*post automático. Em viagem de férias não sei quando poderei responder ou mesmo liberar comentários “presos”…
Escrever uma longa série de 10 posts sobre algumas das falácias da Nutrição foi um exercício interessante. Primeiro porque foi um questionamento justo de quem argumentou que eu escrevia da boca pra fora, sem estudos ou sem estudar. Segundo porque pude falar um pouco mais calmamente a quem frequenta o Recorrido sobre as bases com as quais eu tanto questiono a prática da Nutrição.
Palavras não têm tom e o meu é um tanto impessoal. Dos meus maiores “ídolos” da escrita eu não sei a formação, mas recebi centenas (mesmo!) de mensagens que se apoiavam ou na minha graduação, passando pela minha sexualidade (parece ser uma obsessão entre nutricionistas) ou minha psique. Eu sei que quem escreveu não representa necessariamente um corte fidedigno do nutricionista brasileiro, mas deu para ver que se não qualitativamente, ao menos quantitativamente estamos ruins, muito ruins.
Um pouco que me aborrece quando me chamam de polêmico. Sempre acho que são os outros que se ofendem exageradamente quando falamos de ideias. Outra que me aborrece é a ideia de que tenho problemas com profissionais da Saúde. Nada mais equivocado. Treinadores são fundamentais no treinamento e na motivação de seus orientados. Nutricionistas têm um amor grande pela prática, a ponto de achar que paixão e boa vontade se confundem com rigor científico. E médicos escolhem estudar para salvar vidas. Mas essas 3 categorias têm uma característica em comum: são limitadamente humanos, com todas suas falhas e virtudes.
Um treinador comete barbeiragens quando aplica bom senso para mexer na Nutrição ou tenta reduzir lesões de um corredor. Um médico, por sua vez, o maior tudólogo da Saúde (aquele que pensa que é especialista em tudo) comete erros gravíssimos quando sai de sua especialização. Ele pode falar genericamente tão bem quanto um engenheiro agrônomo pode consertar uma turbina de avião. Consigo imaginar o engenheiro se negando a botar as mãos na máquina, mas a confiança do médico, que se mete no que não sabe, é tão maior quanto mais perigosa nesse caso.
Dentistas e Nutricionistas são tão necessários quanto as duas outras categorias. Mas só um tolo acha que não cometem muitos erros como qualquer humano, ainda que transpirando boa vontade. Eu poderia listar erros históricos nas ciências da Saúde, mas por algum motivo X, ao você questionar que Nutricionistas erram muito, gritaram como se isso não acontecesse com eles ou como só alguém munido de algo muito especial pudesse levantar o questionamento.
Tentei ponto a ponto mostrar as limitações e a má vontade da Nutrição com o rigor científico. Se hoje você come mais carboidrato (ou menos gordura saturada) do que qualquer geração passada, não é culpa do nutricionista de hoje. Algo fez com que tamanha diretriz torta se estabelecesse. E um raciocínio lógico, independente do mensageiro, pode mostrar essa falta de rigor.
Minha recomendação permanece: eu recomendo que não se vá a um nutricionista esportivo. Ainda que haja muitos bons por aí, o que é praticado pela maioria lhes foi ensinado de forma torta na faculdade, carece de evidências. Mais do que isso, a revisão vai nos mostrando que as diretrizes caminharam perigosamente para o pior: mais diabetes, síndrome metabólica e obesidade. Eu não preciso pagar um profissional para adoecer comendo para depois ser medicado. Acho que posso fazer isso sozinho.
Por fim, é um tolo quem exige que eu aponte a dieta ideal para provar de vez meu ponto. Não preciso saber o certo para reconhecer algo errado. Mas me exigiam isso. Pena, diz mais sobre quem veio criticar do que sobre mim.
Pude nesse tempo trocar muitas mensagens privadas e interessantes com muita gente da área que concordava, discordava, elogiava e xingava. Mas termino não querendo provar meu ponto. Mas reforçar que não acreditem em mim. Vá atrás do que dizem algumas das pessoas mais interessantes que escrevem sobre Nutrição hoje em dia. Já recomendei absolutamente tudo do que condeno hoje porque tive fé cega nos meus professores. Uma fé parecida com a de quem veio apenas argumentar com um “porque não”.
