Leituras de 5a Feira

Segundo levantamento do Map My Run sabe qual o percurso de corrida mais usado em toda a América do Sul? A conhecida “Volta do Lago” no Parque do Ibirapuera (SP), um percurso de 3km. Nela, o período de maior movimento é às 3as Feiras às 19h00, onde várias assessorias dão treino. *vale dizer que esses dados se limitam aos usuários do aplicativo, mas são um belo norte.

Auto-jabá: no blog coirmão falo sobre a enorme, antiga e fiel folha de pagamento do Diabetes.

Meio off-topic: quer melhorar muito sua corrida? Não é sobre suplementos, sobre tênis, sobre treino à parte da corrida… é sobre dedicação ao que realmente importa. Na Outside trecho do novo livro de Steve Magness com Brad Stulberg lista 4 coisas que todas as pessoas bem-sucedidas em sua área fazem diariamente.

O que o corredor moderno espera das grandes marcas? Executivos tentam adivinhar.

OK, perdi o timing, mas aqui vai um vídeo-paródia do Tirulipa sobre Usain Bolt e seu affair nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Ao contrário de Alex Hutchinson, que já na abertura de seu texto fala não gostar de falar de impacto positivo da perda de peso no desempenho, eu gosto! Isso porque acredito demais que o desempenho na corrida de longa distância tem uma correlação positiva muito forte com (baixo) peso, (alto) volume de corrida e (alta) capacidade de dispersão de calor. Isso parece ser bem claro nos 2 últimos pontos (os melhores atletas em média rodam mais que os medianos, os atletas da elite usam pouca ou menos roupa e, por fim, os aclimatados melhoram), mas quando falamos do peso sempre alguém aparece falando em níveis musculares nos membros superiores. Dizem isso como se os etíopes fossem capazes de fazer supino com 100kg ou que quenianos fossem exímios na remada alta. Mostre-me um grande corredor com ombros de estivador. Um só! Um que tenha tríceps e trapézio de cross-fiteiro! Corra você sem nada, carregando 10kg de músculo bovino ou 10kg de bacon, e me explique a diferença dos 3. Menos peso, mais desempenho. Mas árvores não crescem até o céu, logicamente. Porém, basta uma olhada apressada no peso dos atletas olímpicos e você verá que eles chegam a níveis incríveis de baixo de peso. Dentre os muitos companheiros fora-de-série que tive, era uma preocupação constante: na hora H, na semana da prova importante, o peso TINHA que estar a qualquer custo lá no chão. É bobagem achar que não. Inclusive, os pesos nas extremidades (leia-se pés), importam ainda mais! Então se você quer correr melhor: rode mais, use pouca roupa e mantenha o peso baixo. Se duvida: corra menos, troque o volume de corrida por cross-fit (ou aulas de xadrez), vire um Rambo e corra com uma jaqueta de couro. Tente e me diga como é! *ah! Aqui o texto de Hutchinson que dá números gerais do quanto nosso peso ajuda ou atrapalha! Se você não lê inglês, saiba que em provas curtas trata-se de algo como de 2 a 3 segundos por quilômetro mais veloz por cada 1kg de peso a menos! Muita coisa!

Kilian Jornet às vezes me assusta! Sabia da sua intenção de subir o Everest “correndo” sem auxílio de oxigênio. Mas fazer isso em tempo recorde e duas vezes em uma semana?? Medo! *dica do Helio Shiino.

10 pensamentos sobre “Leituras de 5a Feira

  1. Balú, os 10kg de músculo bovino nas costas não equivalem a 10kg de músculos “dentro” do seu corpo…. Entendi seu ponto e concordo mas não achei essa comparação “justa”…

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  2. Hélio Shiino disse:

    (…) mas quando falamos do peso sempre alguém aparece falando em níveis musculares nos membros superiores. Dizem isso como se os etíopes fossem capazes de fazer supino com 100kg ou que quenianos fossem exímios na remada alta. Mostre-me um grande corredor com ombros de estivador. Um só! Um que tenha tríceps e trapézio de cross-fiteiro! (…) (Danilo Balu)

