Por que estamos engordando?

Se você quer perder peso, não coma. Isso não é uma questão de medicina, mas de termodinâmica. Se você consumir mais (calorias) do que gasta, você armazena.” (Michael Bloomberg, prefeito de Nova Iorque 2002-2013)

Mas… será MESMO?!?

Esse raciocínio tão comum parte da premissa que pessoas ficam acima do peso, dentre outras coisas, porque elas não se movimentam o suficiente e/ou comem demais. Ou seja, o excesso de peso seria fruto de pouco movimento e/ou de muitas calorias. Uma caloria seria assim sempre uma caloria. Isso é o que chamamos de sabedoria popular, tantas vezes repetida e defendida mesmo por especialistas e suas muitas agregações (associações, instituições de ensino e conselhos de profissão) que ficou tão óbvio mesmo para um leigo.

Com tantos milhares de artigos científicos sobre o assunto, há uma enorme dificuldade que nos impede de distinguir entre o que é fato e o que é apenas associação malfeita. Quando muitas vezes atribuímos a obesidade à matemática comer-gastar, equivocadamente acabamos por associar um peso corporal correto à disciplina à mesa ou na academia.

Damos, assim, como sabido a causa e perdemos a oportunidade de entender melhor a questão. Tomamos o errado como certo, e por consequência estamos há décadas tentando tratar um problema com um método (mais exercícios) que, como veremos, não irá funcionar.

É melhor não saber nada (…) do que ter em mente uma ideia fixa baseadas em teorias para as quais buscamos constantemente comprovação.” (Claude Bernard, An Introduction to the Study of Experimental Medicine, 1865).

Crap-Not-True-2O médico Louis Newburgh da University of Michigan muitas décadas  atrás disse que os obesos têm um “apetite pervertido”, que supera em muito as necessidades calóricas que seus corpos precisam. Ainda segundo ele, “todos os obesos são semelhantes em um aspecto, eles comem demais”. A ideia da obesidade como consequência de um mistura entre balanço energético, gula e preguiça virou uma ideia inquestionável, tão verdadeira e tão simples em sua compreensão que não precisaria ser sequer questionada. É a tal da “ideia fixa” que assola a Nutrição convencional.

Voltemos um pouco à nossa fixação com as calorias.

O raciocínio que dá tamanho peso à caloria no controle de peso implica que se, por exemplo, reduzíssemos nossa ingestão calórica optando por alimentos que mantenham nossa insulina alta, como os ricos em carboidrato, AINDA ASSIM emagreceríamos. Não deve haver muitas pessoas vivas na Terra que não tenham tentado alguma vez comer menos para emagrecer. E sabemos que os resultados não são como o esperado. Por quê?

Com insulina presente o corpo não tem como acessar facilmente seus estoques de gordura corporal, essa é nossa cruel fisiologia que permitiu que chegássemos até aqui na evolução por milhares de anos. Mas este texto não é sobre a suposta melhor eficiência da dieta de pouco carboidrato (low-carb) sobre a dieta de pouca gordura (low-fat), é sobre entender melhor a obesidade. Isso porque para entendermos melhor como perder peso, faz-se MUITO necessário entender o como ganhamos.

Primeiro comecemos com a ideia de mais atividade física como saída

Ao olharmos atentamente as estatísticas, vemos que a população realmente ouviu e seguiu as recomendações dos órgãos de saúde no que diz respeito ao exercício físico. De acordo com os dados americanos do National Institute of Health (NIH) de 2001 a 2009, o número de americanos adultos submetidos semanalmente a 150 minutos de exercício moderado (ou 75 minutos de atividade vigorosas) aumentou na maioria dos municípios dos EUA. A variação existe, mas é um fato: estamos mais ativos. Porém, nunca estivemos tão obesos. Ou seja, se fizemos tanta atividade e mesmo assim estamos tão obesos, isso poderia indicar que o exercício físico parece simplesmente não ser a solução do problema. Figurativamente falando, atividade física parece não ser um remédio que funcione para essa doença, ao menos não para uma grande maioria; como indicam as pesquisas, estudos e evidências na ciência não faltam.

Por exemplo, uma meta-análise finlandesa feita em 2000 com 12 estudos avaliando a atividade física como ferramenta de perda de peso, concluiu que ela não tem efeito sequer para prevenir o aumento do peso. Em alguns estudos ela gerou até ganho de peso em relação ao grupo controle.

Anos e anos de progresso da ciência e tudo o que você tem pra me dizer é para comer menos?!?

Anos e anos de progresso da ciência e tudo o que você tem pra me dizer é para comer menos?!?

Uma análise feita em 1986 pelo estatístico Paul Williams da Universidade da Califórnia (Berkeley) e por Peter Wood da Universidade de Stanford, avaliou 13.000 corredores e as distâncias treinadas por eles. Com o passar dos anos todos os atletas tendiam a ganhar peso, independente da distância semanal percorrida. A recomendação dos autores, estatísticos, era a de correr mais para gastar mais calorias e fazer a manutenção do peso.

Ou seja, para eles a manutenção de peso era uma questão matemática. Se cairmos na tentação de seguir essa orientação, um corredor terá que correr cada vez mais com o passar do tempo num ciclo quase infinito. Uma mulher de 20 anos que corresse 5km por dia, cinco vezes na semana, teria de aumentar para cerca de 24km por dia, cinco vezes na semana para manter aos 40 anos o peso que tinha aos 20. Vamos ver se essa abordagem com um enfoque matemático faz sentido.

