OU SOBRE A FALÁCIA DO BALANÇO CALÓRICO
Ontem falei que a Nutrição erra desde a sua saída, ao definir (ou não entender) o que causa o sobrepeso. Ou seja, desde o princípio ela já está errada. Sem saber disso, ela parte para a ideia do balanço calórico para combatê-lo. Mas a tese do balanço energético deve ter algum fundamento, certo? Seria uma boa ideia?
Uma relação que poucos tentariam negar é o do consumo de calorias com obesidade. E ela é tão forte que estatísticas simples poderiam mostrar e comprovar. No entanto, o estatístico Nate Silver em seu belo livro “O Sinal e o Ruído”, usando dados de 84 países que disponibilizam os valores de consumo calórico, descobriu que a associação entre elas não é assim tão clara. Ela é apenas “tênue”. Países como a Coreia do Sul ou Nauru (pequena ilha na Oceania) mesmo com o mesmo consumo energético e apenas um pouco acima da média mundial, apresentam índices de obesidade contrastantes (3% versus 79%). O gráfico abaixo obtido aponta evidências apenas limitadas da relação consumo calórico e obesidade, ou ainda nas palavras do próprio autor sobre aquela que é uma regra fundamental para nutricionistas e médicos adeptos da ideia do balanço calórico: parece haver indícios restritos para uma associação entre obesidade e consumo calórico; pelos testes padrão, tal relação não seria qualificada como “estatisticamente significativa”.
Pois um dos grandes desafios de argumentar que os carboidratos (e não a gordura) são um dos maiores responsáveis pela obesidade mundial é a equivocada e enraizada ideia desse balanço como o maior e principal regulador de nosso peso. A ideia entre outras coisas parte do pressuposto de que “todas as calorias são iguais“, afinal, o que importa é o balanço ao final do dia, tal qual o saldo bancário de um indivíduo. Mas isso teria que nos fazer crer que 100 calorias de refrigerante seriam como 100 calorias de um legume, por exemplo. Assim acaba-se por reforçar que obesidade é simplesmente apenas uma consequência de comer demasiadamente por gula ou se movimentar de menos por preguiça.
Não deixa de ser um tanto ingênuo imaginar que nosso organismo e sua intrincadíssima rede de reações bioquímicas lidaria do mesmo jeito com calorias vindas de um pão ou de carne ou de uísque. Ou ainda, por uma lógica simples demais para ser crível, assumir que a gordura ou colesterol circulantes no nosso sangue, sejam resultado direto da gordura saturada na dieta.
Na verdade a ideia de que a obesidade é uma questão matemática e de balanço calórico nem sempre foi central. Até antes da 2ª Guerra Mundial (1939-1945), muitos pesquisadores europeus acreditavam que a obesidade era uma desordem regulatória de causa hormonal. Em uma recapitulação cuidadosamente feita e investigada por Gary Taubes em seu livro “Good Calories, Bad Calories”, temos recontada as ideias do médico alemão Gustav von Bergmann que explicava no início do século passado (1908) que nós comemos demais porque e quando estamos ficando gordos. Gustav von Bergmann desmistificava o raciocínio do sobrepeso como tendo o desbalanço energético como causa, e não consequência. Bergmann chamava a causa da obesidade como sendo uma desordem metabólica à qual deu o nome de “lipophilia” ou “love of fat” (amor da gordura, em tradução livre). Suas teorias, porém, foram depois ignoradas.
Não foram apenas as ideias dele que parecem ter se perdido no tempo. Em 1864, William Banting publicou Letter On Corpulence, Addressed to the Public. Sua dieta explicada na obra acabou virando verbete na Nutrição e foi muito recomendada por médicos até a metade do século passado. O autor perdeu quase 40kg em uma dieta rica em gordura e restrição de carboidrato. Porém, o The British Medical Journal e o Lancet publicaram uma resposta dizendo que tal dieta poderia ser perigosa. Na verdade, tal qual muitos comentários que recebi, não foram muito gentis, eles aconselhavam Banting e “todos os seus a não se meter com literatura médica novamente, e ir cuidar de sua própria vida”.Ou seja, como muitos órgãos e nutricionistas hoje ainda fazem, eles criticavam e rechaçavam a ideia de restrição de carboidrato e alto consumo de gordura sem sequer entender as ideias e a sua segurança. É difícil criticar o tom da resposta com a falta de evidências que havia no longínquo ano de 1863, mas é inaceitável órgãos de saúde e Nutricionistas fazerem o mesmo nos dias de hoje com o vasto material produzido e à disposição de todos. *falarei ainda da segurança do consumo de gordura em outro post.
