No The New York Times uma matéria explicando como os amadores vão criando desafios cada vez maiores para se manterem motivados. Acho de verdade que isso dá material para um pós-doc de tanto que dá para desenvolver. Para mim quem faz isso não gosta tanto assim de correr porque tem que apelar ao quase impossível para manter uma rotina.
Um amigo diz que quem coloca coisas no açaí, não gosta de açaí, gosta daquilo que ele coloca no açaí para amenizar o sabor do… açaí. É como café com bastante açúcar, a pessoa gosta mesmo é de açúcar. No ramo da corrida, quem só consegue correr 100% do tempo com música, acha correr tão chato que precisa se distrair ouvindo música. Essa tara pelos amadores em sair correndo muitos quilômetros da noite para o dia é o paraíso dos ortopedistas. Na verdade é a operação Cavalo de Troia dos fisioterapeutas. “Corram… corram machucados para o meu consultório!”
Sim, vivemos em uma sociedade imediatista. Você perde o cliente se disser que ele, um iniciante, só deveria correr 21km daqui 2 anos. Ele quer correr ESSE ano. Se você não treiná-lo ele não terá dificuldade em encontrar alguém disposto a aceitar o dinheiro pra fazer isso. Sempre que vejo isso fico curioso com a rotatividade dos corredores. Por que o que vai fazer alguém que no começo do ano nunca correu, ao final do ano correu 21km e no outro faz o Desafio do Dunga (5km/10km/21km/42km em 4 dias seguidos)?
Sempre me pergunto também o que gera tanta atração na classe média (alta) em sofrer nesses eventos. Ainda que seja um sofrimento relativo, mais teimosia do que desconforto prolongado. Justo ela que anda em carros confortáveis com ar condicionado, confortáveis como suas salas, também confortáveis. Que treinam 2h00 no sábado, mas trabalham e moram no 2o andar e sobem sempre de elevador.
Veja bem, não há NENHUMA inferioridade moral em fazer isso (muito menos em ter dinheiro!)! Mas o fechamento da matéria entrega tudo: a pessoa acha que ela sai mentalmente mais forte de uma ultramaratona. De onde a pessoa tira isso? Parece papo de psicologia vagabunda de RH que coloca vídeo motivacional do filme Gladiador, esquecendo que as pessoas ali eram escravas prestes a morrer (seu RH burro nem esconde de você que te acha um escravo). Qual a relação de um com outro? Correr te torna tão melhor quanto sair para fazer feira de 4a feira!
Eu acredito mais em compensação… que a pessoa busca um falso sofrimento compensatório. Não sem antes tomar todos os cuidados para que seja um sofrimento de laboratório, controlado, não muito difícil, pasteurizado. Como se os resultados fossem os mesmos nessa falsa mimetização de como era sofrida a vida de antepassados sem tanto dinheiro (mais pobres) ou sem tanto conforto (menos tecnologia).
E lógico, nada disso teria tomado essa magnitude não fossem as redes sociais, afinal, a pergunta não é minha, mas nunca foi tão verdadeira: você correria uma maratona se não pudesse contar a ninguém?
Eu também acho bizarro a pessoa que corre há 2 anos e vai fazer esses desafios(Dunga, Pateta, etc…) ou vai se arrastar numa maratona por 5 horas. Não vejo nada de heróico nisso! É uma mistura de ignorância com estupidez.
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Achei que voce fosse falar do alvo mais fácil deste fenômeno, essas incompreensíveis corridas “militares”. E tome nego subindo corda de nó, rastejando na lama, tomando choque (alguns fortes), escalando parede de madeira… Deve ser bom ser tonto, ou não existiriam tantos.
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Balu, mais uma vez, na mosca. O final da matéria sintetiza tudo isto. Eu acho que “narciso” explica. Só dando risada.
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A tua indagação final “responde” muita coisa, cara. Não tenho dúvida disso!
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Balu, lendo seu post me lembrei de um vídeo do Enzo Amato sobre quando passar para as ultras. E ele disse que estava assustado com a quantidade de pessoas que acabaram de começar, fizeram umas 2 provas de 5k e já estão planejando correr uma ultra para dali um ano. E o pior: considerando a Maratona apenas como uma das etapas. Como se fosse fácil correr e completar decentemente esta distância clássica. Há que se ter respeito, não medo mas, respeito.
Eu ainda não domino completamente os 42,195 km…um dia ainda vou fazer uma ultra, é um desejo. Mas, tenho “alguns” quilômetros pela frente para efetivamente começar a planejar.
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Varga, penso igual a vc….mas tb penso que medo gera o respeito. Quando vc sente medo, acaba consequentemente respeitando.
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Valeu, Ciro !
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vc é o famoso triatleta Ciro Violin?
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saudades de bons posts. tipo volume ou suplementacao, treinando pouco demasiado papus … isso de adivinhar pq xx faz issso ou aquilo parece revista de fofoca
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Eu gosto de correr. Corro a 20 anos. Nunca fiz kilometragens semanais altíssimas e a prova mais longa que fiz foi de 50 km.
Hoje aos 50 anos me sinto motivado em treinar para provas de 5 km e 5.000 mt. Não preciso de desafios do Dunga ou da vovó Mafalda pra me motivar, nem de ultramaratona de 200 km no deserto.
Gosto mesmo é de correr, de treinar para tentar correr mais rápido
Muitos começaram a correr depois de mim e já pararam. Outros tantos farão o mesmo, e eu continuarei correndo.
