminuiu. \o/

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  8. Nishi disse:

    Gosto de cerveja. Gosto de correr. Gosto de comer. Bebo cerveja porque gosto de cerveja. Corro porque gosto de correr. Como muito porque gosto de comer. Atividades que não possuem uma vinculação compensatória na minha cabeça. Na verdade há só um vínculo, que é o comer menos/beber menos para correr mais, em determinadas situações. Mas não há o contrário (“poder” comer mais/beber mais porque corri mais). Contudo, vejo isso acontecer direto, o raio do “eu mereço” decorrente do “sacrifício” que foi correr. Vai ver é isso, pra mim não é sacrifício (embora doa, canse etc, eu faço porque gosto, ao contrário de muitos).

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