Faltam poucos dias para a maior e mais tradicional corrida do país, a São Silvestre (SS). É o tempo que falta também para surgirem entre jornalistas e colunistas de corrida posts e textos explicando que ela é intragável, ruim, mal organizada, que perdeu seu charme e uma tradição que nunca existiu. Personagens esses que coincidentemente não correm nada que não sejam as provas das concorrentes às quais pedem (e ganham) suas cortesias e seus kits-imprensa.
Eu tenho uma proxy nesse assunto: se colunistas de corrida dizem que X, eu escolho Y. É sempre mais seguro. Quando estão em bando, eles têm muito talento para escolher o errado.
A verdade, porém, é que a Yescom nunca teve muito estômago nem tempo para puxar o saco dessa gente, o que explica boa parte da má vontade deles com a empresa. Tivessem feito isso com a categoria, hoje não haveria muita crítica, porque você compra bem fácil o silêncio deles. Outro ponto, mais generalizado, é que o brasileiro ama odiar a Rede Globo e seus parceiros. Conheço quem assista a prova pela TV Gazeta (sempre dizendo a todos que faz isso), porque esse é um dos jeitos modernos de sermos rebeldes.
Pois se você para e tenta racionalizar uma avaliação da Yescom, verá que ela tem suas vantagens e desvantagens quando comparada às suas concorrentes. Preço: com exceção da SS, ela é mais barata que outras grandes provas no geral. Horário de largada: recentemente ela vem melhorando, ela não é pior que as demais. Claramente as críticas são limitações impostas pela TV. Quando você olha para Percurso e Hidratação vê que não há nada, absolutamente nada que tenha ocorrido com ela que tenha havido com enorme maior tolerância em outras provas.
Já corri inúmeras provas deles e até hoje paguei por todas. As que não contam com TV são mais baratas e tecnicamente IGUAIS as outras. Eles insistem em errar com a largada sem pelotões controlados, algo que ocorre frequentemente nas provas da Vetor ou Iguana, que por terem corredores mais experientes, parecem fluir melhor. Mas sempre, SEMPRE que você conversa sobre a SS, os corredores parecem ter memória curta… trazem episódios de quase uma década atrás para justificar sua não-ida. O corredor apela ao passional quando não sabe se explicar. Já os colunistas, jornalistas e blogueiros, para emitir sua opinião contrária, apenas olham ao taxímetro mesmo…