Deixem o homem trabalhar!

Semanas atrás, em tom de piada, me perguntaram se eu não ia postar fotos do meu CREF nas redes sociais. Eu não tinha entendido nada até me disserem que o Marcio Atalla, com a desculpa de assim valorizar a categoria (?!?), pedia que os profissionais de Educação Física assim fizessem. Justamente o Atalla, que não é nutricionista, não tem CFN, mas que não perde uma chance sequer de propagar bobagens e atrocidades irresponsáveis quando fala sobre Nutrição.

paternalismoTudo isso, parece, surgiu depois que o namorado da Grabiela Pugliesi virou pivô de uma confusão. Não sei o nome dele, mas dizem que o cara além de rico, é bem nascido e bonitão, ou seja, tem além de tudo muita sorte, o que no Brasil é quase um pecado. Segundo ainda consta, o namorado da web-celebridade dá treinos físicos no Parque do Ibirapuera sem ser formado em Educação Física, e isso enfureceu muito treinador.

O brasileiro é um sujeito extremamente paternalista, aquele que quer que o “Papai Estado” cuide de tudo, inclusive indicando quem pode ou não cuidar de nossa saúde (ainda que paguemos) e ainda como esse serviço deve ser feito. É algo meio sem sentido. O próprio estado permite que eu possa comprar maços de cigarro, fazer o quanto eu quiser de exercício dentro de um parque público, inclusive fazendo isso carregando meu próprio entorpecente de comércio proibido para ser usado depois. Mas caso eu queira pagar alguém para me orientar, o estado quer determinar quem pode ser essa pessoa. É um nonsense completo!

Veja bem, o bonitão-web-celebridade não diz que é formado em Educação Física, ele não mente dizendo que tem CREF, nem diz ser formado em nada. Ele não comete nenhuma desonestidade intelectual, por que diabos então não querem deixá-lo trabalhar?

Cada vez que um professor de Educação Física cai nesse discurso de exigência de CREF ou diploma, ele reforça a todos nós apenas uma coisa: ter estudado Educação Física é tão desprovido de importância que é preciso leis exigindo um diploma e o pagamento do CREF para justificar a necessidade da escolha desse profissional.

submissãoA essencialidade do serviço de alguém NÃO está relacionada com o pagamento de uma anuidade obrigatória a um pelego, ela está relacionada o quanto de importância damos para esse profissional. Quando um educador físico brada por diploma e CREF, ele faz um desserviço, além de dar deixas de como ele enxerga o mundo de forma míope. Lembremos, o CREF (ou CFN, por exemplo) tem uma agenda prioritária, que é o de aumentar a sua própria arrecadação. Ponto. É um tolo (no sentido de ingênuo) quem acha que quem vive de uma lei torta (a singularidade de conselho representativo de profissões), quer outra coisa que não dinheiro no bolso protegido por uma lei que garante ele te cobrar um pedágio sem precisar oferecer nada em troca.

Por fim, não conheço o namorado da Pugliesi, mas como um Bacharel em Esporte que não faz ideia de onde fica o CREF eu digo: deixem de bobagem, treinadores! O CREF é um cabide de emprego que sobrevive num país com uma lei bisonha que obriga que você pague o belo salário deles às custas do seu. E outra, todo mundo aqui é grandinho! Deixem o cara dar os treinos que ele quiser! Todo mundo é adulto e deve ter o direito de escolher quem vai orientá-lo. Não julguem a ingenuidade de um terceiro pela sua que defende a essencialidade de CREF´s da vida.

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30 pensamentos sobre “Deixem o homem trabalhar!

  1. Mauro Leão disse:

    Boa!! Como se diploma garantisse algo…

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  2. martinhovneto disse:

    Mas o fortalecimento de uma categoria não passa pela fiscalização da atividade privativa dela? Vide CFM, OAB, CFC. Seu texto apresenta um bom ponto de vista, a valorização do profissional pela sua capacidade de se tornar essencial isso regula o mercado de profissionais. Acho que o conselho que só quer arrecadar entra no que vou falar na próxima frase, mas, em essência, não é essa sua função. Entretanto vivemos em uma cultura (mesmo que eu peque por uma generalização apressada) em que tirar vantagem é regra quando existe a possibilidade. Se o carinha lá é bombadão, bonito, e se utiliza disso para vender algo, não seria má fé? Será que ele conseguiu seu condicionamento físico por suas técnicas inovadoras ou se recorreu de um profissional?

    Em tempo: nem sei quem é esse cara e nem sou educador físico, rsrs.