Uma sistemática revisão sueca mostrou que uma intervenção que adiciona mais atividade física em indivíduos obesos tem um efeito marginal na perda de peso do grupo, sempre variando de pessoa para pessoa. Entretanto, vale frisar que são inegáveis e praticamente incontáveis os benefícios diretos e os indiretos de uma rotina de prática regular e bem-feita de atividade física. Parece não haver na área de saúde profissional sério e qualificado que vá tentar negar isso. Porém, pretendo mostrar aqui que como ferramenta de controle ou perda de peso, a atividade física é uma péssima ferramenta; sua eficiência é baixa, muito baixa.

Pois se historicamente os dados indicam que estamos nos movimentando mais. E se a revisão mostra que nos casos em que passamos a nos movimentar mais não houve uma bem-sucedida redução de peso, talvez estaria errada a mensagem que nos passam de nos movimentar mais para perder peso. Talvez o problema seja mais do que fechar a conta de ingestão e gasto calórico, precisamos primeiro entender, então, a questão do excesso de peso.

Gordura corporal, afinal, é aquilo que se deposita por baixo de nossa pele. Sendo assim, nada mais natural do que pensar e deduzir que a energia que ingerimos na alimentação vá gerar ainda mais gordura. O raciocínio é mesmo lógico e natural, tentador de tão simples. Mas não é mesmo tão simples.

Causa e consequência: a luta contra a obesidade

É bem provável que para resolver o problema da obesidade, tenhamos optado pela ferramenta errada sem saber disso, já que durante a maior parte do século passado parece ter sido um enorme equívoco nossa compreensão sobre o funcionamento do mecanismo da reservas de gordura no organismo humano.

Tradicionalmente, a sociedade entende a obesidade mais como uma questão de força de vontade do que uma desordem, era como se a pessoa pudesse naturalmente perder o excesso de peso, se ela realmente quiser. Enxergamos o problema do acúmulo de gordura de uma forma menos científica e mais puritana. De certa forma, com um pé na ideia do pecado capital da gula como as causas desse problema, acabamos por condenar o obeso. Para combater um hábito pecaminoso e a falha de caráter por ter comido muito, bastaria comer menos ou se movimentar. Quase sofrer pagando um pecado.

E não era só isso, entendemos, equivocadamente, ainda hoje, o problema de balanço de peso como uma questão puramente matemática. Seria uma questão de física, aquela explicada e regida pela Primeira Lei da Termodinâmica que fala sobre a conservação da energia: nenhuma energia pode ser criada ou destruída, apenas modificada.

Quando vamos para o campo do peso corporal, isso significa que as calorias ingeridas menos as gastas resultam nas que serão depositadas na forma de gordura quando este balanço for positivo. Ou seja, se a pessoa precisa de 2.000 calorias e ingeriu 2.500, estas 500 calorias do balanço positivo são um excesso que seria convertido em gordura. Em uma apressada conta inversa, cortar 500 calorias da dieta te traria ao antigo peso.

Mas será que estão nos oferecendo o tratamento certo para o problema em questão? Pode ser, porém, que entendamos que o ponto não é o excesso de comida e/ou falta de movimento, não seria gula nem preguiça. Ou seja, talvez não estejamos ficando acima do peso por comer demais, mas estaríamos comendo demais porque estamos em um processo de engorda.

É muito confuso pensar assim invertendo causa e consequência, mas é hora de nos perguntarmos se sabemos as razões reais da obesidade. É fundamental olharmos com atenção se por décadas não trocamos a ordem delas.

Está no site da Organização Mundial da Saúde (OMS) a definição: a causa fundamental da obesidade e do sobrepeso é o desbalanço entre as calorias consumidas e as calorias gastas. Ou seja, também para a OMS, é uma questão de balanço calórico. Mas voltamos ao ponto, é mais do que provável que por décadas de confusão invertemos razão e efeito, causa e consequência. Isso porque a Lei de Termodinâmica diz que alguém que engordou um quilo acabou consumindo calorias a mais do que gastou. Ela explicou a consequência do acúmulo, mas não a causa do consumo excessivo, apenas relata o fato (engorda) sem jamais explicá-lo em sua origem.

Podemos tentar explicar por diversas analogias, uma delas é fazer um paralelo de uma pessoa com diabetes ainda não devidamente diagnosticada. Essa pessoa produz uma grande quantidade de urina e tem muita sede. Você poderia argumentar que ele urina muito porque bebe muita água. A melhor explicação, porém, sabemos ser outra: urinando tanto, ele precisa beber muita água. Sabendo de sua condição, conseguimos explicar que a causa e explicação do enorme volume de urina é a doença (diabetes), não o fato de beber muita água. Não seria bem aceito tentar explicar que a razão de urinar tanto, beber muito, pois sabemos que ele urina assim porque é um diabético maltratado. Essa analogia tenta explicar que urinar e beber muita água são consequências de uma doença, no caso, a diabetes.

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A ideia de que precisamos e conseguimos controlar de modo consciente nosso consumo calórico é tão crível quanto a ideia de achar que podemos controlar o quanto temos que respirar.

