O peso da sorte? Da dedicação? Não, da data de nascimento.

O que é mérito no atletismo? O que é sorte nesse esporte? Não sei se é um efeito só hollywoodiano (duvido que seja!) ou se exageramos na crença “você quer, você pode”, mas a simplicidade do atletismo e o fato dele depender muito de o quanto “investimos” nele buscando desempenho, acaba que nos faz cometer o erro de achar que nossas conquistas são frutos somente de determinação, jamais de sorte.

Cansei de ver amador dizendo que “é só treinar”. Não, não é. Nem todo mundo é dotado do gene que te possibilita correr 42km em menos de 3 horas ou 100m em menos de 12 segundos. Beira o irritante ver Mo Farah postando em redes sociais que ele conquista o que conquista POR CAUSA do treinamento, e não TAMBÉM por causa disso… é como ele ignorar que ele nasceu com “genes africanos” e cresceu em um dos países mais ricos do mundo. Ele poderia com o mesmo esforço morrer numa guerra civil africana se põe lá ficasse ou ser um fundista mediano sem os genes certos.

O lugar onde você nasce vai praticamente determinar sua religião. Nascer no Brasil te faz ter contato com o futebol, na Jamaica com a velocidade e no Quênia com a longa distância. Já o quando também importa! Nascer na Europa da década de 20 do século passado, diria que você tinha grandes chances de lutar e morrer na 2ª Guerra, sem chances de correr!

Sendo mais preciso neste “quando”, nos anos 80 o psicólogo canadense Roger Barnsley viu que nas categorias de base do hóquei canadense, o mês de nascimento era determinante no sucesso do atleta nas categorias de base.

Esse padrão se repete mundo afora, a data de corte que determina uma categoria vai influenciar as chances que um atleta terá no presente E no futuro. Eu lembro quando eu era moleque: em uma temporada eu era do ano mais novo da categoria, no ano seguinte era o da turma mais velha. Ou seja, em um ano eu corria para ganhar, em outro, para entrar na equipe. Simples assim. Quando você é garoto, 10 meses de maturação faz MUITA diferença, por isso que na lista dos vencedores da base, os que nascem entre janeiro e março são mais frequentes do que entre os que nascem entre outubro e dezembro.

Fui fazer essa pesquisa na categoria menores do atletismo brasileiro com os dados de 380 atletas do sexo masculino que a CBAt disponibiliza em seu site. Os achados são incríveis.

*para entender melhor, saiba que a categoria Menores conta com atletas nascidos entre 01/01/1998 e 31/12/2000. E os dados são de competições de 01 de janeiro até 11 de outubro.

Repare no gráfico abaixo que conforme PIORA o ranking do atleta, MENOR é a idade média (em dias) dos atletas. Dá para ler ao contrário, quanto melhor a posição no ranking, maior a idade média. Mas o mais interessante é a reta em vermelho. Ela corresponde à MÉDIA de idade de um atleta ao acaso. Ou seja, simplesmente para estar entre os 20 melhores do país no ano, você teria que ser mais VELHO que a média. E todos sabemos que não há mérito pessoal ALGUM na data de nosso nascimento.

Quero dispensá-los de cálculos matemáticos chatos que posso explicar a quem interesse. Mas a mensagem do post é sobre o peso que a simples data do seu nascimento tem nas suas chances de sucesso competindo quando adolescente. E no gráfico 2 repare como o MÊS que você nasceu pesa nas suas chances de entrar no ranking.

Tendência que mostra que a idade dos melhores do ranking é maior que a dos piores

Tendência que mostra que a idade dos melhores do ranking é maior que a dos piores

 

ranking CBAt 2

O MÊS que o atleta nasceu tem peso em suas chances de sucesso. Quanto mais cedo, melhor.

 

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25 pensamentos sobre “O peso da sorte? Da dedicação? Não, da data de nascimento.

