O retrato das Meias Maratonas brasileiras (2016)

Como já é quase tradição no Recorrido, publico abaixo (e aqui completo) o relatório das Meias Maratonas Brasileiras edição 2016. Este é um levantamento único no nosso mercado de corrida e busca principalmente colocar um pouco de luz dando números a uma das distâncias preferidas pelos corredores do país. São 4 os pontos que destaco:

– O número recorde de concluintes (115.000);

– Pico este apesar da queda do número de provas (107);

– O número de homens patina há 3 anos;

– Cada vez mais mulheres correndo os 21km. Hoje elas são cerca de 1 de cada 3 concluintes, sendo que em 2011 eram uma de cada 5.

Resumidamente: ainda que pequenas em comparação às gringas, nossas provas estão cada vez maiores e mais femininas.

meias-brasil-2016

Após patinar 2014-2015, cresce o número de concluintes

Mais uma vez a Meia Internacional do Rio de Janeiro (Yescom) aproveita a força da TV para ser a maior prova do país. Porém, ou mudam para melhor, ou em 2017 perdem a liderança para outra prova carioca: a Meia da Maratona.

Das 7 maiores provas, 6 estão no eixo Rio-SP.

Das 13 maiores, somente 4 NÃO estão no mesmo eixo.

A Golden Run Brasília (5º) é a maior fora do eixo.

A Meia de Floripa (9ª) é a maior da Região Sul.

A soteropolitana Iguatemi Farol a Farol (12ª) a maior do Nordeste.

A do SESC de Belém (PA) é a maior no Norte (29ª).

Já a das Cataratas do Iguaçu (18ª) é a maior fora das capitais.

Para quem acha que é fácil ganhar dinheiro organizando provas de 21km, vale lembrar que 5 das maiores provas do país na distância em 2015 deixaram de existir. Não é só isso! Apenas 3 (em mais de 100 provas!) cresceram ano a ano de 2011 para cá!

Por fim, se você quer organizar uma Meia Maratona, saiba então que das 15 maiores, somente duas NÃO têm outras distâncias correndo em paralelo.

Não sou muito adepto da futurologia, mas dá para imaginar um 2017 com mais ou menos o mesmo número de provas, de concluintes, porém, com mais mulheres! Mas algo que podemos esperar, é também corredores mais lentos. Há 3 anos que a velocidade mediana do meio maratonista brasileiro cai. E hoje ela está em 2h19:28 (6´37″/km) entre as mulheres e 2h03:50 (5´52″/km) entre os homens. O que isso significa? Que se você, homem ou mulher, corre ao menos 1 segundo mais rápido que essas marcas, você chega à frente da metade (50%) de todos os demais corredores brasileiros! Isso coloca em perspectiva o perfil do meio-maratonista médio brasileiro.

Ainda falando em velocidade, se você busca uma boa marca, talvez devesse dar uma chance à Meia Maratona de Porto Alegre, que ocorre junto da veloz Maratona, e à Maratona de Internacional de Florianópolis, as duas mais rápidas do país. Outras duas que correm um pouco por fora são: Subway Curitiba e a Golden Run Brasília.

Para esses e maiores detalhes, entre e confira o exclusivo Infográfico das Meias Maratonas Brasileiras em 2016.

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23 pensamentos sobre “O retrato das Meias Maratonas brasileiras (2016)

  1. Hélio Shiino disse:

    “Mais uma vez a Meia Internacional do Rio de Janeiro (Yescom) aproveita a força da TV para ser a maior prova do país.” (Danilo Balu)

    Dentre o Ranking das Polêmicas, só perde para a Corrida de São Silvestre!
    – Horário de Largada em função da Televisão.
    – Não separada por baias.
    – Abarrotada de gente.

    Reclamam até a primeira geração dos Organizadores mas…
    … assim que chegam em casa, esfria a cabeça, vão procurar pelo seu Tempo e encontram um aviso que já estão abertas as inscrições, com PROMOÇÃO, para a edição do ano que vem, a mão treme tentado a clicar no “Efetuar Inscrição”…
    …e se INSCREVEM!!!!!

    Vai entender!

