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O Trials (EUA) e o mercado dos rápidos

Gosto de olhar para a seletiva americana na Maratona (Trials) nos EUA como um espelho do mercado dentre os que gostam de correr rápido por alguns motivos. Pela característica dele, juntando cerca de 700 corredores, em vez de olhar para o pódio de majors, diluímos assim o efeito dos atletas patrocinados no perfil dos tênis mais escolhidos. Por exemplo, dentre os 6 que se classificaram pros Jogos, temos 2 que não tinham contrato com marcas! Na turma que vem atrás, temos ainda centenas de outros que têm que arcar ($) com o próprio tênis.

Vamos à imagem 1, tirada do Twitter. Um perfil fez uma contagem por equipe similar à que se usa no cross-country, somando a posição dos 3 melhores de cada “equipe” (marca esportiva) e o menor número assim ganha. No masculino nenhuma surpresa na liderança, Nike. Mas em 2o? Aquela marca que mais rápido lançou seu modelo com placa de carbono, a Hoka.

Quais outros destaques? adidas lá atrás (4o). ASICS? UM único atleta resolveu correr de ASICS, marca que já foi líder anos atrás no maior mercado do mundo, o americano. Brooks? Saucony? New Balance? Marcas MUITO fortes nos EUA não emplacam por aqui. Eu tenho minha explicação-chute, o Rodrigo Carneiro da Velocità sempre discorda dela.

No feminino fica interessante! Hoka à frente da Nike! Ex-líder ASICS? Gigante adidas? Lá atrás (5o e 7o, respectivamente).

Na imagem 2 desse post (que não sei a origem, por isso vai sem créditos, mas peguei foi com o Rodrigo Roehniss) temos os tênis por MODELO. Lembro que a Nike ofereceu gratuitamente o Alphafly, então é natural que houvesse tantos na prova, POR ISSO que acho a combinação desses levantamentos relevante… ele agrega um conjunto de quase 700 atletas MUITO rápido, MUITOS deles SEM patrocínio levando ainda em consideração a classificação final (ranking por “equipes”).

Não me espantou Nike como líder. Me espantou a Hoka (ágil na resposta ao mercado) e como marcas antes tão usadas ficaram TÃO pra trás tão rapidamente.

Por último, mas não menos importante, antes de você sair correndo pra imitar o tênis que as mulheres usam pra ver se corre mais rápido, talvez valha dar uma passada na imagem 3 e ver o volume SEMANAL de treino delas! Essa parece ser a real explicação, mas duvido que os amadores tirarão essa conclusão. Até porque os amadores não querem enxergar isso!

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Os maiores eventos de Corrida de Rua do Brasil – 2019.

Para encerrar a série dos dados das provas brasileiras em 2019, publico agora os maiores eventos de corrida do país em 2019. Nas últimas semanas publiquei os dados das Maratonas e maratonistas brasileiros, os números das Meias Maratonas do Brasil e quais são as 50 Maiores Corridas de Rua do Brasil.

Não é surpresa a liderança de nossa corrida mais tradicional. A São Silvestre muito provavelmente apenas em 2 dos seus mais de 90 anos de existência perdeu esse título (uma vez para a Maratona Pão de Açúcar de Revezamento e outra para a extinta Nike 10K Human Race nos anos 2000).

Nesta lista vão apenas os eventos que somam mais de 10.000 concluintes somadas todas as distâncias em suas provas paralelas. Em 2015 esses eventos eram 9 e agora chega a um teto histórico de 16 (*em 2016 e 2018 chegaram a 11).

Desses 16 eventos, 4 são de maioria feminina, apenas 2 ficam fora do eixo Rio-SP (Santos e BH), 3 são em distâncias únicas (São Silvestre, 10km Tribuna FM e Volta da Pampulha) e nenhum é noturno.

Veja a lista completa na imagem abaixo ou clique aqui!

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As 50 Maiores Corridas de Rua do Brasil – ANUÁRIO 2019

O Recorrido publica com exclusividade (aqui completo) os dados das 50 Maiores Corridas de Rua do Brasil em 2019. Como sempre vem sendo este é um levantamento único no nosso mercado e busca principalmente dar números, apontar em quais cidades acontecem, quais são as distâncias mais procuradas e de maior sucesso, além de listar quais são as nossas maiores corridas de rua do país.

