Leituras de 5a Feira

Não gosto de repostar texto no blog, mas este merece. Noah Droddy quase quebrou a internet do mundo da corrida quando disputou a seletiva olímpica americana dos 10.000m. Seu estilo inusitado chamou a atenção. O que poucos sabem é que ele é um atleta amador com uma história incrível que mereceu com justiça ser retratada na Runner´s World logo depois da prova! Neste domingo ele foi vice-campeão do campeonato americano de 10 Milhas. Fantástico! Por isso volto a ele!

Tempo atrás falei sobre o desaquecimento no meu Facebook e veio um mané, professor de uma universidade mineira, falar bobagem para mim. Ele dizia que uma evidência que desaquecimento funciona é o fato do ciclista britânico Chris Froome fazer após etapas do Tour de France. Não sei se tenho pena dos alunos dele ou da entidade que tem no quadro alguém que pensa em 4 apoios. Na verdade não tenho pena dos alunos porque esses já devem saber o naipe do professor, eu sempre reconheci os meus professores mais picaretas ainda na primeira semana de aula. Semana passada saiu uma matéria incrível que vem jogar mais luz na busca dos “ganhos marginais” do ciclismo. Futebol, Política ou antidoping no ciclismo…. se gritar “pega ladrão” quantos não saem correndo? É sobre ciclismo, mas vem nos lembrar para não nos iludirmos também no atletismo.

Um estudo bacana divulgado na Runner´s World vem nos lembrar que tênis com baixo drop NÃO diminui as chances de lesão.

O The Washington Post faz acusações e revelações comprometedoras do presidente da poderosa USATF, e os atletas e treinadores disparam pedindo sua cabeça. Enquanto isso, no Brasil o representante dos atletas olímpicos votou a favor do 6o mandato de Carlos Alberto Nuzman que vai completar 25 anos à frente do COB. Nós não somos meros coadjuvantes olímpicos por acaso, é um trabalho de base muito bem feito!

O Marcos Almeida em seu blog colocou gráficos com os ritmos de alguns atletas da elite nas Maratonas de Berlim e Chicago.

8 pensamentos sobre “Leituras de 5a Feira

  1. Pedro Ayres disse:

    No ciclismo profissional o desaquecimento é importantíssimo… para o patrocinador do rolo de treino.

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  2. Sergio disse:

    Vi vários problemas na matéria da Runners, não sei se constavam no artigo científico original.
    O estudo fez corredores aleatórios, provavelmente a maioria acostumada a correr com tênis com drop, correrem com tenis com e sem drop. Aí acho até surpreendente que mais gente não tenha se machucado sem o drop. Como ele mesmo disse no estudo, é necessária uma fase de transição. Caso o estudo tivesse sido com corredores que corriam com tênis sem drop e feito eles correrem com tênis com drop, este grupo teria muito mais contusões.
    Outro problema é que os tenis sem drop possuiam 21 mm de altura e ainda mencionam minimalismo no artigo! Ora, ao buscar um tênis sem drop, é importante também um perfil baixo. Este tênis alto no meio e atrás não existe! Tudo bem que o título da matéria fala sobre drop, mas a altura da sola é também relevante!
    O uso de tênis com ou sem drop exige adaptação, em ambos os casos, para transitar de um grupo para outro. Para mim a conclusão do estudo é apenas que “uma comparação de tenis de perfil alto, entre corredores correndo com drop e outro que passou a correr sem drop sem nenhum trabalho de transição, resulta em quantidade semelhante de contusões”.
    Fiz essa transição há uns 7 anos. Claro que minha experiência é, como se diz, “anecdotal”. Mas pareceu claro reduzir o stress (e as contusões) em joelho, canela e quadril, aumentando no pé e tornozelo. No meu caso, que não pode ser extrapolado, foi positivo. Os problemas que tive na transição e nos anos seguintes foram menores e menos graves do que os que tinha antes.

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    • Sergio disse:

      Ah, sim, me referi ao estudo sobre tenis com drop x sem drop, claro.

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    • Danilo Balu disse:

      Eu sou um entusiasta do minimalismo. Eu mesmo nunca mais tive dores no joelho por causa disso. Na discussão os autores falam que há uma limitação do estudo nesse pto. Qdo vc coloca espessura gde com drop diferente c tenta isolar um fator que não seria possível se os tênis de 0 e 6mm além da menor drop tivessem menos entressola.

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      • Sergio disse:

        Bacana. Mas eu acho que é mais do que uma limitação, acho que invalida a tentativa de resposta à pergunta título da matéria da Runners: “Does a Shoe’s Heel-to-Toe Drop Matter?”. Para mim a pesquisa não responde essa pergunta, e a reportagem dá a entender que sim.
        Quanto ao ponto da entressola, seria possível fazer o mesmo estudo com tenis com 6 – 6 mm (drop zero), 12 – 6mm (drop 6 mm), e 16 – 6 mm (drop 10mm). Assim a entressola seria pequena e manteria a diferença no drop que eles queria estudar.
        Legal que você também é adepto do minimalismo.
        abs

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      • Danilo Balu disse:

        Infelizmente tenho que discordar dos 2… o objetivo do estudo era falar de drop, não de drop em minimalismo. Se o drop por si só resolvesse (e essa era a pergunta), não importa se a espessura era 21m ou 6mm. No mercado a espessura frontal, por exemplo, está mais por volta de 10mm do que de 6m. O drop teria que funcionar independente da espessura! Senão vira esquema Doril, vc toma mel, faz macumba, mas é o que Doril que resolve. Foi um jeito, talvez não o melhor, de isolar a questão do drop. O estudo fosse feito desse modo que vc disse (saindo de 6mm), alguém adepto do maximalismo poderia dizer que é uma saída mto baixa. Mas não era o combo que estava sendo analisado.

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  3. Eu ia comentar o texto sobre drop, mas o Sergio já explicou tudo.
    Eu até iria dizer que é um estudo mal feito.
    Mas o fato é que existem tênis parecidos. Aquelas aberrações da Hoka: drop zero e solado alto.
    E o artigo menciona claramente que não são calçados minimalistas e sim calçados acolchoados (cushioned) padrão.

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  4. Carlos disse:

    Outro corredor amador impressionante é o japonês Yuki Kawauchi…

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