A bioquímica comanda e regula nosso comportamento, não o contrário. Se você tem um paciente bebendo 10 litros de água e urinando 10 litros por dia, pode ser que seja o caso de uma desordem comportamental. Mas é mais provável que ele tenha diabetes. Pedir que ele se controle, tenha força de vontade, “não seja preguiçoso”, “não tenha tamanha gula” por líquidos e “pare de beber tanta água” não o curará da diabetes. Mas por uma crença de lógica similar estamos seguros e acreditamos que pedir que alguém pare de comer muito resolve a obesidade de alguém com sobrepeso.

Talvez valha questionarmos: será que ao tentarmos aumentar o gasto energético com exercícios E/OU reduzir a ingestão calórica de um indivíduo com sobrepeso não estamos tentando resolver o grave problema da obesidade como alguém que fosse tentar curar um diabético apenas cortando a ingestão de água dele?

Fazendo outra analogia, explicar o excesso de peso tão somente por uma ingestão exagerada de comida é como tentar explicar o alcoolismo pelo consumo de álcool, esquecendo e ignorando toda a questão por trás da doença.

A febre é ainda outra boa analogia para explicar a obesidade, suas causas e consequências. Colocando muito gelo em alguém febril, conseguiremos baixar um pouco sua temperatura, que estará pouco elevada por causa da enfermidade. Porém, sabemos que o gelo por si só não irá curá-lo. Mais do que isso, para restabelecer a condição, seu corpo irá disparar algumas reações como tremer, para gerar calor e contrair alguns vasos sanguíneos, para perder menos calor pela pele. Ou seja, tratar um obeso oferecendo menos comida ou mais exercícios não deixa de ser como tratar alguém com febre, dando banhos de água gelada. Ou seja, estamos provavelmente combatendo algo sem saber sua causa e, mais importante, ainda gerando reações.

O aumento de peso não é sobre gastar pouca energia, é sobre uma desregulação de nosso armazenamento de gordura.

Pode parecer repetitivo listar analogias que nunca serão perfeitas, mas é quase central, é extremamente importante que tenhamos bem fixo esse problema fundamental de não confundir causa e consequência no debate sobre obesidade. Imagine que por décadas a Medicina, a Nutrição e a Educação Física têm ido dormir de sapatos como resultado de uma enorme bebedeira e no dia seguinte acordam quase sempre com uma forte dor de cabeça (ressaca). Porém, a solução escolhida pelas 3 é que, ainda que cambaleante, tentemos todos tirar os sapatos antes de dormir porque, afinal, sempre que dormiu com eles, acordou de ressaca. Por décadas, ainda que seguindo as orientações deles de tirar os sapatos antes de dormir bêbados, a enxaqueca no dia seguinte vem sempre igual. Precisamos lembrar que o culpado é o uísque, não o dormir calçado.

Um conto de fadas: o balanço calórico

“A causa fundamental da obesidade e excesso de peso, é um desequilíbrio energético entre as calorias consumidas e as calorias gastas”. (OMS)

A relação que poucos tentam negar entre o consumo de calorias com obesidade seria tão forte que estatísticas simples poderiam mostrar e comprovar. No entanto, o famoso estatístico Nate Silver em seu belíssimo livroO Sinal e o Ruído”, usando dados de 84 países que disponibilizam os valores de consumo calórico, descobriu que a associação entre elas não é assim tão clara, é apenas tênue. Países como a Coreia do Sul ou Nauru, uma pequena ilha na Oceania, com o mesmo consumo energético, apenas um pouco acima da média mundial, apresentam índices de obesidade contrastantes (3% versus 79%). O gráfico obtido aponta evidências apenas limitadas da relação consumo calórico e obesidade, ou ainda, nas palavras do próprio autor: parece haver indícios restritos para uma associação entre obesidade e consumo calórico; pelos testes padrões, tal relação não seria qualificada como “estatisticamente significativa”. É um estatístico vendo o que a Nutrição, Medicina e Educação Física não enxergam.

nate-silver-calorias-x-obesidade VERSAO 2

A ideia de mais exercícios para combater o sobrepeso, entre outras coisas, parte ainda do pressuposto de que “todas as calorias são iguais”, afinal, o que importa é o balanço ao final do dia, tal qual o saldo bancário de um indivíduo. Mas isso teria que nos fazer supor que 100 calorias de refrigerante seriam como 100 calorias de um legume, por exemplo. Porém, o corpo trata e metaboliza os diferentes alimentos de formas bem distintas. Quando se acredita que todas as calorias são iguais, reforça a ideia que a questão é apenas gastar energia a mais e/ou consumi-la de menos. Aliás, um conceito muito interessante definido pelo pesquisador Robert Lustig é: os alimentos podem ser isocalóricos, mas não necessariamente isometabólicos, isto é, a energia é a mesma, as consequências metabólicas não.

Não deixa de ser, pois, um tanto ingênuo imaginar que nosso organismo, e sua intricadíssima rede de reações bioquímicas, lidaria do mesmo jeito com calorias vindas de um pão, ou de carne, ou de uísque. Porém, a ideia de que a obesidade é uma questão matemática e de balanço calórico nem sempre foi central. Até antes da 2a Guerra Mundial (1939-1945), muitos pesquisadores europeus acreditavam que a obesidade era uma desordem regulatória de causa hormonal. Em uma recapitulação cuidadosamente feita e investigada por Gary Taubes em seu livroGood Calories, Bad Calories”, temos recontada as ideias do médico alemão Gustav von Bergmann que explicava no início do século passado que nós comemos demais porque e quando estamos ficando gordos. Ele desmistificava o raciocínio do sobrepeso como tendo o desbalanço energético como causa, e não consequência. Ele defendia a causa da obesidade como uma desordem metabólica à qual deu o nome de lipophilia ou love of fat (amor da gordura, em tradução própria). Suas teorias, porém, foram depois ignoradas.