Comparando com 2018, temos:

– Das 50 provas 12 entram na lista (8 delas pela primeira vez desde 2014, ano do primeiro levantamento);

– O número de concluintes aumentou 6% (333.000);

– As provas de 5km continuam sendo as mais frequentes na lista;

– Mulheres são maioria em 25 das provas sendo que 5 dessas são exclusivamente femininas.

Já a localização destas provas mostra-se bem concentrada. 26 em São Paulo e 14 no Rio de Janeiro. Apenas essas duas, Belo Horizonte e Brasília são locais de mais de uma prova.

Nenhuma fica na Região Norte e somente Santos (SP) e Maringá (PR) fora das capitais.

Outra característica é notar que 3 organizadoras possuem a absoluta maioria das 50 corridas! E das 6 maiores, todas já foram exibidas ao vivo na TV, mostrando a força desse fator em determinar o sucesso de um evento.

Para ver todos os números, fica aqui o convite para você ver o infográfico das 50 Maiores Corridas do Brasil – Anuário 2019!

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Os Maiores eventos de Corrida de Rua do Brasil – 2018

Para encerrar a série dos dados das provas brasileiras em 2018, publico agora os maiores eventos de corrida do país em 2018. Nas últimas semanas publiquei os dados das Maratonas e maratonistas brasileiros, os números das Meias Maratonas do Brasil e quais são as 50 Maiores Corridas de Rua do Brasil.

Não é surpresa a liderança de nossa corrida mais tradicional. A São Silvestre muito provavelmente apenas em 2 dos seus mais de 90 anos de existência perdeu esse título (uma vez para a Maratona Pão de Açúcar de Revezamento e outra para a finada Nike 10K Human Race nos anos 2000).

Nesta lista vão apenas os eventos que somam mais de 10.000 concluintes somadas todas as distâncias em suas provas paralelas. Em 2015 esses eventos eram 9, em 2016 chegaram a onze, voltaram a ser nove e agora repetem o recorde histórico de 11.

Desde 2016 um evento exclusivamente feminino quebrava a barreira das 10.000 concluintes (*elas são maioria em apenas dois eventos, no Circuito das Estações carioca). uma delas é noturna (a Corrida de Reis em Brasília). Apenas 3 têm distâncias únicas (São Silvestre, 10km Tribuna FM e Volta da Pampulha), e dos 11 somente 3 ficam fora do eixo Rio-SP.

Mais. 6 têm transmissão pela TV e 3 (os Circuitos das Estações, todos no Rio de Janeiro) entraram pela primeira vez na lista.

Veja a lista completa na imagem abaixo!

*A Wrun (SP), as Night Run (SP), a Vênus (SP), a M5K (SP) e a Maratona de São Paulo são provas que já figuraram na lista em ano anteriores.

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Nosso atletismo está piorando?

A britânica Athletics Weekly , talvez a mais importante revista do mundo voltada ao atletismo ainda publicada, fez um longa e completa reportagem abordando a evolução da marcas britânicas no atletismo. Eles pegaram assim o ranking nacional e, para anular o efeito dos fora-de-série, consideraram não o líder, mas o 10o colocado do ranking. Para poder entender se aumentou também em quantidade a qualidade, consideraram ainda o 30o colocado. Aqui no link você tem o que eles fizeram nas provas de pista.

Resolvi então fazer uma análise do atletismo tupiniquim. O primeiro enorme e mais importante problema foi que (absurdo!) ninguém quis me pagar para fazer isso. O próximo problema foi a falta de dados. Dinheiro para isso não falta, mas a CBAt sempre tem outras prioridades, como mandar Nutricionista para campeonato em Bahamas.

Para fazer algo similar, enquanto os britânicos puderam regredir até 1978, eu tive que me limitar a 1998, 2008, 2016 e 2018. O correto seria 2017, mas acreditem, esses dados não existem!

Contentei-me ainda com os marcas do 10o e as do 20o colocado, que é até onde o ranking nacional cobre. E o que encontrei?

A primeira grata surpresa é que quando falamos de provas de velocidade (100m, 200m, 400m, 100m&110m com barreiras e 400m com barreiras) temos uma constante melhora das marcas do 10o e do 20o colocado, o que indica que temos mais gente de melhor qualidade competindo nessas provas.