    Digo por mim. Por mais que eu coma proteína animal, eu percebia que do tronco para cima, falando grosseiramente, estava se tornando quase que esquelético. Claro que não a nível de cross-fiteiro, mas no início desse ano eu comecei a fazer, sem qualquer auxílio profissional, alguns exercícios bem básicos de Calistenia Street para a parte do tronco para cima. No inconsciente, foi na intenção de manter o Centro de gravidade no mesmo lugar.
    Aproveitando que você citou os quenianos/etíopes, na minha percepção, no que tange eles não fazerem (sic) um intenso trabalho de força nos membros superiores seria devido as adaptações genéticas dessas etnias ao longo de sua história. Eu precisaria saber se os corredores de Elite japoneses não fazem esse trabalho de força do tronco para cima.
    Balu, no fim do ano passado, estava com uma média de 55kg. Não sei o que aconteceu, meu peso médio despencou para 53,5~54kg atuais. Quando faço algo um pouco mais do que 10K mesmo nesses dias que não é de verão, chego próximo dos 52kg. (Acho que faz um pouco mais de 3 anos que não bebo líquido durante um treino mesmo atingindo a marca de 15K) Aparentemente, agora que venho fazendo esse trabalho de força, não pareço estar subnutrido, mas no início do ano…
    Imagine isso em 1,75m…
    Pensei, como já tinha pouca gordura para ser queimada, acreditava que a busca por energia estivesse sendo nos músculos…

    (…) os atletas da elite usam pouca ou menos roupa e (…) (Danilo Balu)

    Há, no regulamento das “Grandes” Maratonas, alguma cláusula que diga que o participante não pode correr sem a parte de cima? Se for permitido, eles não o fazem somente pela questão do anúncio do patrocinador?

    (…) Dentre os muitos companheiros fora-de-série que tive, era uma preocupação constante: na hora H, na semana da prova importante, o peso TINHA que estar a qualquer custo lá no chão. (…) (Danilo Balu)

    Qual é a “equação” que estes aplicavam para saber até quanto os seus pesos deveriam estar “acima desse chão” visto que no momento da conclusão da prova, aí sim, os seus pesos estariam lá no chão?

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    • Rafael disse:

      curiosidade. Quais seus tempos nas provas?

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      • Hélio Shiino disse:

        Sabe Rafael, muitos também me perguntam quais os meus tempos.
        Eu acho que meus tempos não tem como serem referência para ninguém. (risos)
        Tem alguns fatores “invisíveis” que muito gente não leva em conta. Mas fazem diferença sim.
        Explico.

        (1) Comecei a correr faz míseros 5 anos e também já sou um pré-idoso. Apesar de que a maioria esmagadora achem que eu tenho a aparência de jovem, por dentro, o tempo de recuperação dinâmica ao longo de uma prova é lenta. Ah, sim. Sou amador competitivo. Então como eu comecei tarde, não tenho essa tal de “memória muscular”. Tenho sim recorrentes amnésias musculares. P.S. Preciso urgentemente de um terceiro pulmão porque os 2 atuais já são senis e não está dando conta do recado.

        (2) Desde que me entendo por gente, a maioria das coisas, aprendi pelo autodidatismo. Claro que não para tudo. Mas para a corrida de rua, li muito, estudei muito, observei muito. Sou extremamente crítico e cético. Da mesma forma como a gente só ganha lastro na corrida correndo, tendo essa lógica como um fio condutor, apliquei que para correr mais rápido eu teria que observar os corredores mais rápido. Você “cola o nariz” no monitor do computador e fica assistindo o movimento de pernas, braços e tronco dos atletas de “cara para o vento”. Pois bem. Com esse método, tenho a plena consciência de que eu chegarei a um limite X. Estou perto desse limite. Também tenho a plena consciência de que para ultrapassar esse limite, eu precisaria de um profissional. Mas por enquanto não.

        (3) “- Que atire a primeira pedra quem NUNCA ingeriu sequer 01 miligrama de BCAA, ou Whey Protein, ou Carboidrato em Gel, ou qualquer química para te dar um UP seja em treino, seja em prova.”
        Pena que aqui no meu entorno não vejo uma pedreira…
        Sim, eu NUNCA ingeri qualquer química, seja em treino, seja em prova. NUNCA!!!!!

        Então Rafael, por conta de pelo menos essas 3 justificativas, os meus tempos não tem como serem referência para NADA.

        Mas aí alguém me perguntaria: “- Não valeria a pena mudar a minha opinião pelo menos no item (3)???”
        Reconheço que a ingestão dessas coisas melhora no desempenho, mas sabendo que eu comecei a correr em uma idade avançada, seria de grande valia ter resultados imediatos via esse artifício???
        Falo por mim.
        NÃO.
        Continuarei me dedicando e espero subir pela primeira vez no pódio (claro que na Faixa Etária), daqui a 25 anos, pelo menos.
        Eu tenho paciência!