Não foram apenas as ideias dele que parecem ter se perdido no tempo, em 1864, William Banting publicou Letter On Corpulence, Addressed to the Public. Sua dieta explicada na obra acabou virando verbete na Nutrição e foi muito recomendada por médicos até a metade do século passado. O autor perdeu quase 40kg em uma dieta rica em gordura e restrição de carboidrato. Porém, o The British Medical Journal e o The Lancet publicaram uma resposta dizendo que tal dieta poderia ser perigosa. Na verdade, não foram muito gentis, eles aconselhavam Banting e todos os seus a não se meter com literatura médica novamente, e ir cuidar de sua própria vida.

Nutro certa simpatia por Banting porque hoje estou sendo perseguido até judicialmente por alguns órgãos e pesquisadores de Nutrição do país. Mas vamos seguindo.

Depois de Gustav von Bergmann, em 1951, foi publicado por sete respeitados clínicos britânicos o The Practise of Endocrinology. As recomendações nele eram muito parecidas com as de William Banting em 1864, ou seja, as comidas a serem evitadas eram: pães e tudo feito com farinha de trigo, cereais, cereais matinais, pudins, batatas e quaisquer outros vegetais e tubérculos que contenham açúcar e todo tipo de doce.

Depois deles, em 1957, ainda veio Hilde Bruch, autoridade e especialista em obesidade infantil, que escreveu: um grande progresso no controle da obesidade pela dieta foi o reconhecimento de que a carne não é engordativa, mas que pães e doces é que causam a obesidade. Ou seja, para esses, o problema não era uma questão de quanto, mas do que comer. Já que se a questão do ganho (ou perda) de peso é apenas numérica, de quantas calorias ingerimos, e não da composição daquilo que comemos, a ingestão calórica exagerada, ainda que por poucas semanas, deveria dar suporte à crença da teoria do balanço energético.

Questionando essa lógica citada amplamente em órgãos de saúde, Sam Feltham fez um curto experimento pessoal, sem validade científica. Por três semanas ele ingeriu diariamente uma média de 5.794 calorias com uma restrição tal de carboidratos que totalizou apenas 10% dessa energia consumida. Se a tese do balanço calórico fosse 100% válida, Feltham deveria ter engordado 7,5kg, mas ele ganhou apenas 1,7kg.

Essa diferença levanta uma hipótese: será que nosso corpo pode alterar seu gasto energético? Durante o experimento é bem provável que seu gasto tenha se elevado, explicando seu ganho de peso bem abaixo do esperado na teoria matemática do déficit calórico. E o que sugere ainda, outro estudo do The Journal of the American Medical Association (JAMA) que examinou 21 sujeitos com sobrepeso ou obesidade, comparando a perda de peso entre dietas com restrição de gordura com as dietas restringindo carboidrato e também seu gasto energético. Mesmo consumindo a mesma quantidade calórica, a dieta com restrição de carboidrato gerou um aumento no gasto diário de 325 calorias por dia.

Você não consegue compensar uma dieta ruim pelo exercício...

Você não consegue compensar uma dieta ruim pelo exercício…

O inverso também acontece, se você entrar em jejum objetivando perda de gordura, não perderá peso de forma equivalente ao desbalanço calórico. Ou seja, um indivíduo que “necessite” 3.000 calorias, em uma dieta de 500 calorias por alguns dias não irá perder o equivalente porque o corpo irá reduzir seu metabolismo.

Poderíamos argumentar que por não ser um experimento válido, Feltham, hoje sabidamente um defensor da não-validade do balanço calórico, estaria blefando, mentindo ou não teria controlado outras variáveis de uma forma precisa, como o gasto energético, por exemplo. Porém, há outros relatos parecidos que sustentam a veracidade ou a viabilidade desses dados. O que aconteceu neste curto experimento dele parece estar bem de acordo com o que ocorre em nosso organismo quando estamos com os hormônios bem regulados, ou seja, quando nosso corpo responde adequadamente aos estímulos.

Porém, ingerir grandes quantidades de carboidrato simples parece interferir justamente no balanço hormonal, aumentando a produção do hormônio insulina. Um exemplo que ficou mundialmente popular foi retratado num filme anos atrás, em “A Dieta do Palhaço” (Super Size Me, 2004), o diretor Morgan Spurlock também fez um auto-experimento sem validade científica. Ele ingeriu cerca de 5.000 calorias diariamente na mais famosa rede de fast-food do mundo por 30 dias seguidos. Ao contrário de Feltham, o diretor não comeu uma dieta de baixa ingestão de carboidratos, mas sim, uma dieta rica em carboidratos refinados e gorduras. Ao contrário do outro experimento, Spurlock ganhou mais de 11kg.

Esse ganho pode ter uma explicação simples, um estudo de 2004 sugere que a qualidade (ou tipo) da dieta importa muito, porque mesmo em uma hipocalórica, ratos submetidos a uma alimentação com alto índice glicêmico (IG) engordaram rapidamente. Eles ganharam cerca de 71% de gordura a mais do que os outros ratos que comeram mais calorias, só que por meio de carboidratos de menor IG.

