Leituras de 6a Feira

Um curto documentário exclusivo com Mo Farah: why I run. *perdi o encanto com ele faz teeempo, então deixo a vocês dar a palavra final

No outro blog faço um paralelo entre a eleição de Trump e a bolha em que vivem os especialistas em Nutrição…

Tenho sempre um pouco de receio de postar sobre como se alimentam os melhores atletas do mundo. Acho que sempre acabam lendo a informação errada. Veja o caso dos africanos, por exemplo… não sobra um nutricionista que se quer passar por inteligente, dizendo que os atletas de ponta consomem muito carboidrato (em quantidade calórica e porcentual). O que os “intelectuais, porém idiotas” (alcunha de IYI de Nassim Taleb) não percebem é que não há absolutamente NADA que os amadores façam como fazem os atletas profissionais. Calçados? Os tênis dos amadores pesam (por decisão voluntária) o dobro dos tênis dos melhores do mundo. Volume de treino? Em UM dia de treino, a elite treina mais volume do que UMA SEMANA de treino do corredor médio. Em 2 dias os africanos correram um número de sessões maior que os amadores correm por semana em média. Tempo de esforço? Os melhores maratonistas fisiologicamente submetem seu organismo a um esforço que os amadores colocam em uma MEIA Maratona. Se não copiam NADA, por que copiar o que comem?? Por tara (provável) ou por aquilo que a Nutrição é craque em fazer: pensar por aproximação. Se eles comem farinha e correm 42km em 2h00, vou comer farinha e correr a maratona rápido. Se o Popeye come espinafre e é forte, por que não eu!? Será que se eu comer ervilha ficarei verde? O que nutricionistas e corredores amadores NUNCA tentam enxergar não é o que os africanos comem, mas sim aquilo que eles NÃO comem. Antes de falar o que eles não comem, lembremos de 3 coisas importantíssimas em quem quer correr bem: alto volume de treinamento (de corrida! Não serve ginástica funcional), baixo peso e boa dissipação de calor (aqui novamente amadores vão na contramão e usam MUITO mais roupa que os profissionais, dissipando assim calor de forma ineficiente). A dieta, uma vez que é o que tem maior impacto no peso de uma pessoa, deve ser algo que, SIM, forneça combustível ao atleta, mas que também mantenha BAIXO o seu peso, algo ESSENCIAL ao bom desempenho. Atletas profissionais, ENTRE OUTRAS COISAS, são indivíduos que naturalmente possuem uma maior tolerância ao carboidrato (assim como uns são mais rápidos, outros mais fortes, outros têm enorme envergadura, alguns são naturalmente mais tolerantes ao carboidrato, justamente o nutriente que fornece energia de forma mais rápida e versátil). Voltando… o que descobrimos que atletas africanos NÃO comem? Alimentos industrializados como base da sua alimentação. Carne é artigo de luxo em países miseráveis. Carboidrato é o nutriente mais barato, abundante até em um país famoso nos anos 80 por seus famintos, a Etiópia. Ou seja, olhar os costumes à mesa de um corredor africano é interessante não por mostrar onde eles supostamente acertariam, mas ver como eles não erram caso queiram viver dos seus corpos. Aqui você tem a dica do Antal Vargas com a dieta dos corredores quenianos!

4 pensamentos sobre “Leituras de 6a Feira

  1. Antal Varga disse:

    Pois é Balu, vivemos numa sociedade consumista e tecnológica. Assim, o que é mais fácil, ter ou fazer ?
    Tênis, GPS, manguito, isotônico, suplemento, comida etc é só uma questão de dinheiro. Mandar 200 km/semana, não.
    Por mais q invista naquela parafernália toda, não chego em pelo menos 02h20min numa maratona. Aliás, estou muito mas, muito longe disso.
    Esse texto que sugeri veio do Instagram do The Kenya Experience da Mary Keitany. Repare que todas as fotos tem (pasmem) gente coRRendo e não coMendo.
    E indo mais a fundo nas entrelinhas desse texto, do livro Born To Run e o seu relato na Etiópia dá para perceber que se come o que se tem para comer, de acordo com a cultura e disponibilidade do local e não de acordo com dietas mirabolantes. Chega a ser desconcertante a simplicidade.

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  2. Diego disse:

    Tem que levar em consideração também que uma parcela muito pequena da população teria condições genéticas de suportar a carga de treinamento que esses atletas conseguem. Podem me dar o que quiser para comer que não vou aguentar 50% do volume desses atletas.

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  3. Carlos Ista disse:

    Balu, fiquei confuso. Num outro post você disse que os africanos treinavam com muita roupa pra no dia da prova usar apenas uma regatinha, supostamente ensinando o corpo a dissipar calor… não entendi, afinal treinar ou não com muita roupa? Qdo digo muita rouoa é calça e agasalho rsrs, manguito e canelito é coisa de “nutella”

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    • Danilo Balu disse:

      São duas coisas… Uma é treinar com mta roupa (eles parecem fazer isso mais como hábito e culturalmente do que estrategicamente) e a outra é COMPETIR com mta/pouca roupa. O que atrapalha o amador é vc ir em provas a 17C e o povo com manguito, luva e legging.

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