        Preciso sim, treinar para melhorar a minha força mental a fim de suportar as dores psicológicas! E isso, nos Youtubes não são visíveis. (risos)
        Uma vez, um Sábio Professor meu me disse que não há uma forma de ensinar o camarada a raciocinar. Isso tem que vir da vontade de mudar e de perseverar de cada um. E esse treinamento mental é bem por aí!

        Rafael,
        Cada um é cada um, por isso, por conta do que eu ressaltei acima, não tem como me tomar como base para a Corrida de Rua mesmo eu sendo um Peso Mosca. (risos)

        Aplico uma outra Filosofia de Corrida!
        Sou Amador na Essência da Palavra!

        Um Grande Abraço!

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    • Danilo Balu disse:

      Vc não pode correr sem camiseta (homem ou mulher)… Nem de top mulher pode.

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    • adrianapiza disse:

      Hélio, na verdade estou respondendo seu comentário posterior…mas não tinha lugar para responder.

      Não acho que mudando sua opinião sobre o item 3 você teria alguma melhora. Essas coisas são as que menos importam!

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      • Rafael disse:

        obrigado Hélio!

        Concordo com a adriana piza. Tbm concordo com seu item 2.

        abraços

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      • Hélio Shiino disse:

        “Não acho que mudando sua opinião sobre o item 3 você teria alguma melhora.” (Adriana Piza)

        Não me lembro exatamente a época mas foi entre 2013 e 2014 em uma prova de Meia. Vinha eu e um outro competidor, “cabeça a cabeça”, disputando ao longo dos kilômetros quando na altura do km16, ambos sentindo uma fadiga natural por conta da disputa, veio uma ligeira queda no rendimento. Percebi que ele sacou um sachê de carboidrato gel e tomou. Deu-lhe um gás, tomou a dianteira de forma progressiva e desgarrou sumindo do meu campo de visão. Fora essa experiência, muitos que tomam esses géis, relatam que realmente “dão um gás”.
        Eu entendo que “dar um gás” está relacionado a melhora de performance.
        A natureza preconiza que se algum órgão do corpo humano pede um tempo de recuperação, devemos respeitar. No entanto, se fazemos uso de algum estratagema para mascarar desconforto extremo e, consequentemente, mantemos esse mesmo “giro do motor”, é porque fomos contra essa natureza. Isso é dar uma sobrevida! Isso é melhorar a performance!
        Você acabou não dando tempo ao tempo.
        O que foi feito é uma aceleração do Processo!
        Foi em cima desse raciocínio que eu afirmei que traz melhora na performance.
        Mais do que melhora na performance, entendo como uma agressão ao corpo!

        Apesar disso, eu ratifico minha posição.
        Quero distância dessas químicas.
        Nem mesmo analgésicos, nem anti-inflamatórios!

        P.S. Ainda estou em busca de um esclarecimento a respeito dessa linha tênue entre o que é doping e o que não é doping.

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      • adrianapiza disse:

        Hélio, em provas longas, ao invés de tomar um sachê de gel, pode comer uma bananinha, mel, uva passa, enfim, nesse caso não vejo como suplemento artificial. E ainda, esse “gás”todo muitas vezes é psicológico. Já passei pela fase de achar que não teria reservas para um 10k forte, e levava uma bananinha para comer 5 minutos antes da largada. Psicológico puro, pois hoje não como nada e me sinto melhor ainda!
        Estou me referindo a BCAA, Whey….e por aí vai. Acho que temos tudo na comida, não precisamos nada disso. Hoje as pessoas fazem exercício por 30 min, 1 hora e acham que o corpo por isso precisa de tudo isso, vitaminas…como se fôssemos feitos para ficar parados o dia todo!
        A melhor palestra sobre suplementos que vi, há uns anos, foi uma que o cara mostrou uma foto de um monte de potes de pós, dos mais variados suplementos, cápsulas…e depois mostrou outra foto com muita comida, variada, arroz, feijão, carne…e falou: “Tudo que tem nos potes, tem aqui. ” Pronto, não precisei ouvir o resto.

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  3. Julio Cesar Kujavski disse:

    Eu acho muito engraçado quando vejo um crossfiteiro correndo. Eles correm muito esquisito.

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