O Esporte tem “Skin in the game” (pele em jogo). A Nutrição NÃO.

Dias atrás postei no meu instagram (@DaniloBalu) minha lista de melhores livros de corrida/atletismo. Essa semana irei atualizar a lista. Nela agora irá “Tigerbelle”, a biografia da ESPETACULAR Wyomia Tyus, primeira pessoa (homem ou mulher) a ser bicampeã olímpica dos 100m (1964 & 68). Era uma mácula que eu carregava.

Leia abaixo o trecho que separei e traduzi:

Você está muito grande! Você nunca foi tão grande! E você está perto da prova mais importante da sua vida. Nós vamos ter que fazer algo. Você precisa se afastar da mesa. Você precisa se afastar das batatas, precisa se afastar do arroz e precisa se afastar do pão.”

 

A frase foi dita por Ed Temple, primeiro americano a ir duas vezes seguidas a Jogos Olímpicos como treinador de atletismo, algo que era proibido. Isso dá um indício de como ele era especial.

Mr. Temple, como era chamado, sem saber a diferença entre insulina e glucagon tinha apele em jogo. Pedia à sua melhor velocista para perder peso. Como? Jejum e evitando arroz, massa e pão. Resultado? Ouro e recorde mundial!

Aí vem nutricionista e pede o quê ao amador? Comer de 3 em 3h e ênfase onde? Carboidrato! Minha bronca é ENORME quando vejo nutricionista falando em “peso ideal” ou em empurrar carboidrato goela abaixo de atleta amador é porque para mim fica CLARO justamente que eles NÃO entenderam NADA ainda desse esporte!

Temple entendia como o peso é CRUCIAL. Por isso que em 2008 o americano Chris Solinsky assombrou o mundo do atletismo. Não era só um recorde. Ele era o primeiro atleta na história com mais de 70kg a entrar no clube dos sub-27minutos nos 10.000m!

Entre os maratonistas o clube sub-2h06 tem uma MINORIA de atletas com mais de 60kg. Por quê? Porque peso (baixo) importa MUITO! Por isso que algumas atletas japonesas APANHAM de seus treinadores quando ganham peso.

A imagem abaixo que ilustra esse texto e é uma plotagem do peso dos fundistas nos Jogos Olímpicos do Rio/2016. Este é um padrão que se reproduz, não importando a edição olímpica!

Quando um nutricionista oferece carboidrato a um atleta acima do peso, ele dificulta que ele PERCA peso, um ENORME limitante de desempenho. Sabemos que low-carb é a estratégia nutricional que MELHOR traz perda de peso e que torna mais FÁCIL a manutenção de um baixo peso.

NÃO há correlação de (maior) consumo de carboidrato com desempenho. Mas HÁ uma relação de (menor) peso com melhor desempenho. Entendeu, nutricionista? Se você empurra carboidrato a um atleta eu SEI que você ainda NÃO entendeu esse esporte. Controle do peso vem À FRENTE de qual macronutriente consumir quando falamos em desempenho!

Simples assim.

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10 pensamentos sobre “O Esporte tem “Skin in the game” (pele em jogo). A Nutrição NÃO.

  1. Rafael disse:

    Como explicar o povo asiático? Come tanto arroz e é magro?

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    • Danilo Balu disse:

      Estamos falando do (acho) maior continente do planeta (ao menos em população é)… não dá pra jogar todos asiáticos no mesmo balaio… Indianos é o maior povo vegetariano e é a capital mundial do diabetes. Japoneses comem muito arroz, MAS comem pouquíssimo açúcar… são magros e não sofrem de problemas vasculares… mas qdo pegamos os japoneses que foram aos EUA nos tempos da 2a Guerra, voilà, eles passam a comer mais como os americanos (inclusive do arroz ocidental, que é diferente do deles e passam a sofrer de obesidade e coração. Chineses serão em breve o povo com maior número e incidência de diabéticos. Por quê? Aumento seguido de consumo de açúcar. O brasileiro tinha um prato típico de arroz e feijão e não sofria disso… qdo passou a regar tudo com refrigerante e mais farinha, desandou. Nenhum problema complexo se resolve com uma variável, no caso, o arroz.

      Curtido por 2 pessoas

  2. Rafael disse:

    Acabei de ver essa notícia.
    Porque os Pros de longa distância (triathlon full), não comem carne?

    http://www.planetatriatlon.com/triatletas-vegetarianos-razones/

    *obs: como carne e carboidratos

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  3. Pedro Ayres disse:

    Balu, já que você comentou da diferença de arroz, o mesmo não faz sentido em relação ao pão francês tradicional (da França!) e o pão industrializado?

    Tenho dificuldade (intelectual) em descartar da dieta um alimento com seus vários milênios de existência, que era feito com fermentação totalmente diferente, muito mais longa. Deve haver diferença nutritiva entre esses pães.

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    • Danilo Balu disse:

      O problema do pão moderno está entre outras coisas no glúten…o trigo hj não é o mesmo de 70 anos atrás.

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      • Julio Cesar disse:

        Mas a carne também não é a mesma de 70 anos atrás….

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      • Danilo Balu disse:

        Por isso que vc deveria buscar carne de procedência extensiva que use pasto como alimento, não a intensiva alimentado com grãos. Vc tem essa opção. Com pão não temos.

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    • Danilo Balu disse:

      Apesar de alguns excessos do livro, em “Barriga de Trigo” o autor explica bem as alterações!

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      • Pedro Ayres disse:

        Vou procurar esse livro para entender os argumentos. Quando penso em bom pão, penso em Lionel Poilâne, que seguiu a tradição do pai nos anos 30. Esse pão é incomparável com o pão industrializado norte-americano.

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