Saindo dos casos individuais e sem validade, temos o caso de um experimento de um professor que fez 12 estudantes comerem por quatro semanas uma dieta rica em fast-food e calorias. Resultado: ganhos em média de 6,4kg, reforçando a ideia de que quando nossa dieta é rica em carboidratos simples e de alto IG é mais fácil ganhar peso porque há o aumento na liberação de insulina, hormônio responsável pelo aumento da massa adiposa. Esse ganho, por sua vez, é bem mais difícil na dieta de restrição de carboidratos, seja porque não há liberação de muita insulina no sangue, seja porque a gordura e proteína trazem maior sensação de saciedade, ou porque o corpo responde como respondeu no primeiro exemplo: aumentando o peso em uma quantidade bem mais modesta ainda que consumindo um grande excesso.

Há muitos exemplos registrados sustentando isso, um estudo foi feito para comparar o efeito de uma alimentação hipercalórica separando os indivíduos em duas fases. Um grupo de pessoas magras e outro de pessoas com sobrepeso foram submetidos a dietas hipercalóricas (aumento de 50% das calorias) mudando a ênfase do macronutriente. O primeiro grupo (magro) consumia cerca de 2.700 calorias e o de sobrepeso 3.300. Passaram depois a ingerir 4.000 e 5.000 calorias. Esse período de excesso de calorias durou duas semanas. Ele foi seguido por mais quatro semanas de “limpeza” do corpo, quando elas voltaram às suas dietas padrão, antes de serem novamente submetidas a uma nova fase de duas semanas de aumento de 50% das calorias. A diferença era que em uma fase aumentava-se o carboidrato e em outra a gordura. Se o sobrepeso é uma questão matemática, não deveria haver então mudanças já que o controle energético era rigoroso.

Mas não foi isso o que aconteceu: o carboidrato tem um impacto na quantidade de insulina do nosso organismo (insulinemia), o que tem influência direta na formação e armazenamento de gordura corporal, como demonstrou um importante estudo que descobriu que os carboidratos fizeram um grupo de sobrepeso, comparativamente, ainda mais gordos que um grupo magro estudado. Esse achado da diferença de aumento de gordura foi confirmado depois ainda por outro estudo com período mais curto de dieta. Isso se explica pela diferença da metabolização de carboidratos como resultado da ingestão de carboidrato ou gordura na dieta. Essas importantes alterações nos indivíduos foram ainda confirmadas mais tarde também em outros dois estudos.

Esses experimentos são importantes não só por questionarem fortemente a ideia do balanço calórico como causa da obesidade, mas por indicarem qual a melhor forma de intervenção para combater o sobrepeso. Esses estudos são fundamentais porque reforçam que a queima de gordura (lipólise) é reduzida quando a pessoa com sobrepeso consome uma dieta de pouca gordura (low-fat) e proporcionalmente mais carboidrato. Deste modo, quando falamos de controle de peso, perda de peso ou combate à obesidade, o balanço calórico é muito falho porque nem todas as calorias são iguais pelo fato de que ao organismo importa muito de qual macronutriente ela vem.

As calorias definitivamente não são iguais

A primeira publicação conhecida da definição de caloria foi em 1825 no jornal francês Journal de l’Industrie, des Sciences et des Beaux-Arts. Porém, as leis termodinâmicas que o pesquisador Clément-Desormes propôs à época não se aplicam, necessariamente, ao organismo humano. Independente disso, ela continua sendo usada como base das diretrizes populacionais para combater ou controlar a obesidade, seja para mensurar o consumo (dieta), seja para o gasto (exercício). Ainda que em um organismo animal complexo como o nosso, os diferentes alimentos tenham efeitos igualmente diversos na saciedade, na intervenção da taxa de metabolismo, na resposta e atividade cerebral, nos níveis de glicemia e hormônios que regulam e controlam a gordura corporal.

Mas se há tantas evidências de que as calorias não são todas iguais, por que ainda encaramos a obesidade como se fosse apenas uma questão de calorias? Estudos consistentes questionam isso ao mostrar que dietas ricas em gordura e com restrição de carboidrato resultam maior perda de peso do que as que são baixas em gordura.

Essa visão numérica é um grave erro, justamente por nosso organismo não metabolizar os diferentes macronutrientes da mesma maneira. Um estudo de 1956, ao comparar dietas que consumiam ou 90% de gordura, 90% de carboidratos ou 90% de proteínas, apesar de radical, provou o que muita gente desconfiava: mais do que atentar ao fato que a dieta 90% de gordura foi a que mais possibilitou perda de peso, a diferença nos resultados reforça a ideia de que mais importante do quanto é a ingestão calórica é o que necessariamente se ingere, ou seja, uma caloria não é só uma caloria.

Além disso, é importante lembrarmos que “caloria” é um termo calculado em função da quantidade de energia necessária para elevar a temperatura de um determinado volume da água. Só que nosso organismo não usa as calorias para isso. Ele a usa para sobreviver, produzir enzimas, sintetizar nutrientes, se movimentar etc. Lâmpadas é que são classificadas em função da energia que consomem, não em função de sua luminosidade. Algumas são mais eficientes que outras, como as lâmpadas frias modernas, muito mais econômicas que as antigas incandescentes.