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Companheiro…discordo em alguns termos.
Também não entendo a lógica de partir para um desafio de quase 70km no primeiro ano de corrida – ou é falta de treinador que diga “não”, ou é vontade de se machucar mesmo. Mas, depois de anos ouvindo histórias de quem mudou radicalmente de vida (perdeu 50kg, deixou as drogas, o álcool) percebo que existe um grupo de pessoas que precisa de desafios grandes para dar o primeiro passo – não me identifico, mas entendo.
Também discordo quanto ao “crescimento espiritual” que algumas provas podem trazer. Só pra dar um exemplo, no El Origen, no Aconcágua (em março último) me senti mais próxima do divino do que em qualquer igreja (não, não vou à igreja), e conheci pessoas incríveis, dispostas a ajudar mesmo seu concorrente direto. Se isso não faz parte de “crescer”, não consigo classificar de outra forma.
E nem precisava postar nas redes – as minhas fotos, pelo menos, só entraram dias depois, quando deu saudade 😉
beeeeeeijo
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Mas aí vocês confundem esporte com turismo. Lugares bonitos com energias positivas, altamente contemplativos. Mas isso não é esporte.
No esporte também pode-se ter contato com o divino. Posso fazer até auto-terapia enquanto corro uma prova de 5.000 mt na pista, por exemplo. Não preciso ir no Aconcágua.
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Êita que o Balú sempre gera polêmica. Enfim, vamos aos fatos… Acho muito sofrimento o cabra fazer uma maratona em 5h(quase burrice e, sinal que ele não está preparado), também acho que desafios dos “duendes”, coisas fora da realidade para pessoas que acabaram de iniciar na corrida, é outra burrice. Acho que as pessoas querem provar para as “outras” que fazem isso ou aquilo, pois conheço gente que, se o gps descarregar, ele volta pra casa, ou, deixa de parar no meio de um treino para cumprimentar um amigo pois vai aparecer no Strava que ele parou ou, vai subir seu pace e os “amigos” rápidos irão ver…. Enfim, tem gente de tudo que é tipo, os que escutam música(tb nunca entendi a finalidade), os que só correm se tiverem como divulgar/postar, pois sem isso não serve, e, ainda tem os que fazem treinos em carro ou bicicleta, dizendo ter feito correndo para poder pegar algum KOM(uma parada do Strava que coloca um recorde em um determinado percurso) num certo percurso. kkkkkk Vida que segue, porém, só tem um jeito de avançar na corrida, treinando! P.S.: Já vi gente de bicicleta, pedalando atrás de uma Hilux com a tampa traseira aberta(fazem isso para ir no vacuo do carro) só para pegar o tal KOM de um percurso. kkkkkkkkkkk
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Meu Deus… Isso é doença… É transmitida pelo ar será?!
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É por essas e por outras que me libertei de gadgets e apps. Coisa do capiroto, pé redondo, bafo de enxofre.
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Acho que nunca vou entender essa preocupação que alguns tem com o tipo de prova que outras pessoas correm,cada um faz o que quiser,discussão besta.
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Passear não é correr. Passeio não é “prova”.
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Balu, nessa linha do “amador que quer fazer prova grande”, vc viu o Thiago Pereira (o nadador olímpico)? Ele começou a treinar com a MPR, triatlon.
Colocou como meta em 10 semanas se preparar prum meio iron man. Umas 4 semanas atrás ele subiu numa bike speed pela primeira vez, e tá fazendo 8km pra pace de 6’/km pq nunca treinou corrida.
Ao mesmo tempo que acho bacana colocar uma meta, e sabendo que o cara é fora da curva (foi atleta profissional, tá acostumado com levar o corpo mais perto dos limites, aguenta uma carga de treino maior, tem mais “bagagem”), fico achando que é um péssimo exemplo. Bem complicado :S
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Nessa aí todo mundo é adulto… nada é de graça nessas parcerias… tem que relevar… Tonto e azar de quem assiste fingindo que é tudo natural.
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Pelo que pesquisei aqui,
o Thiago Pereira, vai disputar o 70.3 Florianópolis, mas na categoria amador olímpico (distância de 1,5 km de natação, 40 km de ciclismo e 10 km de corrida)
e tbm que é praticante ciclismo desde os tempos em que competia profissionalmente.
ou seja, desafio que irá tirar de letra.
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O Meio já seria fácil. O olímpico não precisa nem treinar….
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dia 22 de abril é a prova, veremos o resultado 🙂
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Não sabia que era no olímpico, é que vi um post no instagram falando do meio iron (sem citar a distância), por isso a confusão. O olímpico é bem mais “factível”.
Mas o lance da bike, fala nessa reportagem se ele é praticamente com bike speed/TT? Pq no post do instagram dele, falava que não andava de speed.
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Pode ser de MB… Fácil igual .
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Resultado THIAGO PEREIRA
IM M3034 05:45:23
nataçao 00:23:57 transição 00:05:19
bike 02:48:32 transição 00:03:01
corrida 02:24:34 transição
posição categoria – 117
posição geral – 661
detalhe, não foi a melhor natação, nem da categoria
bike foi boa, 32 de média
corrida foi ruim
vai ser legal acompanhar a evolução dele
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Precisa treinar, sim, bastante.
mas irá tirar de letra.
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Para… Me dá um mês de academia com piscina que faço… Sem correr daqui até lá.
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Putz, não tinha lido isso ainda. Vale quanto?
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