Dias atrás um corredor me mandou o gráfico do treino dele feito em um ambiente gramado “sem subidas íngremes”. Tenho dito nos últimos textos e em meu último livro “Correndo com os Etíopes” o quanto acredito nos benefícios e vantagens de corrermos em pisos irregulares.
Resumidamente temos que esse tipo de terreno (grama, terra, trilha…) cria cargas em diferentes planos (que não apenas centrada no sagital, como é na corrida), além de exigir trabalho de outros músculos e partes do corpo, algo que não se faz na corrida em terreno mais uniforme como esteira, pista de atletismo ou asfalto.
Só que é natural duas coisas. Primeiro é achar que piso irregular significa necessariamente correr em trilhas de alto grau de dificuldade, no meio do mato.
E outro erro é achar que por morarmos em cidades, com pouco acesso a trilhas, essa prática é inviável. Mesmo treinadores que concordam comigo adiantam sobre o enorme desafio que é fazer o corredor de assessoria criar o hábito de por os pés na terra/grama. Sim, quando se vai ao Parque do Ibirapuera, por exemplo, mais de 95% corre no asfalto na volta de 3km. Mais do que isso vai à USP e corre no mesmo piso duro.
Porém, em ambos os locais há muito espaço verde. E o gráfico que esse leitor mandou nos revela que mesmo em um gramado convencional “sem subidas íngremes” já se reproduz muito da irregularidade, aquilo que quenianos e etíopes tanto buscam em seus países que fazem deles alguns dos povos mais rápidos do planeta.
Acredito que 90% dos meus treinos na cidade são realizados na calçada, assim, consigo um piso que tem enorme variação ( grama, cimento, saibro, terra, buraco, brita, pedra, etc)
Peguei esta dica faz alguns anos em alguma live do CNA.
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Verdade, James ! Constatei isso semana passada. Normalmente saio para correr muito cedo, bem antes do sol nascer. E numa dessas subidas/descidas, na calçada, não percebi um calombo criado por uma raiz de árvore e “trupiquei”. Resultado: quase desci a rua rolando e ganhei uma bela lixada do asfalto num joelho e palma da mão.
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kkkkkk, sim, isso pode ocorrer. Eu também corro antes do sol nascer. Em todos estes anos, devo ter “trupicado” menos de 10x.
Questão de aperfeiçoar sua visão e propriocepção.
Abraços.
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Boa dica!
O Parque da Cidade, aqui de Brasília, tem uma pista de asfalto com grama do lado. Dá pra simular bem isso!
É muito engraçado ver alguns corredores que passam no sentido contrário olharem pra minha cara com aquela cara de: “Meus Deus, o demente não tá vendo a pista de asfalto?” 🙂
Só evito quando tá chovendo, porque pode cobrir os buracos com água (aí vou na pista) e em treino de tiro!
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Boa Balu ! Terreno irregular pode ser aquele estradão de terra, aquela rua de anti-pó. Não precisa obrigatoriamente estar atolado até o joelho na turfa patagônica, levando 2h para avançar 5 km.
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Mas, Balu, correr em terreno irregular não aumenta o risco de lesões? Uma torcida de pé, por exemplo.
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Sim. Praticar esporte aumenta a chance disso tb. Sedentarismo não seria melhor?
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Já dei várias topadas e me projetei para a frente esborrachando-me no chão. Tenho medo de terrenos irregulares.
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[…] raciocínio do último post… Em toda Adis Abeba, capital da Etiópia, acredito haver 3 pistas sintéticas de atletismo. Todas […]
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