Na Runner´s World a republicação de um belo texto sobre a vida atual de um dos maiores corredores de todos os tempos, Henry Rono.
Ainda na Runner´s World, uma matéria impecável que fez o que raríssimas vezes acontece: um jornalista arrancou a confissão em detalhes de um dopado de alto calibre. À época da publicação, li sem respirar. Fiz isso novamente essa semana. Não vou falar muito para não estragar, mas você acaba entendendo bem o porquê nenhum dopado quebra o código de silêncio.
O John Oliver novamente de forma impecável e engraçadíssima explicando todo o recente episódio de doping no atletismo.
E na Folha: Doping, um assunto inesgotável. *dica do Marcio Manzi.
Até que demorou para alguém tentar responder o texto da Slate que dizia que maratona é um péssimo investimento. O treinador Pete Hitzeman explica que correr os 42km é a melhor coisa que você pode fazer. *dica do Rodrigo Lucchesi.
Usain Bolt fazendo comercial de palmilha especial. Até que é bonitinho, mas a verdade é que o que aparecer ele está topando!
A Kelly Roberts, do blog “Run, Selfie, Repeat” também se ofendeu com o texto sobre não correr maratonas, num tom um tanto mais emocional:
http://www.runselfierepeat.com/blog/dear-dude-who-wrote-dont-run-a-marathon
Meu ranço com o público que corre maratona é essa fantasia de transcendência que a prova traz. A vida já é tão cheia de experiências difíceis e desafios, não é um rolê de 42km que vai mudar a vida. Não raro também falta humor quando a pessoa embarca nessa “jornada”. Afinal, a pessoa não está treinando um esporte, está numa missão…
Muitos defendem que não é a prova em si, é o processo até ela, os sacrifícios… Curiosamente, na semana da maratona de Portalegre, eu constatei que tinha a quilometragem média de quem treina para uma maratona. Nem por isso me acho guerreiro, fiz sacrifícios, abdiquei de quase tudo, etc. A grande maioria das pessoas está desacostumada a ter uma rotina de exercícios para a vida, e não apenas para um evento.
Nem excesso de sinceridade, o maratonista médio diria: só quero acabar logo essa m, pendurar a medalha e voltar para minha vida normal. Transcendente!
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Leia-se “Num excesso de sinceridade”
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Gostei muito do que você escreveu e concordo totalmente. Essa história de “missão maratona” também me incomoda um pouco.
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Verdade, estou treinando para minha segunda maratona e não mudei para outro planeta, vida segue normalmente. A questão é o ego.
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A corrida é nosso hobby. Quase todo mundo hoje tem um hobby. Só que o corredores acham que o hobby deles é mais guerreiro e missão transcendental, como vcs já disseram.
Ontem fui pra pista de atletismo e fiz 5 tiros de 1.000. É meu esporte, é meu hobby. Não sou melhor ou mais guerreiro do que quem não corre. Saio da pista e vou almoçar com alguém que tem um hobby ou esporte diferente do meu, por exemplo, alguém que faz natação, e nem por isso o cara que faz natação vai se achar super guerreiro e moralmente superior, como boa parte dos maratonistas se considera.
Agora além dos maratonistas com ego inflado temos os corredores de montanha com ego inflado, que inclusive se acham superiores aos maratonistas.
Como dizia minha ex-sogra: tem que ter saco de filó pra aguentar.
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Muito bom o texto sobre o Henry Rono. O texto fala também de Nolan Shaheed, um grande atleta master. O cara só come uma refeição por dia e jejua um dia por semana (um pesadelo para os nutricionistas). Naquela prova, então com 58 anos, correu a milha em absurdos 4:42.
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