O gráfico masculino, assim como todos os demais em diante, deve ser interpretado assim. A linha amarela é o nulo, ou seja, sem melhora nem piora. O que vai acima indica piora e abaixo dela, melhora! Veja o que acontece nas marcas masculinas de velocidade em pista:

 

Pode optar por ignorar as legendas que fiz questão de manter aos mais curiosos (ex: H100A é o 10o colocado nos 100m masculinos. F1500B é o tempo da 20a mulher nos 1.500m). O que tem que se tirar é que de 1998 para cá as marcas foram melhorando, mesmo passado o ano olímpico, o que é uma boa notícia! Agora as mulheres!

Nova tendência de queda, ou seja, de melhora! Ótimo! Porém, quando vamos ao fundo e meio-fundo feminino o terreno fica mais duro… Reparem:

O 800m feminino é representado na curva que vai (bem) acima da média, em amarelo destacado. E as marcas das demais provas (1.500m, 5.000m em pista e 3.000m com obstáculos) possuem melhora bem mais discreta. Mas a coisa fica preocupante quando vamos aos números masculinos. Mesmo com o caminhão de dinheiro de COB, CBAt, veja o resultado:

Fiz questão de mudar as cores das curvas para enfatizar como regredimos (acima da reta em amarelo forte). Ou seja, de 1998 para cá pioramos nessas provas em pista (800m, 1.500m, 3.000m com obstáculos e 5.000m e 10.000m) no masculino!

Seria porque as competições de rua, que hoje movimentam muito dinheiro aqui e no exterior, estariam roubando os atletas correndo rápido na pista (mais precisamente 1.500m e 5.000m)? Quando olhamos as marcas masculinas brasileiras vemos que não parece ser esse o caso, porque na rua também estamos piorando nossas marcas! Vejam:

Os homens brasileiros estão mais lentos dos 800m à Maratona, ou seja, rua e pista comparado com 1998 para cá. O lado bom é que na provas de velocidade vimos numa melhora. Como podemos melhorar as marcas masculinas na rua e fundo? Não sei! Seria excesso de prova? Não sei! Seria uma geração? Duvido! Seria investimento ($)? Certeza que não!

Eu só juntei os números. Respostas não são comigo. O mais triste é que duvido que mesmo na CBAt, a maior responsável e que seria a interessada, tenha alguém preocupado com isso. E você?! Tem algum comentário?

p.s.: eu deixei de lado um gráfico feminino dos 10km à Maratona porque era tudo tão amador e a falta de dados tão grande que as curvas ficaram distorcidas. As 20as estão muito mais velozes (em função do amadorismo), mas as 10as continuam piorando, tal como os homens.

 

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As 50 Maiores Corridas de Rua do Brasil – Anuário 2018

O Recorrido publica com exclusividade (aqui completo) os dados das 50 Maiores Corridas de Rua do Brasil em 2018. Como sempre vem sendo este é um levantamento único no nosso mercado e busca principalmente dar números, apontar em quais cidades acontecem, quais são as distâncias mais procuradas e de maior sucesso, além de listar quais são as nossas maiores corridas de rua.

Comparando com 2017, temos:

– Das 50 provas 8 entram na lista (5 delas pela primeira vez desde 2014, data do primeiro levantamento);

– O número de concluintes aumentou 1% (310.000);

– As provas de 5km continuam sendo as mais frequentes na lista;

– Mulheres são maioria em 17 das provas sendo que 3 dessas são exclusivamente femininas.

Já a localização destas provas mostra-se bem concentrada. 30 em São Paulo e 12 no Rio de Janeiro. Apenas essas duas Belo Horizonte e Fortaleza (duas cada) são locais de mais de uma prova.

Nenhuma fica na Região Norte ou Sul e somente Santos (SP) fora das capitais.

Outra característica é notar que 3 organizadoras possuem a absoluta maioria das 50 corridas! E das 6 maiores, todas já foram exibidas ao vivo na TV, mostrando a força desse fator em determinar o sucesso de um evento.

Para ver todos os números, fica aqui o convite para você ver o Infográfico das 50 Maiores Corridas do Brasil – Anuário 2018!

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Os números das Meias Maratonas brasileiras! – Anuário 2018

Publico hoje o relatório anual com os números das MEIAS MARATONAS brasileiras e o perfil do meio-maratonista brasileiro. Como vem sendo desde 2011, este é um levantamento único e exclusivo no nosso mercado (aqui você tem ele completo) e busca principalmente colocar um pouco de luz dando números em uma das provas preferidas dos corredores amadores.