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  3. Muito bom Balu!!! Tem gente que aprende sobre o corpo na faculdade, outros na vida, tudo depende da velocidade de aprendizado. Agora pagar CREF, OAB, CREA e etc é uma roubalheira. Começa o mês com o governo te levando um percentual do salário, depois o pagamento dos sindicatos e assim vai, até você ver que trabalha para um bando de idiotas que ficam sentados, dando risada das suas contas gordas, cada vez mais gordas! Dá-lhe leis brasileiras que protegem a ignorância e valorizam o desconhecimento.
    Taca-le pau Balu!

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  4. Breno disse:

    Rapaziada do CREF prometendo processar o Balu em 3, 2, 1.

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  5. Eu não viveria em um prédio projetado por alguém que não estudou engenharia.
    Também não gostaria de ser operado por alguém que tem a cirurgia como hobby.
    Também não arrancar um dente no meio da praça, como fazem na Índia.
    Ou compraria ações na bolsa de uma empresa cujo balanço foi assinado e auditado por alguém que adora contabilidade, mas nunca estudou tal matéria.

    Os conselhos de profissões regulamentadas existem justamente para isso: Regulamentar as profissões. Eles em tese servem para proteger a sociedade de maus profissionais e de leigos que possam causar prejuízos e/ou danos em consequência de uma atividade profissional.

    Não confundir conselhos profissionais com associações ou sindicatos, são coisas totalmente diferentes.

    Se considerarmos a opinião do Balu radicalmente, ninguém precisaria se formar ou estudar para exercer profissão alguma.

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    • Fabio disse:

      E se eu quiser morar numa casa projetada pelo Pedreiro Zé, ou arrancar meu meu dente com um alicate?
      O problema é quando as pessoas começam a acreditar que o estado vai escolher pra mim melhor do que eu mesmo!
      Se o mercado exigir balanços auditados por empresas (ou pessoas) de credibilidade, as empresas que não o fizerem terão suas ações desvalorizadas e assim o diretor vai pensar melhor antes de economizar na auditoria!
      Se o cara é saradão, mas uma anta, seus alunos vão pular fora rapidinho.

      Se considerarmos a opnião do Balu, quem quiser se sobressair no mercado, vai ter que procurar sim muita informação, estudo, formação… por vontade própria, para querer se diferenciar e gerar valor… e não se aproveitar do valor gerado por uma reserva de mercado!

      Liberdade sim… e assumir responsabilidade faz parte da liberdade!

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    • Danilo Balu disse:

      Regulamentar a prática da profissão é uma coisa, dizer o que deve ser feito e quem pode fazê-lo sem se prender como responsável caso alguma coisa dê errado é o que fazem os conselhos hj. Veja bem, fiz Eng. Civil na melhor faculdade do país (POLI-USP) e aposto que 3/4 dos alunos de lá não são capazes de fazer uma casinha pro cachorro deles porque sempre trabalharam em bancos e consultorias. Não há crime ALGUM nisso, mas qq pedreiro (semi-)analfabeto pode construir uma casa melhor e mais segura que meus ex-companheiros de sala, acredite! Eu NUNCA disse que não é preciso estudar! NUNCA. JAMAIS disse ou diria isso! Semana passada fui ao meu dentista que fz USP comigo (onde o conheci). Não sei se ele se formou, não sei se paga o conselho, sindicato e não sei se paga IR ou atravessa na faixa. Mas sei que ele é bom, MUITO bom! Vc fez Contabilidade, certo? Não acredito que vc acha que FAZER essa faculdade seja fundamental para a prática… não posso acreditar nisso… estudei Atuária (FEA-USP) e Esporte na USP. Nenhuma das duas é fundamental na prática. NENHUMA. É ESSE O meu pto. Por fim, Conselho é tão Pelego e vive na mordomia do monopólio que não posso acreditar que vc confie na intenção deles…. eles são uma empresa como outra qq, querem $$ e gozam do benefício da lei. SÓ isso.

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      • Conselho não é empresa nem associação nem sindicato, é autarquia federal, pessoa jurídica de direito público, integra a administração pública indireta.

        Não é o caso de peleguismo. Conselhos não existem para “defender” os profissionais, eles existem, em tese, para defender a sociedade dos maus profissionais ou dos leigos (de boa ou má fé).

        Até entendo até certo ponto sua defesa do livre mercado, que os mais competentes se sobresairiam e etc.

        Mas e quanto aos danos, prejuízos, mortes causados pelos incompetentes ?