Com o organismo acontece algo parecido, a quantidade de energia que diferentes pessoas utilizam para fazer tarefas distintas também é variável. Não podemos jamais acreditar na precisão de quem acha que o controle de peso é algo matemático, como se fosse uma esteira na academia se não conseguimos calcular com confiança inúmeras outras variáveis.

Nosso peso é uma questão hormonal, não termodinâmico

Muitos são os fatores biológicos que afetam o acúmulo de gordura, mas um é indiscutível e predominante: o hormônio insulina. Dê muita insulina a um indivíduo saudável e ele ganhará peso, e de tudo o que comemos, um tipo de alimento faz o corpo liberar mais insulina na corrente sanguínea: carboidratos refinados, facilmente digeríveis. Esta responsabilidade da insulina como promotor do acúmulo de gordura corporal não é questionada sequer entre aqueles que recomendam que comamos pouca gordura.

É importante atentarmos que na natureza sempre que um tecido ou organismo estiver em crescimento, ou seja, em um estado de anabolismo, de metabolização e formação, ele estará, por definição, consumindo mais calorias do que gastando. Ele estará, necessariamente, em um estado de balanço calórico positivo. Mas novamente temos que lembrar que isso não explica o que é a causa e o que é o efeito desse crescimento.

Uma criança indo à fase adulta, para crescer e se desenvolver de forma naturalmente saudável, sempre terá que consumir mais energia do que gasta. É a lei da física, porém isso não explica o porquê ela está crescendo. Ela não cresce porque come demais, mas come demais porque está crescendo. Toda a cadeia de hormônios envolvidas na infância e depois adolescência faz a criança comer mais para crescer, não o inverso. Suponhamos ainda que esse indivíduo chegue saudavelmente à fase adulta a uma altura de 1,70m e tenha como sonho jogar basquete na NBA. Não seria nada lógico supor que comendo mais e mais ele fosse aumentar essa altura, achando que cresceria ao comer demais. Não, ele não cresceu porque comeu mais, mas ele comeu mais na adolescência porque estava crescendo. Essa é uma lógica inegável.

Enfim, em todos os processos anabólicos na natureza, ou seja, de formação de tecidos, há maior ingestão calórica para permitir esse crescimento; por que então apenas o aumento das nossas reservas de gordura seria um processo unicamente invertido e isolado de toda a natureza? Pela inversão da lógica natural dos exemplos da natureza, a explicação reducionista é achar que o crescimento do tecido adiposo na população atual é resultado de uma ingestão de calorias e gordura.

2009-015-counting-caloriesNós temos inúmeros exemplos e analogias para fazer. Alguém que vai à academia para ter hipertrofia (aumento de massa muscular) tem que comer mais. Ele não precisa de ninguém o lembrando disso, porque no processo de anabolismo muscular ele necessariamente terá mais fome. Mas nenhum profissional de saúde irá jamais argumentar que ele está mais forte só porque “decidiu” comer mais. Uma grávida “come por dois”, mas ninguém dirá que um feto se desenvolve porque a gestante passou a comer mais, senão o contrário, a futura mamãe come mais porque há um ser vivo em desenvolvimento. E é esse o ponto agora defendido por algumas pessoas que falam sobre obesidade e nosso controle de peso: a obesidade seria um desbalanço (ainda que momentâneo) que nos faz comer mais porque o corpo entrou em um estado de engorda. Comer a mais seria, então, a CONSEQUÊNCIA e não a causa da obesidade.

A hipótese da inversão entre causa e consequência nesta questão da obesidade foi discutida em um artigo publicado no JAMA. Nele, uma das explicações seria que por algumas razões nossas células adiposas estariam armazenando mais energia. Com uma menor disponibilidade na corrente sanguínea, o cérebro “avisaria” o corpo para ingerir ainda mais alimentos (de preferência de rápida oferta de energia) despertando a sensação de fome, enquanto por outro lado, ele pede que economizemos energia (redução do metabolismo). Isso, além de atender às “ordens” do cérebro, gera uma consequência imediata: ganho de peso. Conscientemente, negar esse alimento ao organismo (uma dieta hipocalórica, de corte de calorias), pode resolver o problema apenas momentaneamente. A resposta do corpo é aumentar ainda mais a fome e reduzir ainda mais o metabolismo, gerando letargia, preguiça.

Outros exemplos de aumento de peso corporal (massa adiposa) na natureza acabam reforçando a questão do controle de peso e ingestão alimentar como consequência e não causa. Os esquilos, por exemplo, de tempos em tempos engordarão seguindo um ciclo natural. Mesmo que você os coloque em laboratórios, controlando, sua alimentação (e ingestão calórica), eles engordarão. O mesmo vale para ursos em zoológicos, esses animais reduzirão sua atividade corporal (sedentarismo). É um caso exemplar de ciclo independente das condições ambientais de oferta ou não de alimento.

No começo dos anos 70, o então jovem pesquisador George Wade da University of Massachusetts acabou levando esse exemplo dos esquilos ao extremo. Ele conduziu, com grande rigor, experimentos documentando o que acontecia com ratas que tinham os ovários removidos por ele. Por um desbalanço hormonal, as ratas passavam a comer muito e se tornavam obesas. Na lógica do balanço calórico, ou mesmo da gula como gerador do nosso sobrepeso, diríamos que a falta dos ovários as fez gulosas, ingerindo muitas calorias e consequente causando ganho de peso. Ou seja, essa explicação é tão simplista que ignora o fato que a retirada dos ovários trouxe um desbalanço hormonal nas roedoras.