Depois de Gustav von Bergmann, já em 1951, foi publicado por 7 respeitados clínicos britânicos o The Practise of Endocrinology. As recomendações nele eram muito parecidas com as de William Banting em 1864, ou seja, as comidas a serem evitadas eram: pães e tudo feito com farinha de trigo, cereais, cereais matinais, pudins, batatas e quaisquer outros vegetais e tubérculos que contenham açúcar e todo tipo de doce.
Depois deles, em 1957, ainda veio Hilde Bruch, autoridade e especialista em obesidade infantil que escreveu: um grande progresso no controle da obesidade pela dieta foi o reconhecimento de que a carne não é engordativa, mas que pães e doces é que causam a obesidade.
Ou seja, para esses o problema não era uma questão de quanto, mas do quê comer. Pois se a questão do ganho (ou perda) de peso é apenas uma questão numérica, de quantas calorias ingerimos e não da composição daquilo que comemos, a ingestão calórica exagerada ainda que por poucas semanas deveria dar suporte à crença da teoria do balanço energético. Questionando essa lógica citada amplamente em órgãos de saúde, Sam Feltham fez um curto experimento pessoal sem validade científica. Por 3 semanas ele ingeriu diariamente uma média de 5.794 calorias com uma restrição tal de carboidratos que totalizou apenas 10% dessa energia consumida. Se a tese do balanço calórico fosse 100% válida, Feltham deveria ter engordado 7,5kg, mas ele ganhou apenas 1,7kg.
Essa diferença levanta uma hipótese: será que nosso corpo não pode alterar seu gasto energético? Durante o experimento é bem provável que seu gasto tenha se elevado explicando seu ganho de peso bem abaixo do esperado na teoria matemática do déficit calórico. E o que sugere ainda outro estudo do JAMA que examinou 21 sujeitos com sobrepeso ou obesidade comparando não só a perda de peso entre dietas com restrição de gordura com as restringindo carboidrato e também seu gasto energético. Mesmo consumindo a mesma quantidade calórica, a dieta com restrição de carboidrato gerou um aumento no gasto diário de 325 calorias por dia.
O inverso também acontece, se você entrar em jejum objetivando perda de gordura, você não perderá peso de forma equivalente ao desbalanço calórico. Ou seja, um indivíduo que “necessite” 2.500 calorias, em jejum de 2 dias não terá perdido o equivalente a 5.000 calorias porque o corpo irá reduzir seu metabolismo.
Porém, ingerir grandes quantidades de carboidrato simples parece interferir justamente no balanço hormonal. Essa ingestão irá aumentar a produção do hormônio insulina. Um exemplo que ficou mundialmente popular foi retratado num filme anos atrás. Em “A Dieta do Palhaço” (Super Size Me), o diretor Morgan Spurlock também fez um auto-experimento e também sem validade científica. Ele ingeriu cerca de 5.000 calorias diariamente na mais famosa rede de fast-food do mundo por 30 dias seguidos. Ao contrário de Feltham, o diretor não comeu uma dieta de baixa ingestão de carboidratos, mas sim uma dieta rica em carboidratos refinados e gorduras. Ao contrário do outro experimento, Spurlock ganhou mais de 11kg.
Esse ganho pode ter uma explicação simples. Um estudo de 2004 sugere que a qualidade (ou tipo) da dieta muito importa porque mesmo em uma dieta hipocalórica, ratos submetidos a uma alimentação de alto Índice Glicêmico (IG) engordaram rapidamente. Eles ganharam cerca de 71% de gordura a mais do que os outros ratos que comeram mais calorias, só que através de carboidratos de menor IG.
