Leituras de 3a Feira

No outro blog: patrocinar entidades que parecem sérias é o jeito mais garantido de apoiarem seus produtos!

Textaço da Outside debate um dos meus temas preferidos: evidenciar a queda de ritmo entre os corredores amadores. As razões não são exatas nem claras. Eu mesmo conversando com o Pedro Ayres, que me mandou a dica, arrisco dizer que tem um quê de imediatismo, uma constante e contraproducente busca por conforto (ou medo do desconforto e do estresse), uma variedade de opções de lazer que não só mais a corrida, a falta de propósito por tanto esforço (já que ninguém dá a mínima aos velozes)… acho que é um pouco de tudo.

Você não precisa entender muito de Biologia para saber que Charles Darwin estava errado. A maior prova contra o gênio é que o ser humano é a raça dominante deste planeta. Não deve haver evolução… Se você quer acabar com o seu dia você deveria ler esse texto ESSENCIAL da Runner´s World para sentir na pele o que é ser corredorA. Triste, mas TEM que ser lido.

Texto no The Wall Street Journal traz recordações de um pai orientando nos anos 70 seu filho a correr sua primeira maratona. Muito velha guarda!

No The New York Times matéria com detalhes do corredor que recentemente bateu o recorde da travessia correndo os EUA de costa a costa.

Hoje não é 6ª feira, mas é véspera de feriado! Pois quem lê o Recorrido sabe que aqui todo dia é dia de maldade! *tive o prazer de ser co-roteirista dessa obra-prima do Corrida no Ar!

4 pensamentos sobre “Leituras de 3a Feira

  1. Infelizmente essa matéria sobre o assédio às corredoras trouxe pouca novidade, ao menos pra mim. Se você for ao Rio vê com facilidade que entre os que correm com música as mulheres são maioria porque se não fizerem isso, vão ouvir todo tipo de baboseira de pedestres e motoristas imbecis (usar mais roupa para as cariocas não é realmente opção). Também dá para ver que embora elas sejam minoria entre os corredores, são maioria em quase todas as equipes e assessorias, porque é a forma mais prática de garantir companhia pros treinos. Nunca ouvi relatos de ataques ou assassinatos como os casos mencionados no artigo mas não me surpreenderia se me contassem. Agora assédio? Cantadas idiotas? É o que mais tem.

    Infelizmente não vejo muita solução pra isso a não ser que os caras gradativamente se tornem menos imbecis. Criminalizar ou punir de alguma forma é complicado porque na letra da lei é difícil traçar uma distinção entre o assediador grotesco e o sujeito que paquera de forma educada e respeitosa.

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  2. Sobre os amadores “lentos” (hoje estou inspirado, pelo visto).

    Bom, a gente sabe que em corrida tempo está diretamente ligado à quilometragem de treino – quem roda mais, corre mais rápido. Bom, nos últimos 10 anos uma cambada de médicos, jornalistas, técnicos, fisioterapeutas e sei lá mais quem tem se empenhado em vender a ideia de que a corrida é um esporte perigosíssimo no qual você vai certamente se machucar ou até ter um ataque cardíaco se não pagar uma pletora de profissionais pra te acompanhar.

    Claro a maioria das pessoas não pode ou não quer pagar tudo isso. Mas o medo fica lá. O que o sujeito faz então? Corre menos. O pior é que salvo engano as estatísticas de lesões não caíram uma vírgula. Outro fator talvez seja a difusão do cross-training – amadores tem tempo limitado pra treinar então normalmente cada hora que o sujeito passa na academia puxando ferro é uma hora a menos correndo. Isso provavelmente é até mais saudável mas não ajuda a melhorar os tempos.

    E tem também uma diferença de cultura. Eu pelo menos não valorizo recorde pessoal tanto quanto os mais rápidos. Faço poucos treinos de tiro porque acho um porre e desgastante demais. Então certamente estou correndo abaixo do meu potencial, que já não é lá essas coisas. É uma escolha.

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  3. Neilson disse:

    A matéria do assédio e ataque às corredoras foi minha primeira leitura do dia… acordei, vi que tinha novidade no blog e, ainda na cama, percebi que Balu não tinha mentido ao dizer que aquilo ia estragar meu dia. Não consegui perder toda a esperança na humanidade, pois até agora somos três homens repudiando esse comportamento doentio. Quanto mais empatia tivermos com as agruras da vida do sexo oposto, maior a chance de não reproduzirmos em menor escala esse tipo de atitude e de educarmos pelo exemplo a próxima geração para que algum dia isso se torne uma exceção, uma aberração, e não a rotina diária da vida de uma corredora de rua.

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  4. Neilson disse:

    Quanto aos amadores “lentos” – e nem sou um deles, pq sou lento paca – acho que nesse nível (dos 100 primeiros, numa prova de dezenas de milhares), mais do que o medo do estresse oxidativo e outros males da performance, tem mais o imediatismo, somado ao espírito ultra-competitivo e sua consequente frustração. É provável que uma pesquisa como essas se repita aqui no Brasil. Quantos de nós conhecemos amadores-profissionais que competem quinzenalmente – os que tem patrocínio para justificá-lo; os que não tem, para ganhar prêmio de prova. Nesses, tendemos a não ver melhora de tempo – o que importa é ganhar do concorrente, e não de si mesmo. Pros demais, o que importante é ganhar na sua categoria, não de si mesmo. Se não tem categoria pra ganhar, o que vale é ganhar do seu colega da assessoria, o moleque dez anos mais novo que você da equipe do lado etc. Na hora que a a chance de vencer é frustrada (e lá pro 100o quase toda chance de ganhar pro ultracompetitivo já foi), você se rende e se poupa, pra evitar um sofrimento “desnecessário”. Nesse imediatismo de competir sempre que pode a periodização vai pro espaço, e com ela o descanso necessário para a adaptação ao estímulo…

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