  1. Renata Mendes disse:

    Eu super concordo. Fui numa entrevista de Meb Keflezighi, e ele contou que a primeira vez que ele correu, o professor dele falou : corre ai, da uma volta no quarteirao e volta. Quando ele chegou, o professor estava boquiaberto. Ele tinha batido o recorde da escola. E detalhe, nunca havia corrido! Sao os genes africanos. Alem disso, acredito que viver/treinar no calor, da resistência para a pior situação: Qualquer maratona um pouco mais fria, eles tiram de letra. Imagina a gente treinar sob o sol todo dia ne? Qualquer brisa ajuda no nosso tempo, o frio ja faz a gente bater recorde pessoal, imagina as pessoas que treinam sob o calor e sol forte? Alem disso, todo o ambiente ajuda. Num lugar onde as pessoas entram pra escolinha de futebol aos 2 anos de idade, um “Neymar” sempre ira surgir. Os gráficos são muito bons. Exceçoes? Com certeza existem ne? Mas Mo Farah que me perdoe, se ele tivesse nascido na China, provavelmente o resultado seria diferente, mesmo com a mesma quantidade e qualidade de treino.

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  2. Tertu disse:

    Outro ponto importante é a questão “mental”. Muitos corredores acham que basta acreditar e tudo dará certo. Um cara treinado para fazer 20 min nos 5k não vai fazer 18 min só porque mentalizou isso a prova inteira. O corpo não é escravo da mente.

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    • neltonaraujo disse:

      Odeio falar tempos, mas vai la. Treinei pra fazer sub 1:19 em POA, mas mentalizava 1:16. ¨Tds os treinos para uma pessoa q iria fazer 1:18 alto. Larguei, passando mal, em jejum, e a 3:38. Fechei em 1:16:55;

      Se a mente diz que pode, treinado, vc vai. Não desconsidere esse ponto. Essa dicotomia mente e corpo é mt seculo XVI, atualmente não existe mais isso.

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  3. Adolfo Neto disse:

    Este texto só confirma o meu desinteresse pela corrida como esporte. Gosto de corrida, mas como atividade física. Como esporte é um saco. A melhor prova é a dos 100m e por uma razão muito simples: é a mais curta. O sofrimento acaba logo. Depois de passar a correr, eu me esforcei para acompanhar atletismo, gostar de atletismo. Mas não dá. É muito chato.

    O futebol (a Renata Mendes mencionou o Neymar acima) é chato mas ao menos tem momentos de pura arte. Por exemplo, o gol do Neymar neste domingo (https://www.youtube.com/watch?v=RYP_gLQ7Imw). Você suporta 89 minutos de chatice para ter um minuto de arte. Mas e na corrida? Qual a arte numa maratona? Numa prova de 100m? Pode até acontecer, mas é bem mais raro (um exemplo: David Rudisha vencendo os 800m na Olimpíada de Londres – a estratégia, a beleza das passadas, o recorde mundial tornaram aquela prova especial, ao menos para quem entende um pouco de atletismo). Não pro acaso o futebol é um negócio bem mais lucrativo do que o atletismo (é mesmo? acho que é mas não tenho certeza).

    Uma evidência adicional de que atletismo é chato: muitas vezes o que realmente importa são apenas os números. Milha abaixo de 4 minutos. Maratona abaixo de 2 horas. 100m abaixo de 10 segundos. Ninguém (ou quase ninguém) fala: milha corrida com elegância, 100m num estilo inédito…

    A corrida cresce como esporte entre amadores simplesmente por ser fácil de praticar (basta um short e uma camiseta – nem precisa de tênis) e por ser fácil organizar uma “competição” (corrida de rua é muitas vezes mais diversão do que competição) para muitas pessoas. Imagina envolver todas as pessoas de uma corrida num campeonato de futebol? Muito mais complicado.

    Acho que nunca escrevi isso, mas vejo que aqui você posta geralmente três tipos de links:
    1- links sobre saúde
    2- links sobre corrida para amadores
    3- links sobre atletismo

    Seria interessante fazer uma estatística (talvez você até já tenha mas se não tiver é fácil fazer usando um encurtador de links como o bit.ly) e ver quais tipos de links são mais clicados. Aposto que (1) vem em primeiro, seguido por (2) e lá atrás, bem longe, vem (3).