        Ah sim, pra isso temos o judiciário…. Mas pera.. o judiciário também faz parte do poder público, então não pode.

        Então melhor voltarmos à época do velho oeste e cada um resolve seus problemas como achar melhor.

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      • Danilo Balu disse:

        Vou puxar pro CFN, que parece, está querendo me processar… tempos atrás mandei uma matéria da TV Record com as asneiras de sempre sobre emagrecimento. Perguntei qual era a atitude deles. Resposta: disseram que não havia NADA de errado. Pois se Taubes, Souto, Attia e Volek que NÃO são nutricionistas e alguns autores das ideias mais interessantes da atualidade intervirem em alguém, estão cometendo CRIME. Os Conselhos gozam do monopólio e da estabilidade. Eles não são indivíduos, mas vivem do trabalho alheio COMPLETAMENTE DISSOCIADO de riscos e interesses de quem deveria ser protegido. Vou deixar claro: NÃO sou contra conselhos! Mesmo! Sou COMPLETAMENTE contra a obrigatoriedade de vc TER que ser afiliado a um. Se Conselho for fundamental, que me prove e me convença a me filiar! Eu quero como PROFISSIONAL ter a opção de não estar ligado a um e como CLIENTE ter o direito de contratar quem eu quiser. Acho que agora me fiz mais claro….

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    • Renato Candido disse:

      Uma faculdade ou um curso profissionalizante apenas dá noções pífias e extremamente básicas sobre uma profissão.
      Um engenheiro que constrói um prédio ou um cirurgião que opera ou um dentista que “arranca dentes” , aprendeu o mínimo do mínimo na faculdade e se ele sabe fazer e, faz bem feito, foi observando outros fazendo e depois realizando muitas e muitas vezes aquela atividade, até ficar bom naquilo.

      Absolutamente… eu disse absolutamente NÃO é necessário fazer uma faculdade ou um curso para se aprender a construir um prédio, operar ou arrancar dentes, desde que a pessoa que esteja praticando essas atividade, estude (mesmo que auto ditada) e, faça, refaça e repita muitas e muitas vezes a atividade ficando bom naquela ação.

      Para finalizar:
      Sim!!!!!! Eu vou sim, fazer minha casa com o pedreiro Donizete e o Zé Nerso encanador que nunca fizeram faculdade nenhuma mas já construíram 70 casas ao longo de suas vidas profissionais.

      Ah… educador físico???
      Não obrigado, prefiro pedir orientação para pessoas que eu sei que praticam a muito tempo o esporte o qual eu pretendo praticar também.

      Obs1:
      O Estado NÃO VAI ME DIZER PARA QUEM EU TENHO QUE PEDIR ORIENTAÇÃO
      Sou eu que decido isso!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

      Obs2: Eu tenho um ídolo agora, e ele se chama Balu

      Obrigado Balu!!!!

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    • Marco disse:

      Entao meu amigo, exija voce o diploma do Cara que vai te treinar mas nao o impeça de treinar quem confia no trabalho dele.
      E FICA a pergunta: não seria leviano da sua parte confiar num cara só porque ele te apresentou um cf?

      Outra pergunta: Sera que voce so é capaz de ajudar alguem na sua area de atuação?

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  6. Oi Balu,
    “Ele não comete nenhuma desonestidade intelectual” . Nessa eu tenho que discordar. Eu sigo o dito-cujo no instagram. Ele nunca disse que era formado em educação física ou que tinha CREF, mas ele fez de tudo para passar essa impressão. Ele “passava” treino para as pessoas com termos técnicos de exercícios, prescrevia o que era bom para cada coisa…e por ai vai. Não era o esquema dessas blogueiras que publicam: “Ó, fiz esse exercícios hoje pra ficar com o bumbum durinho. Eu fiz, faz quem quer”. Ele dizia para as pessoas nos treinos do Ibira exatamente o que elas tinham que fazer. Não era uma sugestão, era uma prescrição, orientada e comandado por ele. Ok, treina com ele quem quer, mas que fique MUITO CLARO (e ele não deixava isso claro) que ele faz as coisas segundo o que dá na telha dele, sem embasamento científico (não vamos aqui entrar na discussão se pessoas formadas tem embasamento…rsrs. Eu sei qual é a sua opnião e partilho dela).
    Pra pessoas “saudáveis”, ótimo, deixem o homem prescrever treinamento. Mas e se aparece alguém lá com um abaulamento discal L4/L5. O que ele faz? Ele sabe o que é isso? Ele sabe onde fica a L4? Ele sabe se existe alguma contra-indicação? Ele já ouviu falar, pelo menos uma vez na vida, em uma aula de anatomia distante, onde fica a L4?
    Uma vez eu vi um post dele falando como treinar o músculo supra abdominal. SUPRA ABDOMINAL!!!! Olha, eu concordo em algumas coisas com você (a parte os conselhos principalmente), mas pra mim tem coisa que você tem que ser formado pra fazer poder fazer sim!
    Abraçooos
    ps: músculo supra abdominal não existe!!!