O ser humano tem obsessão por ter controle das coisas. O Nutricionista aprende ainda na faculdade a calcular o valor calórico de uma dieta e o gasto do seu cliente. É nossa tara tão humana de estar no controle. Só que há um porém: a Nutrição é péssima nesses cálculos. Vejamos as consequências quando o Nutricionista insiste no balanço calórico por achar que vai conseguir calcular os valores…
Do ponto de vista termodinâmico, ninguém nega que 100 calorias de alimento, não importa sua origem, se proteína, gordura, ou carboidrato, libere a mesma energia em um teste laboratorial. Inclusive a primeira publicação conhecida da definição de caloria foi em 1825 no jornal francês Journal de l’Industrie, des Sciences et des Beaux-Arts. Porém, as leis termodinâmicas que o próprio pesquisador Clément-Desormes propôs à época não se aplicam necessariamente ao organismo humano. Independente disso, ela continua sendo usada pelos nutricionistas como uma das bases.
Bom, é praticamente impossível de forma acurada e precisa calcular quantas calorias há também nos alimentos mesmo fazendo uso de instrumentação muito precisa. É preciso ter fé! E isso a Nutrição tem de sobra. O mesmo vale para quantas calorias são gastas por um indivíduo. O que existe atualmente são cálculos levando a aproximações. Além disso, é importante lembrarmos que “caloria” é um termo calculado em função da quantidade de energia necessária para elevar a temperatura de um determinado volume da água. Só que nosso organismo não usa as calorias para isso. Ele a usa para sobreviver, produzir enzimas, sintetizar nutrientes, se movimentar, etc. Lâmpadas é que são classificadas em função da energia que consomem, não em função de sua luminosidade.
Algumas são mais eficientes que outras, como as lâmpadas frias modernas, muito mais econômicas que as antigas incandescentes. Funciona assim com indivíduos, tarefas iguais, gastos bem diferentes ainda que se considere peso, sexo, idade… Ou seja, a quantidade de energia que as diferentes pessoas utilizam para fazer tarefas distintas também é variável. Não podemos jamais acreditar na precisão de quem acha que o controle de peso é algo puramente matemático, como se fosse uma esteira na academia se não conseguimos calcular com confiança inúmeras outras variáveis.
Além disso, a tese do balanço energético de que uma caloria é uma caloria tem outros furos. Vejamos as fibras, por exemplo. Quando você consome 160 calorias de amêndoas, por exemplo, você absorve apenas 130 dessas calorias. A fibra na amêndoa retarda a absorção deixando que essas calorias fiquem para as bactérias da flora intestinal ou sejam liberadas nas fezes. Alguns vegetais, têm “apenas” cerca de 3 / 4 das calorias absorvidas. O custo energético de metabolizar os diferentes nutrientes também é muito importante. Gastamos quase o dobro da energia para metabolizar proteínas quando se compara com o gasto na metabolização de carboidratos. Este é o efeito térmico dos diferentes alimentos. E elas ainda reduzem melhor a sensação de fome, por exemplo. Assim você não necessariamente absorve aquilo mostrado na tabela nutricional do rótulo. Isso o Nutricionista considera, mas apenas em parte!
Enfim, no primeiro texto expliquei como a base de saída (razão do porquê engordamos) é mal compreendida na Nutrição. Depois disso, o Nutricionista poderá partir ainda para a questão das calorias e do balanço calórico, uma teoria que, ou não se sustenta pelas estatísticas ou que já foi fortemente rechaçada há décadas. Mas ainda que o seu Nutricionista garanta que tem ou pode ter esse controle (ele não tem!), será que ele tem MESMO? Pois amanhã vou revelar um levantamento que nenhuma faculdade ensina, mostrando que o ponto de saída da questão do balanço calórico é um achismo desde o ponto de partida.
Excelente abordagem.
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Ótimo! Continuo lendo com muito interesse. Mas não acho que todos os Nutricionistas utilizam balanço energético ou calórico Balu. Minha prescrição dietética foi baseada em índice glicêmico. Ela,pelo que lembro (não sou da área), prioriza o consumo de alimentos com baixo índice glicêmico, não tem suplementação (a não ser de vitamina D3, vitamina K2 (mk7) e Magnésio Quelato e esta danada acompanhada de exames periódicos), e prioriza o consumo de proteínas e carboidratos complexos. E não me consultei em um nutricionista esportivo e sim em uma amiga que trabalha exclusivamente no setor público. Será que o conflito de interesses (ausente no caso) influenciou? rsrs
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Calma… Nem eu disse que usam… A NUTRIÇÃO usa, não o Nutricionista… Vou chegar na questão do IG…
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Gostei muito do seu texto… aguardo o de amanhã! Abraços!