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    • neltonaraujo disse:

      Adolfo sendo chato, as usual.

      Vamos de trás para frente.

      Não há necessidade do Balu fazer a estatística (embora ele adore um Excel), todos nós já sabemos a resposta. Empiricamente, pelas redes sociais, a comunidade de corrredores brasileiros (e leitores desse blog) tem como, entre inumeras caracteristicas, duas que me saltam os olhos nesse momento.

      1. Serem monoesportivas, ou seja, só se fala de corrida. Mas a sua corrida, a do colega, no máximo dos vencedores dessa ou daquela prova. Não sei quantas mensagens já recebi perguntando se ainda corro porque agora só posto sobre… NBA!

      2. A Maioria (esse grade conglomerado subjetivo) nãose envolve, não acompanha o esporte de forma mais profunda. Ainda achamos que Marilson vai bater o recorde sulamericano a qualquer momento e internacional, tirando um Haile aposentado (não espalha, que muita gente não sabe!) e Mo Farah e um Bolt, o resto entra num balaio de “um africano aí”. Eu mesmo sei que meus leitores na CR são pouquíssimos em relação ao numero de assinantes.

      Só que isso não pode ser usado para confirmar o seu – novo – desinteresse. Não acho justo você explicar o todo pela parte que cabe somente a você.

      Da mesma forma em que você espera 89′ para ver “pura arte” do Neymar, eu espero duas horas para ver um sprint do Wanjiru em Chicago 2010, Ou 27 minutos para ver a ultima volta do Mo Farah, O zigue-zague do Makau sobre o Haile em Berlim, etc. O que é “Pura arte”? Para você é uma coisa, para mim pode ser outra?

      Mas entendo seu posicionamento e até já falei sobre isso. Esporte, digamos, acíclicos (onde há “quebras” temporais, que chamamos de “lance!”) nos dá uma experiência de prazer a cada lance. É como se fossem, deixa eu explicar, vários eventos em um só: uma enterrada magnifica, uma cobrança de falta com perfeição, um lençol absurdo de costas do Neymar, um rally de 5′ entre Nadal e Djokovic e até, acredite, Home Run no tedioso Baseball. Ela proporciona em nós uma sensação de endorfina fracionada ao longo do evento que esporte cíclicos pouco ou quase nunca oferecem. Em “esportes” de veelocidade, como F1, Motocross etc, você ainda tem a ultrapassagem e até as batidas como exemplo de elementos de “quebra” (ex. Os carros da F1 no final do século XX eram projetados para se partir em três, com dois objetivos: segurança do piloto e porque era a parte que o publico mais se excitava – a surpresa da batida, a incerteza da gravidade do piloto. Isso ainda acontece na Nascar).

      Quanto menor a distancia, mais excitação do público você vai ter. Provas de fundo para nós devem ser encaradas como um evento pessoal, pois apelo midiático não vai ter. Meias Maratonas da Globo são em VT, Maratonas ou passam de Madrugada ou é a de Nova York ou Boston ou passa no Bandsport,que passa VT ou alguma “menor” que só meia duzia de corredor (mala ou que realmente consiga ver tais “quebras” numa quebra de ritmo, um sprint, gosta de analisar parciais, ou, sobretudo, acompanhar um amigo – ou um inimigo pelo site).

      E tem a São Silvestre, que é transmitida mais como festa que como esporte.

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      • >> eu espero duas horas para ver um sprint do Wanjiru em Chicago 2010, Ou 27 minutos para ver a ultima volta do Mo Farah, O zigue-zague do Makau sobre o Haile em Berlim, etc.

        Nelton,

        Este argumento me convenceu.
        Sim, há arte na corrida. Talvez o “problema” (e não é problema dela e sim dos espectadores) é que ela exija um certo conhecimento.
        Talvez se eu assistisse mais gostaria mais.