Mais uma vez te dou os parabéns pelos posts… gostei muito… me fez repensar sobre as lendas e mitos da alimentação atual, sobre os inúmeros questionamentos que não existem respostas… Parabéns e boas férias!!!!
CurtirCurtir
Também venho agradecer por ter me apresentado tantas informações e fontes sobre nutrição e mitos que consideravamos verdadeiros apenas por acreditar na maioria.
Me faz pensar sobre nunca esquecer de verificar minhas “certezas” e estar sempre em busca de respostas.
Boas Férias!
CurtirCurtir
Balu, você diria que o natural é ficar quase sempre com fome ?
Vivemos a era da superalimentação, pra qualquer lado que a gente olhe tem comida, e acessível, e suculenta, e docinha.
Estive pensando nisso, e se analisarmos bem, a maioria dos animais na natureza (sim, ela ainda existe…) está a maior parte do tempo com fome.
Estou me adaptando: Tomo café da manhã normalmente (ainda não consegui eliminar o pão). A partir do meio do dia eu fico com fome. Incluindo aí no meio um treino, geralmente às 12:00 hrs no calor.
Depois do treino a coisa fica mais difícil, a fome aperta. Então apelo pra uma barrinha de proteína e às vezes uma coca zero. E sempre tento trazer alguma fruta de casa e ter aqui no escritório.
Depois que o pior da fome passa a gente acostuma, não é tão ruim assim.
Cheguei à conclusão de que o almoço, por exemplo, é muito mais convenção social do que necessidade.
As pessoas vão automaticamente almoçar, nem pensam se estão com fome ou não.
Vi que é melhor pra mim usar o intervalo que seria do almoço pra fazer meu treino, assim não atrapalho tanto meu horário profissional e fujo da convenção do almoço e não como demais sem necessidade. Se minha mulher quiser almoçar comigo um dia ou outro eu vou sem problema, mas estou preferindo restaurantes por Kg, onde posso escolher saladas e um pouquinho de carne.
E essa história de que devemos nos alimentar a cada 3 horas ? A nutricionista que eu fui me deu uma planilha que era assim.
CurtirCurtir
Isso de se alimentar a cada 3h é mais uma das bizarrices da categoria torcendo pra teoria deles ser verdade. O jejum intermitente é MUITO interessante. Algumas vezes na semana eu passo 12-18h em jejum ao jantar 22h e só almoçar depois das 13-14h no dia seguinte. Nutricionista diz que isso faz mal. Então deve fazer bem rsrs
CurtirCurtir
Muito esclarecedor… Graças as suas dicas do Dr Souto, entre outros; pessoas comuns podem enxergar que gastamos rios de dinheiro acreditando que estamos oferecenso o melhor para nossas famílias e ao contrário estamos nos adoecendo e aos nossos filhos. Muito obrigado pelas dicas, estou “comendo” os Livros de Taubes e Davis. Continue com este ótimo trabalho, não se preocupe, pois desbravadores sempre sofrem… Boas férias.
CurtirCurtir
Olha essa notícia, Balu. Bem na linha do que você tem escrito por aqui. http://www.correiobraziliense.com.br/app/outros/ultimas-noticias/63,37,63,47/2015/03/04/interna_ciencia_saude,474034/oms-quer-reduzir-consumo-de-alimentos-ricos-em-acucares-ocultos.shtml
CurtirCurtir
[…] Links: [1] [2] [3] [4] [5] [6] [7] [8] [9] [10] [11] [12] […]
CurtirCurtir
“Nenhum animal na natureza precisa da assistência de experts em nutrição ou gráficos de caloria para comer. E ainda assim, enquanto eles comem a comida que evoluíram para comer, eles permanecem em um peso normal e evitam cáries, diabetes e doença cardíaca. Por que os humanos seriam exceção ? Por que você seria exceção ?”
CurtirCurtir
[…] Leia mais no original: https://blogrecorrido.com/2015/03/04/so-mais-uns-pitacos-sobre-os-textos-de-nutricao/ […]
CurtirCurtir
[…] EPÍLOGO. […]
CurtirCurtir