Mais tarde, Wade continuou a pesquisa colocando essas ratas sem ovários em uma dieta com as mesmas calorias da fase pré-cirúrgica. Elas assim foram submetidas à fome, pois o desbalanço hormonal as faziam “querer” engordar, mas as ratas tinham ração apenas equivalente ao que consumiam antes da retirada dos ovários. E se a questão da manutenção de peso for algo matemático, elas teriam assim que manter o peso.

O mais incrível deste experimento é que contrariando a “lógica”, elas continuaram a engordar por ficarem mais letárgicas, muito sedentárias, economizando assim mais e mais energia e continuando seu processo de engorda pelo desbalanço hormonal. A conclusão foi muito diferente do que aponta a tese nunca provada do balanço calórico como regulador primário do nosso peso. A retirada dos ovários mudou toda a regulação do tecido gorduroso, de modo que este tecido entrou em anabolismo, gerando um déficit calórico que foi compensado pela sensação de fome. Havendo comida e disponibilidade de alimento, o animal comerá; se não houver, ele reduzirá seu gasto para que o balanço calórico seja positivo. Veja bem, não vamos negar a matemática (ou a física), mas a fome, a ação de comer demasiadamente nessas ratas era uma consequência do processo de engorda e não a causa!

Nesse cenário, combater a preguiça (faça exercício!) ou a gula (coma menos!) não resolverá o problema se a razão for de desordem hormonal. Esses animais comeram mais para engordar e não ficaram gordos por comer demais.

Quando queremos nos movimentar mais, fazer mais atividade física para compensar um alto consumo ou um baixo gasto, temos que lidar com outro fato: poucas coisas dão tanta fome quanto fazer exercício. Não deixa de ser uma questão de equilíbrio, de homeostase; essa maior fome por causa da prática de esporte é o nosso corpo buscando, ou tentando atingir um equilíbrio, seja aumentando o apetite ou tendo mais preguiça (letargia). É uma resposta natural.

Enfim, se o ponto central de um debate sobre a saúde de um indivíduo fosse as explicações pela sua altura ou ainda os casos extremos dela (nanismo e gigantismo), ou ainda uma hipertrofia muscular, o debate seria no campo dos hormônios e enzimas envolvidos nessa questão. Porém, quando o assunto é obesidade, fechamos a vista, ficamos cegos, invertemos uma lógica inúmeras vezes presente na natureza. Para explicar a obesidade insistimos em partir para o campo do comportamento pessoal e/ou mesmo para uma questão moral, que envolve força de vontade (treinos e dietas), ou mesmo puritanismo e pecados.

Há um claro anabolismo do tecido gorduroso, porém não consideramos sua causa como hormonal e/ou enzimática; partimos para a responsabilidade individual como culpa pelo sobrepeso. Buscamos e equivocadamente achamos as respostas somente do “lado de fora” do organismo, ignorando toda uma complexa rede hormonal e apressadamente transformamos sobrepeso até em uma questão de fraqueza pessoal. Foi um enorme erro, mas já teríamos definido as causas e quando esse quebra-cabeça não fecha, como nas falhas da dieta hipocalórica, vamos buscando dentro de teorias nunca provada explicações para o que não compreendemos. Ou o indivíduo que come demais ou preguiçoso, nem que para isso sugira-se que ele o faça até escondido.

A história e a natureza são repletas de casos que nos possibilitam questionar o balanço calórico como causa e não consequência. Animais de laboratório submetidos a dietas hipocalóricas severas em estudos, ou ainda os relatos de guerras e os períodos de fome contam que os famintos ficaram letárgicos, sonolentos, gastando o mínimo de calorias em uma resposta de sobrevivência do organismo para poupar importante energia. O inverso também é verdadeiro, basta fazermos atividade física para termos fome. E e justamente por isso que no post de amanhã eu chego ao cerne da questão:

Exercícios são extremamente ineficientes na promoção da perda de peso.

Ou ainda

Exercícios físicos não deveriam ser jamais uma abordagem primária para o emagrecimento.

LEMBRE-SE:

1. Engordar não é sobre calorias, mas muito mais sobre o quê se come.

2. A crise de obesidade atual é sobre uma mudança no padrão dos alimentos consumidos no mundo nas últimas décadas, não sobre a quantidade. (*aumento do consumo de carboidratos, principalmente os simples e/ou refinados, e MUITO menos sobre quantidade de calorias, mais sedentarismo ou consumo de gorduras saturadas)

3. A Ciência da Nutrição estabelece pelo menos uma importantíssima diretriz com afirmações SEM respaldo em estudos: a obesidade como resultado primário de comer em excesso.

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30 pensamentos sobre “Por que estamos engordando?

  1. Vinicius Morais Nunes disse:

    Ótimos textos, muito obrigado pelo conhecimento compartilhado.

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  2. jezielmedeiros disse:

    Balu excelente texto. Em minha casa temos um exemplo prático, minha esposa come pouco e não consegue reduzir o peso, mas tem a nível de glicemia normal, eu tenho uma alimentação regrada, baixo em carboidratos, faço exercícios, sou magro e tenho glicemia anormal (>99). Tenho uma dúvida que me veio durante a leitura do texto, existe algum estudo sobre quanto das calorias ingeridas o organismo humano consegue absorver? Sabemos que não existe máquina com 100% eficiência, apesar nossa máquina, o corpo humano, ser perfeito, acredito que seja quase impossível ingerirmos 2000 calorias e abasorver estas mesmas calorias, sem nenhuma perda.
    Parabéns pelo texto!