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      • Ralph disse:

        Vou dar meu pitaco também aí nessa discussão.

        Pra mim, atletas são formados sobre a base de 5 pilares.
        Genética, física, técnica, tática e psicológica. Não pode-se ter algo muito discrepante nesse contexto.

        Os maiores conseguem, além de manter essa escala em nível bem alto, consegue manter – ou já ter no caso da genética – um equilíbrio entre essas bases.
        Talvez o maior desafio seja como manter esse equilíbrio durante sua carreira (mesmo como amador). Quando se chega no topo desses pontos todos? Ninguém sabe. Talvez aí esteja a graça disso tudo.

        E sobre ser chato ou não, concordo com o Nelton, acho completamente subjetivo.
        Acho que depende do contexto em que a situação se encontra. Eu gosto de futebol, NBA, NFL, porém ,não consigo me ver acordando em um domingo pra assistir um jogo do campeonato espanhol, por mais que tenha Messi, Neymar e cia. Ou então qualquer outro jogo da temporada regular da NFL (as vezes o último quarto). Por outro lado, acho sensacional a semi-final da Champions League de 2010 onde o Mourinho armou o que chamaram de “park the bus” em suas traves para parar o ataque do Barcelona (e conseguiu). Um time muito melhor, diga-se.
        Tenho uma lembrança guardada comigo de uma vitória do Guga sobre Max Mirni no US Open. O cara era um monstro, passou 2 sets fazendo Aces no Guga sem a menor chance de defesa. Depois de estar aparentemente muito nervoso, Guga conseguiu achar uma posição na quadra para acertar a devolução do saque e conseguiu virar a partida. Não me lembro o ano desse jogo, muito menos a fase de classificação do torneio. Só sei que foi uma partida de 5 sets, ou seja, demorou muito tempo e mesmo assim eu fiquei assistindo e sofri aquele martírio junto. Essas coisas me encantam no esporte. Não quero lances bonitos, o que me cativa são coisas como essa ou como o Golden State fez para parar Lebron James na úlima final da NBA. Ou como Minotauro fazia para finalizar homens gigantes com o dobro do seu peso.
        Pra mim, há um contexto maior: São as mentes pensantes, as estratégias, os acasos, as leituras do adversárrios, e até os erros irreversíveis que me fascinam no esporte.

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      • Danilo Balu disse:

        Não consigo acreditar que tática, técnica e psicólogos tenham peso como DNA, treino e sorte…

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      • Rafael disse:

        muito bom Nelton, concordo totalmente

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      • Ralph disse:

        Existem inúmeras situações que mostram isso nos esportes. De bate pronto me lembro de Federer x Nadal. Federer sempre foi melhor em tudo. Mas contra Nadal perdia na parte mental. Estratégia esta citado acima no caso da Champions League. E sem deixar de lembrar do Once Caldas campeão da Libertadores com uma estratégia incrível. A parte técnica pra mim esta aliada ao treino. Quanto mais mais técnica se apura. Agora sorte eu não coloco nesse nível. Pra mim sorte existe também, porem eh fruto do acaso.

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  4. Carlos disse:

    E os melhores resultados da base podem impactar todo o futuro do atleta; melhores resultados nas categorias de base ocasionam maior visibilidade ao atleta, que pode, assim, obter melhores condições de treinamento (incentivo de algum clube ou confederação, por exemplo) , obtendo assim resultados ainda mais expressivos, e, novamente, mais chances de se desenvolver melhor (talvez um intercâmbio num país referência no esporte) e assim se inicia uma espiral ascendente no desenvolvimento deste atleta da base até ele atingir o “profissional”. Esse raciocínio é relatado em algum dos livros do Malcolm Gladwell, talvez no “Outliers”.

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  5. Nelton disse:

    (Era para eu estar escrevendo para a Contra-Relogio)

    1. Apesar de ter lido essa teoria em Outliers, ainda acho que há uma confusão entre dia do nascimento e genética de forma estrita. Ok, eu li Epstein que destruiu minhas ideias como um cientista social de que nascemos uma folha branca preenchida pelos estímulos externos , como as interações do ambiente e com as pessoas. Mas, daí a transformar o esporte numa questão puramente genética, como muitos leitores seus fazem , é cair num reducionismo biológico da antropologia do século XIX!