No ano de 2018 que se passou podemos destacar:

– Um número recorde de concluintes (pouco menos de 162.000, aumento de 14%);

– Um número recorde de provas (187);

– A participação feminina se estabilizou pela 3ª temporada.

A Meia Internacional do Rio de Janeiro (Yescom) aproveitava a força da TV para ser com folga a maior prova do país despencou para a 3ª posição.

 

Das 10 maiores provas, 9 estão no eixo Rio-SP.

A Meia de Porto Alegre (10ª) é a maior fora do eixo.

A Run City Brasília (11ª) é a maior do Centro Oeste.

A soteropolitana Farol a Farol (17ª) a maior do Nordeste.

A Meia Maratona do Amazonas é a maior no Norte (35ª).

Já a Meia Maratona Internacional Balneário de Camboriu (26ª) é a maior fora das capitais.

 

Para quem acha que é fácil ganhar dinheiro organizando provas de 21km, vale lembrar que nenhuma prova apenas cresceu no período 2011-2018. E das 15 maiores, somente 5 não têm outras distâncias correndo em paralelo, o que mostra como é difícil organizar provas muito rentáveis nessa distância.

 

A velocidade mediana do meio maratonista brasileiro hoje está em 2h19 (~6´35″/km) entre as mulheres e 2h02 (~5´50″/km) entre os homens. O que isso significa? Que se você, homem ou mulher, corre ao menos 1 segundo mais rápido que essas marcas, você chega à frente da metade (50%) de todos os demais corredores brasileiros.

 

Ainda falando em velocidade, se você busca uma boa marca, talvez devesse dar uma chance à Meia Maratona Internacional de Florianópolis, à de Floripa e à Meia de Curitiba, as 3 mais rápidas do país.

 

Para esses e maiores detalhes, entre e confira o exclusivo infográfico com o anuário das Meias Maratonas Brasileiras 2018.

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Os números das Maratonas e do maratonista brasileiro! – Anuário 2018

Antes do que era habitual, publiquei meu relatório anual com os números das MARATONAS brasileiras e o perfil do maratonista médio brasileiro. Como vem sendo, este é um levantamento único e exclusivo no nosso mercado (aqui você tem ele completo) e busca principalmente colocar um pouco de luz dando números na prova mais famosa da corrida de longa distância.

Quando falamos de 42km, Japão e EUA são líderes mais que absolutos em concluintes. Os países somados produzem 1 milhão de concluintes, nós giramos na casa dos 30.000. Europeus são também quase tão bons em completar a distância! Em compensação ficamos à frente dos argentinos, por exemplo.

Dados a destacar:

– Número recorde de maratonistas nas provas brasileiras (quase 32.000), um aumento de 22%!
– Um novo aumento de mulheres correndo que hoje são cerca de 22% dos concluintes.

Além de Rio de Janeiro, as provas de Porto Alegre e a de Floripa (agosto) vêm empurrando os números delas!

O nosso mercado de maratona vem crescendo de forma contínua e sustentada desde 2011. Para ser bem sincero nunca acreditei muito nisso. Até porque organizar um 42km traz bem menos retorno do que organizar 4 provas de 10km, por exemplo.

Mas não é só aqui no Brasil que brasileiros se testam nos 42km! Cada vez mais temos mais de nós completando a distância nas principais provas do mundo. Talvez pelo preço, praticidade, fama e qualidade, as duas mais “brasileiras” são agora aqui na América do Sul (Buenos Aires e Santiago). As majors ChicagoBerlim e Nova Iorque seguem de perto.

Juntando-se os dados temos que o maratonista médio brasileiro é:
– Homem (78%);
– Idade entre 30 e 49 anos (70%). Mais precisamente, ele tem 41.9 anos de idade!
– Ele correu no Rio de Janeiro, em São Paulo ou no exterior (62%);
– Corre os 42km em 4h20. E se for mulher, em 4h46! *ano a ano, com a entrada de novos corredores, o desempenho do brasileiro médio cai.

E se você quer correr rápido em solo brasileiro, sabidamente Porto Alegre sempre foi rápida, mas talvez valha dar uma chance para a Internacional de Floripa (a de agosto)!

E fica novamente o convite para acessar os dados completos do Infográfico das Maratonas Brasileiras clicando aqui!

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