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Gostei muito do seu texto! Aguardo o de amanhã! Abraços!!!
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Fala Balu, ótimo texto como sempre. Só adicionaria mais um ponto relevante à discussão do balanço calorico, geralmente desconsiderado: as fezes!
Quantas calorias nosso corpo não expele pelas fezes, em seu processo natural de auto-regulação? E isso não varia conforme a alimentação?
Em outras palavras: você pode comer tantas calorias quiser, pois no limite seu METABOLISMO é o que define quantas serão absorvidas para armazenamento ou consumo. Ele, é claro, é impactado por aquilo que você come… Mas a importância do poder calorífico das fezes na equação do balanço calorico é talvez o conceito mais menosprezado dessa história toda.
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As fibras impactam mto o qto vai embora nas fezes… Varia mto!
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E só pra deixar claro… Causa e Consequência.
Não estou dizendo que as fezes precisam ser estudadas e ter seu poder calorífico medido. Só corroborando a tese que o que importa é o mecanismo de auto-regulação (metabolismo) do organismo – que é impactado pelo que você come.
Não são só as fibras… TUDO que vc consome, de alguma forma, impacta naquilo que vai embora. Maior consumo de fibras, mais coisa vai embora… talvez seja o que mais impacta… mas TUDO impacta. E esse é justamente o ponto do seu ótimo texto.
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Excelente texto! Seria muito legal se alguém com uma opinião diferente (nutricionista ou não) pudesse expor seus pontos e debater! Abs
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Parabéns Balu pelos seus últimos textos, é um material rico e muito interessante! Como leigo no assunto, acho muito válido o questionamento do status-quo e da forma que a MAIORIA (Atenção: maioria não é 100%) dos nutricionistas esportivos atuam.
Aliás, em qualquer profissão, temos sempre que ter em mente que somos eternos aprendizes. Se apegar cegamente a teorias aprendidas no passado e não se permitir repensar ou discutir novos pontos de vista é o caminho para o fracasso.
Ainda estou aguardando um ponto de vista contrário para enriquecer o debate, que não envolva ofensas, erros de português grosseiros ou ameaças de processo.
Abraços!
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Oi Danilo! parabéns por mais um texto esclarecedor! fico muito feliz em ver pessoas como vc e o Dr. Souto trazendo informações que estão disponíveis a séculos e que por motivos de interesses políticos, financeiros, pessoais.. foram deixados de lado! sonho com o dia em que Taubes fara parte da grade curricular da nutrição rs, alias, estou lendo “Por que engordamos”, e estou amando! como te disse em outro comentário, nunca concordei com muita coisa “ensinada” na faculdade de nutrição, por tanto, está sendo libertador aprender com Taubes, Davis, Perlmutter, Fleury, Souto, você e tantos outros que vão “contra” as falácias e diretrizes ensinadas pela nutrição. Estou no ultimo ano do curso e pretendo não fazer parte das estatísticas de risco para os meus pacientes rs. Obrigada!
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Por onde andam os revoltosos de outrora? Por que, cientificamente, não tentam rebater os argumentos aqui colocados?
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Cansamos de perder tempo, Rodrigo. Discutir com embasamento leva tempo e tenho muitas coisas importantes a fazer.
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Muito bom os textos, eu sempre leio seu blog e vou continuar, pois essa abordagem foi a que me perguntei sempre e nunca tive boas respostas. Lembro da minha bisavó, morreu com 99 anos, saúde perfeita e só comia carne de gado ou porco gorda e só bebia água, vinho ou cerveja. hehehehehhe Abraço e muito obrigado.
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Olá Balu, não sou nutricionista. Apenas, como atleta, um entusiasta de nutrição. Realmente, acho ótimo que textos como o seu venham para abalar um pouco as estruturas. Sinceramente, não acredito que isto valha apenas na nutrição. Em todas as áreas existem os defensores do status quo, quer seja por interesses pessoais, corporativos, políticos, e existem os que tentam trazer à luz alguma verdade, mesmo que contra suas próprias crenças. É uma pena que ainda “coloquemos na fogueira” estes últimos.