    Ainda penso que a questão do nascimento pode ter impacto pelo simples fato da pessoa estar mais/menos desenvolvida fisicamente que seus pares. Vou dar um exemplo pessoal. Nascido em 29/12/1983, fui até os 16 anos goleiro de futsal. Sempre o reserva. Na última equipe, o Flamengo, numa vez o tecnico conversando com meu pai, brincou “Porque vocês não esperaram mais dois dias? Se ele fosse de 1984, ele seria titular em qualquer equipe!” , Afinal, eu teria corpo de 15 anos, mas jogando contra atletas que teriam corpo de 14, digamos assim.

    E também penso que isso se aplica de maior forma em esportes coletivos, onde há o combate físico. Aliás sua pesquisa foi bacana pq o Gladwell não fez com esportes individuais que eu lembre. Fez com Hoquei, Basquete, Futebol… Mas ainda penso nisso mais como um passapatempo divertido que algo que realmente se aplique realmente a amadores. E aí, braço a torcer ao Epstein e ao fisiologista (que me fugiu da cabeça) que fala para escolhermos bem nossos pais.

    Correr não é para todo mundo.

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  6. Ciro Violin disse:

    Minha opinião é que corrida não é um esporte.
    Corrida é um ato.
    É um ato que naturalmente conseguimos realizar (todos os seres humanos) porque ainda nascemos com esse DNA que contem resquícios de humanos corredores no passado.
    Pedestrianismo é um esporte. É a corrida que transformaram em esporte.

    Todos os outros esportes que existem hj, foram inventados. A corrida apenas foi adaptada com uma largada e uma chegada. O resto é natural do corpo humano.

    Correr, apesar de ser um ato natural para todos os seres humanos, é incrivelmente difícil de se realizar.
    Sair do zero e se colocar em movimento através da corrida, é doloroso e incomodo pois nós humanos somos preguiçosos por natureza, também. Reservar energia até o último instante possível.

    Mas, o pedestrianismo cresce a cada dia, não porque é simples de se praticar. Concordo que é simples (pouco material, ou até sem material nenhum), mas, cresce a cada dia, porque todos nós temos esse DNA primitivo, que nos proporciona correr e, que nos proporciona um momento de, felicidade no pós atividade. Correr é prazeroso nem que for por apenas 3km.

    Correr como ato, e como uma atividade, é sim para todos os seres humanos.
    Como pedestrianismo, eu tenho que concordar que não é não.

    Minha opinião, é que, como pedestrianismo, quando nos aproveitamos que correr é uma atividade que é natural e levamos a sério, dia após dia, dia após dia, esse treino nos faz chegar num patamar alto, e, nos coloca no nível mais alto dos amadores. Digamos, correr maratona em 2h35, para homens, por exemplo.
    Somente com treino, e muito treino, é possível chegar num número assim.

    Mas, abaixar esse tempo… tenho que concordar que além de muita prioridade, terá que ter genes diferenciados.

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  7. liporati2002 disse:

    No atletismo máster a regra é diferente. O que vale é a idade no primeiro dia da competição e não o ano de nascimento. O gráfico dos meses ficaria equilibrado mas não resolveria a idade em dias. Fiz judô quando criança e não atletismo. Sou nascido em outubro e sofria pela falta de maturação.

