Leituras de 3a Feira

Um obituário da The New Yorker sobre um maratonista amador mostra o tamanho da envergadura da carreira do canadense Ed Whitlock, o maior veterano de todos os tempos!

Barry Smith continua muito acima da média. Dessa vez ele faz uma análise fantástica sobre ritmo na Maratona de Boston. Tenho muita vontade de correr essa prova, não a faço sem mergulhar nos números que ele dá!

Uma matéria do Esporte Espetacular falando da premiação olímpica tardia do 4×100 feminino que foi 4º em Pequim/2008 e somente agora ganha seu bronze com a desclassificação da Rússia por doping. À época eu conversava muito com duas dessas atletas sobre patrocínio na empresa para qual eu trabalhava. Garanto que o prejuízo financeiro a elas é inimaginável, muito maior do que passa pela nossa cabeça.

No mesmo dia o programa iniciou ainda uma série tentando acompanhar a carreira de 3 velocistas brasileiros que têm entre outros enormes desafios o de ser o primeiro brasileiro a entrar no seleto clube dos que correm 100m em menos de 10 segundos. Fica sempre parecendo ou que os atletas daqui não treinam forte o bastante, que os treinadores não são capazes ou (os dirigentes adoram essa explicação) que falte mais verba pública. Nada disso é verdade! Nada! Para o leitor entender, quando estive na Lituânia meses atrás vi que a 3ª maior cidade local (que deve ser menor do que Piracicaba, por exemplo) tem mais pistas sintéticas que o Brasil inteiro. A gente não pode esquecer nunca que atletismo é esporte de gente pobre. Mesmo nos EUA ou Reino Unido, quem compete vem das classes mais baixas. SP, a cidade mais rica do país tem 2 pistas públicas sintéticas. Uma delas fica na região do Ibirapuera, que deve ter o IDH da Suécia e outra na região da Vila Mariana, que deve ter o IDH da Eslovênia. Você consegue ir trotando de uma até outra, para entender a péssima distribuição. O pobre da periferia não demora menos de 1h30 para chegar lá. É triste quando você conhece molecada muito talentosa que ou não tem dinheiro para transporte ou para um lanche nessa epopeia casa-treino-casa. Não acharemos atletas procurando nos Jardins, mas na periferia. Não só da cidade, mas como FORA da capital também. Enquanto isso os dirigentes, alguns há mais de duas décadas no poder, seguem pedindo mais dinheiro com as mesmas ideias que nunca funcionaram. Nosso papel de meros figurantes no esporte global tem futuro mais do que garantido!

Em algumas datas especiais ou comemorativas algumas marcas entram na brincadeira. No 1º de abril foi a vez da minimalista Altra Zero Drop fazer sua brincadeira abaixo com um suposto lançamento deles!

7 pensamentos sobre “Leituras de 3a Feira

  1. Rafael disse:

    Balu! Essa sua análise sobre os atletas brasileiros, ficou ótima.
    Vale um projeto.

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  2. Tim Bittar disse:

    Animal a análise de Boston, como estou indo para a primeira maratona e respeitando os 42km acho essas estatisticas bem legais, vou começar mais lento, onde vejo é o way to go.
    Valeu

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  3. kkkkkkkkkkk agora que li aqui em cima. Duvido voce deixar um comentário…

    Então Balu, muito legal a analise do Barry Smith… Fiquei pensando nos corredores de elite que correm uma prova tátitca, prestando mais atenção aos adversários que ao cronômetro.

    Esses seriam apenas um número bem pequeno não inteferindo na média analisada da curva ELITE ou vc acha que a curva mudaria se o tempo desses elites fossem excluidos da amostra de dados? Lembrando que ele considerou a curva Elite até 2h30 no masculino e 3h05 no feminino. Abs

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  4. Rogerup disse:

    Fica claro que antes da corrida a maioria superestima suas performances. Mas, quanto maior a experiência menor é o ego.

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    • Danilo Balu disse:

      É um tema fascinante… Homem superestima mais, jovens mais que mais velhos (independente da experiência no esporte) e iniciantes mais que os melhores. Já escrevi a respeito de um corolario que mostra que os ignorantes subestimam a própria ignorância, ou superestimam sua habilidade.

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  5. Isabel Lopes disse:

    Puxa, dá uma tristeza e revolta ver gente tão talentosa que não tem condições de dar o seu melhor. Realmente não dá para comparar a situação dos nossos atletas com o de outros países, pois se tivessem nascido lá já teriam alcançado essa marca.

    Inclusive desde cedo às vezes o atleta brasileiro não tem uma alimentação adequada, com leite e proteínas para formar melhor seus ossos e músculos né?

    Realmente quem consegue alguma coisa aqui no Brasil no atletismo é herói e consegue por seus próprios méritos.

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