Dias atrás coloquei uma entrevista aqui do Bernard Lagat, que é um dos atletas mais longevos em atividade. Ele vem quebrando recordes mundiais na categoria +40 anos. As entrevistas dele são ótimas porque ele é articulado, carismático, vencedor, elegante e muito inteligente, bem acima da média dos melhores do mundo, seus pares. Mas em atitude suspeita do The Guardian, fizeram uma pergunta que nunca deveria ter sido feita. Suspeita por quê? Porque ela não deveria ter sido respondida sem tirar parte da credibilidade do atleta como da própria jornalista-parça, que muito provavelmente estava lá à “convite”, ganhando seus mimos. Do contrário, a mesma matéria poderia ter sido em outra oportunidade, não em evento da marca que dá milhares de dólares ao atleta para propagandear o produto. Veja bem, não vejo nenhum problema neste tipo de evento nem com o atleta defender o uso de tênis. Ele pode ter sido 110% sincero, mas jamais pode ser acreditado, justamente porque ele tem o dele na reta. Mas a jornalista foi “parça” (de parceiro), uma categoria que muito em breve eu quero escrever a respeito com calma aqui no Recorrido, a imprensa-parça que cobre corrida no Brasil. Quem são? A absoluta maioria! Escapam 2 ou 3, não mais do que isso. Não há mais do que meia dúzia de profissionais da imprensa que cobrem nossas corridas que não tenham relação em um nível comprometedor no Brasil. Não há. Eu compro essa afirmação. Os parças vendem baratinho qualquer afirmação. Enfim, já me alonguei. A minha crítica, mais do que potencializada pelo Adolfo Neto, fez o pessoal da Xero Shoes escrever a espeito. *sim, a Xero Shoes faz tênis minimalistas, vendem seu peixe, mas eles vai no cerne da questão: de como é ridícula o tal parágrafo da matéria no The Guardian.
Uma análise muito bacana coloca o recorde mundial da Genzebe Dibaba nos 1500m em perspectiva com outras marcas para mostrar que ele está no limite do acreditável e no limite da capacidade humana.
Se você gosta de atletas do passado, aqui um achado dos melhores! A breve história do americano Browning Ross.
No The Independent um texto defendendo que o doping tenha penas mais duras, para toda a carreira. Dá para entender essa indignação quando você vê um Tour de France suspeito como na era Lance Armstrong e um ex-dopado ser o favorito aos 100m do Mundial de Atletismo do mês que vem.
Abaixo vai o belo vídeo com os melhores momentos da Maratona de Paris! *dica do Correr pelo Mundo.
Olha eu sou meio cético com relação a doping. Estou convencido que é a regra, não a exceção no esporte de elite e os que são pegos não são os dopados mas os mais tolos. Tanto que ligas como a ATP e a NBA já desistiram na prática de controlar isso.
Agora, pensando num plano teórico, como seriam punições mais severas? Banimento do esporte para a vida toda? Não ajusto abortar uma carreira por conta de um ilícito, me parece exagero. Multas pesadas? Pode até ser mas na prática o atleta perde os patrocinadores que representam em geral a maior parte dos seus ganhos, ou seja, já perde $$$ pacas. Qual seria a punição então?
CurtirCurtir
Gostei muito do texto do Steven. Ele já escreveu outros na mesma linha.
E, como sempre digo, calçados como o que ele fabrica e outros minimalistas sempre vão ter a vantagem de mexer pouco com o natural. Se modificam pouco e fizerem mal, pelo menos vão fazer pouco mal.
O maior risco que vejo nos tênis que são vendidos por aí é tornar a corrida confortável demais para os pés. Aí a pessoa abusa da distância ou da velocidade e se machuca.
CurtirCurtido por 1 pessoa