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  8. adrianapiza disse:

    Ao contrário do Nelton, sempre tive na cabeça que nascemos uma folha totalmente preenchida (sempre fui até muito radical para esse lado, reconheço que exageradamente). Até muitos comportamentos consigo acreditar que são genéticos rs. O que acho que pesa muito como fator externo é o acaso, isto é, a sorte de estar na hora certa no lugar certo, para dar oportunidade de a vantagem genética ser usada ou desenvolvida e não esquecida ou nunca descoberta. Muito interessante a data de nascimento fazer essa diferença também. Uma pessoa mais nova que se sobressaia precisa ter talvez uma vantagem genética muito superior para compensar e anular a vantagem da idade. Tenho um exemplo em casa,meu filho é de dezembro, e não bastasse isso, provavelmente seguirá a genética dos pais, com uma maturação mais tardia. Ou seja, mesmo comparado com os da mesma idade ele ainda está atrás de muitos! Em muitos eventos esportivos, fica pra trás. Brinco com ele para ter paciência, esperar e não se comparar aos que já tem pelo nas pernas!
    Apenas por curiosidade, existe essa tendência no sexo feminino? Acreditaria que não.

    Quanto a essas frases motivacionais do tipo “você quer você consegue” , “nada é impossível” e por aí vai, tenho horror…não me diz nada.

    Falando em gostar de assistir atletismo…isso eu sempre gostei. Sempre fui a todos os Meetings de atletismo em SP e Troféu Brasil…sempre sonhei assistir os eventos de atletismo nas olimpíadas (ano que vem quem sabe). E isso vai do gosto e não tem a ver com quem corre. A maioria dos que correm hoje tenho certeza que não assiste nada de atletismo, não sabe nada sobre os principais atletas. Agora se me dessem ingressos de graça para Fórmula 1, não iria. Não consigo assistir. Futebol quem sabe uns 15 minutos aguento na TV. Ao vivo melhora um pouco pela beleza e sensação de estar em um estádio. Prefiro basebol até. Acho que dá para ver arte em qualquer esporte, como disse, vai do gosto.

    Ah! E o que mais gosto de ler aqui são os links sobre atletismo!

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    • Danilo Balu disse:

      No feminino eu não fiz por preguiça (deu um belo trabalho coletar e mexer nesses), mas mas garotas a Menarca bagunça tudo rsrs preferi fugir disso como um namorado evita a namorada em tpm.. .

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    • neltonaraujo disse:

      Adriana.

      Sacanagem ter seu filho em dezembro. A gente sempre se f… hahhaa

      Concordo com quase tudo, mas há um ponto pra se colocar que chega a me incomodar.

      Já percebemos como nos somos maniqueístas? Vivemos dicotomizando teorias em binômio. Evolucionista x Criacionista, Comunistas x Capitalistas, Zonas de ritmo x Zonas de FC, Folha branca x Folha preenchida, Treinamento x Genética… e a lista não para por aí.

      Meu ponto é que a maioria desses binômios são menos excludentes do que pensamos.

      Atenho-me ao último binômio.

      Torço o nariz para quando análises falam apenas em treinamento, das 10.000 horas do Gladwell. Eu conheço pessoas que chegaram a tempos incríveis, que pessoas vão treinar mt mais, com muito mais afinco do que essa pessoa e nem vai chegar a perto desse tema.

      Contudo, eu, o cara que até 2009 sentava em cadeiras do mestrado que me diziam que q a “natureza” não existe, que se reinventou quando li o Epstein e parou de acreditar no acaso quando vê que saiu de 130kg pra 65 e fez 1:?? em meia maratona e 2:?? na maratona e, investigando, descobre que seu pai fora ciclista dos bons, a mãe sempre mito ativa esportivamente, não pode excluir o Gladwell.

      Não vou pela via simplória de dizer que treinei corrida a bessa, mas vou mais a fundo. Com 2 anos eu já nadava, até os 16 fui jogador de futsal, e mesmo obeso, sempre fui ativo fisicamente. eu Tive um lastro esportivo ignorado por mim, eu tive mergulhado em atividades esportivas a minha vida toda, que, com menos 65kg e um foco específico de treinamento e a fé de que me fez chegar onde estive e, acredito, posso voltar. Mas será que mesmo magro e com esse lastro esportivo, eu teria chegado aos tempos sem treinar feito jumento, dando 100%, vomitando um par de vezes na pista do engenhão?