    ===============================================
    Para quem acha que é fácil ganhar dinheiro organizando provas de 21km, (…)

    Por fim, se você quer organizar uma prova de 21km, (…)

    (…) O que isso significa? Que se você, homem ou mulher, corre ao menos 1 segundo mais rápido que essas marcas, você chega à frente da metade (50%) de todos os demais corredores brasileiros! Isso coloca em perspectiva o perfil do corredor médio brasileiro nos 21km.

    Sem querer valer do Preciosismo mas como estamos tratando de Meia Maratona, mencionar a distância em km não seria caso fosse disputado em Pista?

    Particularmente sou favorável a me referir como Meia ao invés de 21K. (Saliento que o Post aborda o tema da Meia Maratona e não o de distância de 21K)
    Por quê?
    Porque a Meia, mesmo com todo os problemas que já estamos cansados de saber a respeito de aferição de percurso, tem a distância oficial 21,097m.

    É sabido que tem provas sendo vendidas como exatos 21K e o efeito manada alardeia como sendo uma “Meia Maratona”.

    ===============================================
    Só para concluir.
    Treinar e competir em uma Prova de Meia há nada melhor!
    Nem tão curta demais, nem tão longa demais!
    Está na Medida!

    Faço coro para ser incluída como uma Modalidade do Atletismo nos Jogos Olímpicos!
    É só para provocar! (risos)

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  2. Impressionante o crescimento da Asics Sp… E estou curioso pra saber como ficarão os números esse ano com a divisão da Asics e SP City-Iguana (algum palpite Balú, qual será
    maior?)

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  3. Fernando disse:

    Sou de Cwb, a meia daqui (pavorosamente chamada de Meia Subway) é ridiculamente mal organizada pela Nosso Time, é comum faltar água, além da inscrição custar mais do que a própria maratona.
    Não é um percurso tão bom para velocidade e recordes, em virtude da grande quantidade de subidas.
    O fato dos tempos estarem mais lentos não seria um reflexo do aumento de corredores e eventual migração dos mais rápidos para outras provas, p.ex, para os 42k?

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  4. Enio Augusto disse:

    Alá a Meia de Floripa. Essa vale a pena! Legal ver ela em 9º no ranking.

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  5. Julio Cesar Kujavski disse:

    Então o pace médio do corredor brasileiro homem para a meia maratona é 5’52” min/km.

    E precisa de treinador, assessoria, nutricionista, gps, roupas caras e tênis mais caros ainda pra trotar desse jeito ?

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    • Danilo Balu disse:

      O mais sujo é que a argumentação será que com “treinador, assessoria, nutricionista, gps, roupas caras e tênis mais caros” a pessoa seria/será mais rápida…

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      • Neilson disse:

        É a lógica do – “não tenho força de vontade ou disciplina para fazer isso tudo se: a) não tiver alguém cobrando de mim ou me motivando a fazer; b) perder/gastar dinheiro é o melhor motivador – já que gastei 2 mil em gps, 800 no tênis, 300 na consulta com a nutricionista e sei lá quanto nessa camisa (mesmo ganhando “de graça” várias nas competições), o jeito é ir pro treino; c) finalmente, já que eu nunca vou ganhar uma corrida nem na minha categoria, ao menos eu ganho de alguém na assessoria…”.

        Felizmente tudo isso funcionaria com um pouco mais de força de vontade ou disciplina, já que: a) dá pra se cobrar sozinho; b) usar o tempo gasto nos treinos e não o dinheiro como referencial; e c) tentar ganhar de completos estranhos que sempre estão na sua frente nos resultados de corrida, se você tiver esse espírito competitivo – sem gastar um centavo à mais do que o valor das inscrições.

        p.s: valeu pela explicação da Meia do Sol – Natal/RN.

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      • Fernando Saldanha disse:

        Não creio que sejq apenas este intuito. Uma nutricionista melhora nossa qualidade de vida, e por vezes nos liberta da ignorância. Gps é um diário de bordo, roupa realmente nos deixa mais confortável, ou prepardo climaticamente. Tênis é um tesão a parte ,assessoria um grupo com o mesmo fim e treinador, um orientador. Nada necessário, mas não ofende nem mágoa ninguém e se puder pagar estará gerando riqueza.