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    • Danilo Balu disse:

      Não é possível quantificar qto se absorve porque depende do alimento (cardápio a dieta….). Fibras impactam mto a absorção, por exemplo… As fezes (que seriam aquilo que o corpo NÃO absorveu) tem calorias…

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      • Obrigado, foi o que pensei, mais um item de incerteza em toda a história de quem é quem em nossa dieta e o impacto no ganho de peso. Infelizmente alguns profissionais não aceitam as mudanças mesmo estas sendo provadas e comprovadas cientificamente.

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  3. Julio Cesar Kujavski disse:

    Vou procurar um gordinho que coma menos do que eu e ainda assim seja gordinho.

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  4. Ralph disse:

    Parabéns Balú. Ótimo texto, como sempre.
    O que acho que muitas pessoas não entendem, é que a individualização não serve pra nada. Não é ciência. Não dá pra pegar um caso isolado e soltar pérolas do tipo: “Ah, mas eu como carboidrato e não engordo” ou “Ah, eu comi grilos e aumentei o colesterol”. Isso é vazio, isso não importa. Não importa a minha, a sua ou a nossa opinião. O que importa é o que a ciência diz. Toda vez que leio algo nesse teor, eu paro de ler em seguida.
    É aquela história: se pegar 2 pessoas, um homem de 1,80 e um anão, você pode dizer que fez uma pesquisa e que 50% da população é formada por anões.

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    • Danilo Balu disse:

      Hahahaha fora que individualização é promessa que os profissionais não entregam…

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    • Julio Cesar Kujavski disse:

      Mas e a soma dos casos individuais não é o que faz o todo ? Se pegarmos 1.000 pessoas acima de 100 kg e 1.000 pessoas com 60 kg vc me diz que a maioria dos obesos come menos do que as pessoas com 60 kg ?

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      • Danilo Balu disse:

        Eu não disse isso…. vc disse que não há gordo que coma menos do que vc, eu estou dizendo que tenho certeza que eles existem aos montes. Cada um é cada um, com certeza que há gordo que come mto, mas NÃO SE PODE afirmar que todos eles sejam gordos por comerem mto. O pto das pesquisas é que MTOS deles comem mto PARA ser gordos (alta insulina, baixo acesso às reservas de gordura por causa do hormônio)… assim como vc deve conhecer gente mais pesada que vc e magra que come menos… ainda mais vc que é ativo. Por que não haveria gordo assim???

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  5. Kimura disse:

    Fala Balu, estudo as floras intestinais, e vimos que dependendo do Filo de bactérias em predominância no indivíduo, a pessoa engorda comendo alface, metabolizando a celulose. Há indivíduos que praticam exercício e comem pouco e acumulam gordura e há outros que são sedentários que comem de tudo e são magros. Penso que Bactérias intestinais e quantidade de gordura marrom façam diferença em tudo isso. Porém, o exercício faça uma diferença tmb, se pensar em dinâmica celular,hormonal, etc. Abraços.

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  6. anaminarelli disse:

    Muito bommmmm!!!! Parabéns pelo texto!!!

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  7. Bela disse:

    Não sou da área médica, mas após ler o seu texto (excelente!!) e considerando a questão da insulina, fiquei com a seguinte dúvida: poderíamos adotar o mesmo tratamento dispensado ao diabético, ao indivíduo com sobrepeso? Mesmo que os níveis de insulina não estejam desregulados? Será que o resultado seria a perda de peso?
    Ainda, gostaria de acrescentar que na linha do seu artigo, os alimentos processados são como drogas. Dão uma satisfação incrível no começo, mas com o passar do tempo, temos que aumentar o consumo e as consequências são terríveis para a nossa saúde. O triste é que eu amo pães e bolachas rsrs

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  8. Marcio Manzi disse:

    Excelente!

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  9. Kaled disse:

    Então exercícios não são adequados por aumentarem a fome da pessoa??

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  10. […] dois últimos dias tentei explicar melhor o porquê é ineficiente a ideia da atividade física como ferramenta […]

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  11. EDUARDO CUNHA disse:

    Parabéns pelo texto, linguagem fácil entendimento. Quando vc fala estoque de gordura, e começamos a correr/caminhar com FC baixa, não estaríamos utilizando em primeira etapa queima de gordura? Me desculpe por mudar foco do texto que não é este.

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    • Danilo Balu disse:

      Sim, de cara vc gasta mais gordura em corrida ou caminhada de baixa intensidade (FC). Isso não quer dizer que caminhando vc vá queimando esses estoques. No texto seguinte mostro estudos com pessoas que caminhavam 2h/dia sem sucesso (no emagrecimento) se não mudavam a dieta.

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  12. EDUARDO CUNHA disse:

    Parabéns pelo texto, linguagem de fácil entendimento. Quando corremos/caminhamos com FC baixa , não estaríamos em primeira etapa queimando gordura ? Desculpe ,pois sei que não é este foco do texto.

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  13. Arinelson Santos da Silva disse:

    Tá, legal! Conteúdo legal e bem interessante, mas cadê as fontes ?
    Tudo baseado em pesquisa, mas não vi fonte nenhuma!

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