      Por fé, explico, é um ponto que o Balu muito ignora. O lado psicólogico. Ele também é treinavel e também tem origens genéticas. Se não estivesse no melhor momento psicólogico da minha vida, com a estima em dia, confiante nos meus treinamentos e no. meu peso, não teria saído pra correr a g4 de POA e na semana seguinte a maratona do Rio e ter feito as melhorea provas da minha vida até hoje. Isso porque eu treinei muito aprender a sofrer, a acreditar em mim, para superar uma patologia: sou clinicamente um depressivo com problemas sérios de estima e com a forma que vejo meu corpo. Não a toa, super treinado, mas sem estima, sem confiança, me deixei levar pelas vozes internas e abandonei a Maratona de Nova York ano passado, a G4 na semana seguinte e 90% das provas que fiz em 2015. Ter terminado Chicago na situação q terminei pode ter feito mal fisicamente, mas já me colocou de volta à um outro patamar de confiança de outrora, que, se trabalhar pra não deixar meus demônios me sugarem de volta, pode me fazer a voltar a ter prazer na corrida pra. perfomance ano que vem.

      Em suma. Genetica explica, mas não totalmente. Treino, idem. Psicologia, tanto quanto. E meu único receio e crítica ao Balu nesse texto é gerarmos um determinismo biológico.

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      • adrianapiza disse:

        Concordo com muitas coisas aí…mas o que quero dizer e acredito é que nascemos com aptidão ou não para determinada coisa. Mas só isso não basta é claro, precisa treinar, usar essa aptidão, e ter a oportunidade de desenvolvê-la. Não é que a pessoa nasce com a genética perfeita e pronto, não precisa fazer nada. Precisa treinar muito, dar 100%…Agora, se você não nascer com a genética para essa aptidão, pode treinar 10 000 horas, o acaso pode te colocar para usar muito essa aptidão (que no caso não existe), mas você não conseguirá muita coisa. Pode até melhorar bastante, mas não vai se sobressair. Outra coisa, essa genética para a aptidão que falo também não pode ser pensada em tem/não tem. Existe os que tem uma aptidão fora do normal, passando pelos “normais”e os que tem quase “zero”aptidão. No caso, da forma como acredito…diria que você tem uma sim uma ótima aptidão para corrida, que foi desenvolvida, não acho que nascemos em branco e dependendo do que fazemos ganhamos a aptidão, esse é o ponto que não acredito, acho que desenvolvemos o que temos (ou não) e o resultado será bom ou mediano dependendo de quanto temos. E é mais complicado, pois tem a tal treinabilidade. Tem gente que nasce com aptidão, mas pode treinar, treinar…não melhora tanto quanto alguém que nasce com menos aptidão mas muito mais treinabilidade! E a treinabilidade teria um componente genético também.
        Quanto ao fator psicológico, acho sim que tem um componente genético de desenvolver essa determinação etc., mas acho na minha opinião mais “treinável”, mais fácil de desenvolver mesmo tendo um componente genético menos favorável para essa característica psicológica.
        Isso tudo é o que penso…
        Só sei que é tudo muito complexo….e por isso fascinante!

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  9. neirobson disse:

    DNA, mérito, epigenética, dom, sorte, ou quem sabe um pouco de tudo isso?

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  10. Tadeu Góes disse:

    Se bobear assisto até cuspe a distância e lançamento de celular.

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  11. Igor Oliveira disse:

    Vou parar de correr né, nasci em Dezembro…

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  12. Marcelo Hideki disse:

    Eu gosto de assistir atletismo,ao vivo e pela tv,assisto até prova de marcha atlética se transmitirem e também os links que mais me interessam aqui são os que falam de atletismo.
    Gosto de assistir vários esportes,até badminton(muito melhor que tênis de mesa),mas um que não consigo ver é futebol americano(NFL).

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  13. […] passado eu falei sobre o peso da data de nascimento no futuro dos atletas no atletismo (quanto mais cedo no ano, mais chances de obter melhores posições no ranking). Agora Alex […]

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