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      • Neilson disse:

        Ninguém (ok, talvez o Balu,com nutrição esportiva) é contra assessorias, profissionais da saúde ou equipamentos esportivos – a discussão aqui é sempre contra a falácia que eles são imprescindíveis para correr melhor ou mais rápido. E, de olho nas estatísticas, Balu tem vários argumentos pra mostrar que ao invés de ficarmos mais rápidos ou sofrermos menos lesão com a introdução de tudo isso no nosso esporte/hobby, o que aconteceu foi o contrário…

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  6. Pedro Ayres disse:

    Se eu fosse ranzinza diria que essa distância dá uma sensação de guerreirismo (sic), sem ser exatamente extenuante. O sucesso do corredor se mede em quilômetros, ergo, é inútil buscar ser bom em 1500, por exemplo.

    Eu sempre imagino um neto vendo as medalhas do vô e dizendo:

    – Poxa, o vô ganhou tudo isso?
    – Não, não, só participou…
    – Tipo… gincana?

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    • Julio Cesar Kujavski disse:

      Aí é que está: É muito mais fácil percorrer longas distâncias do que tentar ser mais rápido.

      E a grande maioria vai pra onde é mais fácil, lógico, como diria o Balu.. rsrs..

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  7. Evandro Sestrem disse:

    Muito bacana o levantamento, Balu!

    O que me chamou a atenção foi:
    “…vale lembrar que 5 das maiores provas do país na distância em 2015 deixaram de existir”

    Qual é a Meia mais tradicional do país? Conheço uma na cidade de Gaspar-SC (próximo a Blumenau) que terá a 33a edição em 2017. Dados da de 2016: http://www.km.esp.br/index.php/pt-br/resultados/resultados-2016/332-25-09-2016-32-meia-maratona-bela-vista-coutry-club-2016

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  8. Neilson disse:

    Dúvida, Balu. A meia do sol, em Natal, foi contabilizada no infografico? Os dados sao de concluintes apenas nos 21k? Estou no celular, viajando, e nao co segui ve-la no gráfico, mas lembro que falavam de mais de 2 mil inscritos pros 21 e 6mil juntando as outras distâncias
    http://meiamaratonadosol.com.br/2016/11/meia-maratona-do-sol-se-consagra-como-uma-das-maiores-corridas-de-rua-do-brasil/

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  9. Fernando Saldanha disse:

    Meia do Sol. Foi a pior meia que fiz. Circuito, organização, horário, som horrível, e ruim, na largada, e camiseta tamanho único, padrão pigmeu. Fiz a 2015 e não entendo a aceitação, só pode ser referência.

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    • Neilson disse:

      Quanto ao seu comentario da meia do sol de Natal: circuito – trajeto cheio de ladeiras, mas que vai da arena das dunas à Via Costeira – prefiro percurso sem volta, mas por causa de problemas de segurança na cidade, optaram por fazer bate e volta; , horário: infelizmente o sol e a temperatura numa prova mais longa na cidade tende a gerar problemas de insolação, desidratação etc, em 2014 um corredor morreu na prova concorrente, de manhã, que deixiu de existir depois disso – o horario das 16h acaba sendo o melhor pra uma prova desse tipo (a não ser que vc queira correr as 5 da manhã, como fizeram as duas ultimas corridas mais longas na cidade); as camisetas em 2016 tiveram vários tamanhos, não lembro 2015… De qualquer forma, mesmo com problemas, fico feliz em ver as meias e maratonas se consolidando no nordeste: Fortaleza, Natal, João Pessoa, Recife, Maceió e Salvador tem pelo menos duas meias por ano, e Aracaju está entrando no ritmo. Existe corrida fora do circuito Sul-Sudeste. Agora só falta o Norte pegar impulso…

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    • Danilo Balu disse:

      Padrão pigmeu HAHAHAHAHAHA

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  10. Fernando Saldanha disse:

    Parabéns pela pesquisa. Adorei navegar pelo números Brasil.

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  11. […] acabar uma série iniciada dias atrás (aqui, aqui e aqui) e depois de publicar o infográfico das Meias Maratonas Brasileiras, o das Maratonas […]

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