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    • Danilo Balu disse:

      Legal vc dizer que vc o acompanha porque eu não sei quem ele é… veja bem, estou dizendo exatamente que se ele quer prescrever algo e alguém quer segui-lo eu não acho que seja o mais correto, mas não é errado! Meu pto é que ele deve ter o direito de orientar, não que isso seja isento de risco! E se alguém vier com “abaulamento discal L4/L5” treinar comigo e eu que sou Bacharel (não tenho CREF, ok), fizer barbeiragem?? O CREF vai impedir? Não vai! Entende meu pto? O CREF não protege vc, protege a eles mesmos! Se sentarmos nós 2 em 15min vamos encontrar dôtores diplomados e com CREF em dia falando bobagens…. entende meu pto?? Ser formado não garante NADA… mesmo na Saúde!

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      • Entendi Balu. E concordo. Assim que cliquei “publicar comentário” me vieram a cabeça várias pessoas que entendem muito de determinado assunto sem ter formação. Meu ponto, mais objetivamente é: Não se passe por aquilo que você não é. Quer orientar treino, ok, mas não se passe por profissional de educação física, ou nutricionais ou qualquer outra profissão. Se a pessoa quer seguir o que você fala, ok também, mas ela tem o direito de saber que a pessoa que ela está escutando não tem diploma…e tirar suas prórprias conclusões disso. Mas esse cara, na minha opnião, dava uma ludibriada na galera. Eu só fui saber que ele não era formado por causa dessa história do #eutenhocref…até então eu achava que ele era…E tem muuuita gente no Instagram que faz isso…Aí fico nervosa!!! hehehe

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      • Danilo Balu disse:

        Mas se o cara vem e fala que é formado ou que tem CREF ou qq outra coisa do gênero, ele pode ser processado por falsidade ideológica SEM o CREF ter que fazer nada… Ele induzir, sugerir, se fazer passar… TUDO isso é desonestidade intelectual. Não conheço o cara e faço questão de não conhecer, meu pto é so que CREF não tem que ser obrigatório e eu como cliente posso querer que um não-habilitado possa me orientar porque sou adulto… é só isso! Quem quer pagar CREF por OPÇÃO deve ter TODO o direito!

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  7. Luis Oliveira disse:

    Em tese (mas só em tese), o que o Júlio fala faz sentido. Para se associar ao Conselho de sua profissão, o sujeito teria que comprovar formação acadêmica, o que garantiria um nível mínimo de conhecimento específico. Tem até o caso da Ordem, que faz um exame adicional para dar a carteirinha.

    Na prática, os Conselhos se convertem em cartórios e quem for prejudicado por um mau profissional deve reclamar com os bispo, pois nenhum Conselho tem qualquer compromisso (que eu tenha visto) com a proficiência na área. E digo mais, provavelmente os Conselhos não estariam nem aparelhados para aferir essa proficiência e com certeza estão menos aparelhados que o mercado. Então, o que temos são que prédio de engenheiro ruim não vende, cirurgião ruim não opera, empresa com balanço da auditoria marca-barbante não negocia. E vice versa.

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    • Danilo Balu disse:

      É uma teoria que não sobrevive à prática….

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    • Julio Cesar Kujavski disse:

      Sim, ninguém gosta de pagar Conselhos.

      E existem coisas mais objetivas e outras subjetivas:
      Se um prédio cair fica fácil processar o engenheiro, e o Conselho junto.

      Mas se uma pessoa fica doente por causa de uma dica de nutrição ou de exercício ou mesmo de medicina a coisa não é tão clara assim.

      Ser registrado como profissional não garante de forma alguma a competência da pessoa. Pessoas com registro se dão bem na profissão e outras também com registro quebram.

      O fato é que é obrigatório e todos têm que pagar. Pra mudar isso teria que haver uma mudança na Constituição Federal. Mas pra isso temos o Cunha, que já está agilizando a diminuição da maioridade penal e a lei das terceirizações, quem sabe dá pra incluir uma proposta sobre o fim dos Conselhos.

