4 ultramaratonistas de elite dão suas dicas para lidar com a dor e o desconforto de correr por muito tempo. Tudo é muito pessoal, mas é interessante ver alguns padrões que podem não ser a causa maior, mas de certa forma explicam o comportamento diferenciado de quem corre forte desse jeito por tanto tempo.
Ainda nessa linha de preparação mental, Alex Hutchinson fala da força da inteligência emocional no desempenho, desta vez em corredores bem mais amadores.
Autojabá: no outro blog falo sobre por que emagrecimento e controle de peso não são sobre calorias…
A Spikes devem em quando traz matérias com histórias diferentes de atletas de alto nível, mas bem menos badalados. Para agradável surpresa desta vez foi a brasileira lançadora de disco Andressa de Morais. Como quase todo atleta do atletismo, sua origem é humilde!
Se há uma coisa que aposto é em uma provável ligação ainda que tênue de distúrbios alimentares em mulheres e a corrida de longa distância. Vivemos em uma sociedade que valoriza em demasiada corpos excessivamente magros (em mulheres) e muito atléticos (em homens). Não é só isso. Na corrida, falei aqui recentemente, o desempenho é fortemente ligado ao baixo peso quando vivemos em um ambiente extremamente obesogênico, ou seja, onde é fácil engordar. Então a mulher corredora de um lado tem um mundo onde nunca teve acesso tão fácil a muito alimento engordativo enquanto do outro lado tem que se manter magra se quiser correr bem e ainda ser valorizada pela sociedade que a quer assim leve para considerá-la bela. Como lidar? Uma colega corredora muito magra saía para treinar forte pela manhã comendo apenas uma banana e depois comia feito um passarinho. Outra com quem trabalhei, ela reconhecidamente vivia no limite da bulimia. Uma “famosinha” de rede social vive a propagandear uma dieta saudável cheia de verde com corpo que todos os amigos já sabem, mas que somente ela não vê que é pra lá de doentio, cadavérico. Não acho que sejam as redes sociais, mas elas amplificaram a situação, como já foi tratado aqui no blog. Agora é a vez de uma corredora de destaque abrir o jogo em um longo e MUITO belo texto no qual ela fala sobre como o distúrbio alimentar mexeu com sua vida.
Oi Balu, boa tarde! Queria agradecer pela dica de leitura do texto da Amelia Boone. Foi um dos textos mais incríveis que já li sobre o tema transtorno alimentar x corrida. Eu corro tbm e, assim como ela, tenho um histórico de mais de 20 anos convivendo com um transtorno alimentar (no meu caso, anorexia), com fases bem piores no começo e, após anos de tratamento e análise, crises cada vez menos frequentes e mais “fracas”. Mas ainda assim, existem sintomas e medos que nunca desaparecem.
Ela menciona coisas que me tocaram profundamente: um transtorno alimentar não te priva apenas de se nutrir fisicamente; ele te priva de se nutrir afetivamente, de se relacionar, de se ligar às pessoas, de sentir as coisas, de se emocionar, de se afetar. A vida sem tudo isso é uma vida vazia de sentido; o transtorno passa ser o sentido e não tem nada mais solitário e raso do que isso (e desesperador). Hoje eu vejo os estragos – não só físicos – mas especialmente afetivos e emocionais que um transtorno alimentar causa. A Amelia foi extremamente feliz em suas descrições e, embora eu não tenha me tornado uma atleta de sucesso como ela se tornou, vejo como minha história se aproxima da dela. E como é difícil ter força para assumir que a doença existe e que vc precisa fazer alguma coisa.. enfim, eu poderia escrever mais duas horas aqui sobre isso. Mas queria mesmo agradecer a dica e parabenizá-lo pelo Blog (os blogs..). Um abraço, Luciana
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