      Logo logo teremos os caçadores de recompensas como nos USA… Estado mínimo, cada um que se vire como puder, de acordo com a sua “meritocracia”.

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      • Ângelo Caexeta disse:

        Julio, entendo o seu ponto. Em tese, os conselhos seriam uma boa. Imagine ter uma instituição pública formada por profissionais com mandatos (portanto, com certa autonomia em relação aos governos e interesses pessoas), conhecedores da área e agindo na fiscalização da prestação de um serviço à sociedade. Seria muito lindo isso se, na prática, os conselhos não manifestassem o corporativismo que seus associados adoram. Quem não quer ter uma entidade que garante o monopólio da atividade? Por isso os credenciados continuam pagando sorrindo seus conselhos, os quais também consomem dinheiro dos nossos impostos. Na vida real, essas entidades pouco influenciam na qualidade do ensino dos seus futuros “credenciados” e, portanto, na qualidade do serviço prestado futuramente. E quando podem ter algum tipo de intervenção (no caso de uma morte por uma cirurgia malsucedida ou um prédio que cai, por exemplo), é uma intervenção posterior ao ocorrido, o que pode ser muito tarde. Na maioria das vezes, a punição esperada pela sociedade a um mau profissional será dada pelo judiciário mesmo (criminal e civilmente), pois a punição dos conselhos é meramente administrativa (acho que a cassação do registro é a pena máxima), o que não impede ninguém de continuar atuando. Convenhamos, se as instituições que já temos e que são necessárias funcionassem devidamente (governos, faculdades, universidades, polícia, judiciário, ministério público) e a impunidade não fosse uma certeza, não precisaríamos recorrer a uma entidade que remonta à Idade Média (lembra das Corporações de Ofício?).

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  8. adrianapiza disse:

    Os Conselhos servem para atrapalhar…muito. Há anos abri uma empresa de consultoria em pesquisa na área veterinária. Fui obrigada a registrar no CRMV. Só que eles, que me obrigam a registrar, não sabem que existem outros tipos de atividades na área veterinária que não necessariamente seja uma clínica, petshop….E de tempos em tempos aparecia um carro do CRMV com fiscais ao endereço da empresa (que no caso era a minha casa) fazer vistoria!!!! E averiguar se o documento de conformidade com o CRMV estava pendurado na parede em local visível, como deve estar num petshop ou clínica. E para explicar que ali não tinha nada disso? Que não havia pendurado o documento na parede da sala? Chegaram a querer me multar!!! Quase enlouqueci! Depois desistiram!
    Infelizmente não vejo utilidade nos conselhos…muito pelo contrário….

    Quanto à Pugliese e o namorado, acho que quem segue e gosta, que continue! Eu penso que devemos saber escolher bons profissionais…se não é adequado, não sigo, não consulto e pronto. Sem ficar malhando o cara porque tem trilhões de seguidores. Se a pessoa faz questão de ser orientado por quem tem registro, pergunte ao profissional, peça para ver o registro! Agora, há profissões que são mais técnicas, como cirurgião, dificilmente será um cirurgião quem não tem o curso específico. Outras são menos técnicas….um professor secundário é obrigado a ter licenciatura, bacharelado não basta, porém, dar uma boa aula na minha opinião é muito mais um dom do que qq coisa que se aprenda em 5 ou 6 matérias de pedagogia para ser licenciado.
    E a correlação diploma/ bom profissional, essa realmente não existe. E o diploma, além de não ser suficiente, muitas vezes pode não ser necessário para se ter um excelente conhecimento da área.

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  9. Juliana Gomes disse:

    Pra você que está lendo os comentários e discorda (e até ataca) o Balu … Pense duas vezes antes de pedir pro amigo do seu amigo que é fodão em informática para consertar seu computador, ou até mesmo para montar seu site, economizando assim uma bagatela. Você já deve desconfiar, mas esse cara nem formado deve ser pois hoje em dia tudo se aprende no Google (principalmente informática!).

    Assinado, uma Analista de Sistemas formada com 14 anos de carreira e que tem muito mais coisa pra se preocupar do que com o pobre coitado que está ganhando uns trocados te ajudando a salvar o computador do último vírus que você “acidentalmente” instalou.

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  10. Balu… muito obrigado cara. Uma luz nesse mundo, mais uma vez!

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  11. […] todo tipo de mensagem, lógico. Mas uma me chamou mais a atenção. Na semana passada eu falei sobre a bobagem que é impedir alguém de dar treino por ele não ter CREF (uma exigência estúpida) ou por não […]

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  12. Claudio disse:

    Oi Balu, esse é um tema rico e interessantíssimo!

    Confesso que, hoje em dia, dá até receio ter uma opinião que vá contra a ondada maioria. Eu inicialmente, quando ouvi falar e fiquei sabendo um pouco mais sobre o que estava acontecendo, estive um pouco indeciso. Mas atualmente, meu ponto de vista é o seguinte: os conselhos regionais regulamentam a profissão e os profissionais de determinada área, mas até onde sei, as leis que definem as profissões não lhes dão direito de regulamentar aqueles fora de tal profissão.

    O que isso significa? Significa que se um educador físico quiser fazer a reabilitação pós operatória de um ligamento cruzado de joelho mas ser honesto em relação à sua formação e dizer “sou educador físico e não fisioterapeuta” ele PODE! Já conversei com um educador físico que fazia isso e nem por um segundo pensei em processá-lo, agredí-lo ou ter qualquer ação contrária (eventualmente o encontro e sempre que isso acontece interagimos com mútuo respeito e cordialidade).

    E o Conselho da Fisioterapia, no meu entender, não poderia fazer NADA a respeito! Não há lei alguma que delimite a ação profissional de forma excludente, ou seja, somente o Fisio pode fazer isso, somente o educador pode fazer aquilo, exceto alguns ítens do ATO MÉDICO.

    Poderíamos, eventualmente, nos perguntar porque tanta ação contrária contra o tal rapaz que dava exercícios lá no Ibirapuera (também desconheço detalhes), haja visto as diversas senhoras de idade que dão aulas de taichichuan nas praças da cidade, dando algumas orientações de medicina oriental ou mesmo alimentação (desconheço que essas duas últimas partes aconteçam – orientações e alimentação – são hipóteses possíveis) jamais terem sido alvo de tamanha movimentação.

    Ou podemos ir além, porque não a revolta contra os diversos professores de ballet, capoeira, artes marciais em geral, técnicos de futebol de campo sem título de educador físico (ou esporte).

    Ou talvez, por quê não há revolta contra o salário irrisório de vários professores de ensino básico, incluindo aí professores de educação física que estudaram 4 ou 5 anos durante a graduação, foram atrás de livros, tem cref e tudo mais?

    Não há algo de estranho aí?

    Quem valoriza a profissão é o próprio profissional, através de seu estudo , compromisso, competência, responsabilidade e participação. Ficar delegando a outras instituições a valorização da profissão é, na minha limitada opinião, um equívoco.

    Por outro lado, se alguém tivesse de indicar uma pessoa que queira ter um treinamento eficaz, seja por saúde, esporte, ou por ter condições específicas de saúde, como problemas do coração, a quem essa pessoa indicaria. Ao cara que dá aula no Ibirapuera ou a um profissional de Educação Física formado e competente?

    Lembrando que, como você mesmo disse, não é o título profissional nem o cref que vão dar competência e credibilidade ao indivíduo.

    Sem mais no momento,

    Claudio

    PS; sempre minha admiração pelos profissionais de educação física responsáveis e competentes que temos, profissão imprescindível para a saúde e qualidade de vida das pessoas, sem falar de sua extrema importância no desenvolvimento de crianças, jovens e adultos.

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  13. Flavio Silva disse:

    Perfeito. Também odeio o paternalismo do Estado brasileiro e o corporativismo que beira a ingenuidade (sem falar na falta de honestidade) de boa parte dos profissionais do país. Isso vale pra professores de educação física, nutricionistas, médicos (olha o alvoroço causado pelo Mais Médicos) e por aí vai…

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  14. […] Uma irresponsabilidade! E você não verá nunca o desnecessário CREF falando algo contra, eles só perdem tempo apenas com o inútil que prejudica o bolso do conselho. Por fim, o Pedro Ayres saiu-se com um comentário muito feliz: a maconha tem um viés cultural […]

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  15. adolfont disse:

    Só li hoje.
    Ainda bem que na Computação não deixamos criar uma atrocidade dessas, um conselho da informática.

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  16. […] sabem o que acho aqui do corporativismo picareta. Agora fiquei sabendo que o cara que dava treino no Ibirapuera foi preso (?!?!) porque – vejam […]

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  17. […] que vocês já sabem o que acho da papagaiada corporativa na Nutrição e na Educação Física (aqui e aqui). As pessoas mais interessantes que escrevem sobre esses temas não pagam o nosso […]

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