Ameaça de processo é “a cara” da era da ignorância que estamos vivendo.
No entanto, gostaria de fazer uma pergunta de curioso mesmo. Se temos estas questões de carboidratos e gorduras, porque são mínimos os casos de veganos obesos (se é que existem)? Lembrando que imensa maioria dos veganos come mal, uma dieta cheia de refinados e de glicemia alta.
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Não sei…. Eu chutaria que são magros por causa do baixo IG da dieta.
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Sempre tive a impressão que os veganos, no geral, apresentam pouca massa muscular. Isso não ajudaria na aparente magreza? Não sei, é um chute.
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Pode ser tb! Belo pto!
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Hummmm… o método do “chute”, esse que você diz que a Nutrição também usa?
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nem todo vegano é magro. Se for o tipo “dieta limpa” só a base de vegetais, frutas e graos nao refinados, tendem a ser magros. mas se forem do tipo que usam muitos substitutos para carne, estes engordam muito. Tenho três amigas veganas que caem no segundo grupo e vivem lutando contra a balanca.
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É verdade, Pri. Talvez eu tenha generalizado os veganos falando que “não existem” veganos obesos. Eles existem, mas estaisticamente, são em número proporcionalmente muito menor do que onívoros. Agora, entendo que isto pode ser uma informação cruzada. Por exemplo, os veganos são menos obesos porque, de forma geral, se preocupam mais com alimentação, estilo de vida e atividades físicas. Não sei se esta é uma informação verdadeira, mas se for, ela poderia ser a origem do número inicial (de veganos serem menos obesos) e não necessariamente a dieta em si. De qualquer forma, eles são menos obesos. Isto é um número sabido (precisaria procurar as fontes por aqui, mas é fácil achar).
Quanto à resposta do Balu, sobre índice glicêmico, posso afirmar, como vegano e atleta, que se tem uma coisa difícil de se fazer como vegano, é baixar a glicemia de sua dieta, pois, tudo tem carbo. Mesmo ingerindo carbo de glicemia mais baixa, como atleta, (e aqui dando meu exemplo pessoal), a quantidade calórica que preciso é alta e TUDO que tem calorias no reino vegetal, tem carbo. Glicemia é altamente dependente da quantidade que se come. Uma coisa pode ter glicemia baixa ou moderada, mas um montão daquela coisa aumenta a glicemia razoavelmente. Então, não sei se a glicemia justificaria a resposta. Do mesmo jeito que veganos são menos obesos, tem menos colesterol alto e tem menos hipertensão, possuem glicemia mais elevada. (tudo de forma geral, ok?) Então, afirmar que eles não são obesos porque a glicemia é mais baixa, realmente não procede.
Qunato à musculatura dos veganos, em resposta ao Ângelo aí em cima, o que já li na literatura é que não há diferença entre veganos e onívoros. Tanto é que temos bodybuilders veganos. Mas eu, por experiência própria, acredito sim que a dificuldade de se manter/aumentar musculatura vegano é bem maior. Altamente mais dependente de suplementos à base de proteína isolada vegetal. Agora, estamos falando de obesidade. Pelo menos no que entendo por obesidade, é alguma pessoa que possui um IMC muito alto, acima de algum limite estabelecido, ou, sendo menos teórico, alguma pessoa que vc olha e diz “este é obeso”. Inegável. Não precisa nem medir. Este tamanho e forma da massa corpórea jamais pode ser associada à “massa magra dos veganos ser menor”. Não faz sentido. Uma pessoa que cabe em um manequim convencional, mesmo que tenha um percentual de gordura alto em relação à massa magra, não pode ser considerada obesa só porque tem menos musculatura.
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vc vai ridículo… vou te denunciar para a Operação Lava-Jato!!
(só pra manter o nível, já que sumiram!!)
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O livro Good calories bad calories é um divisor de águas porque usa um ponto de vista que vai além do científico e faz uma busca histórica e de fatos de bastidores que explicam bem porque chegamos aonde estamos em relação a nutrição e saúde. Gary Taubes escreveu um artigo sobre obesidade publicado em 2013 no British Medical Journal. vale a pena dar uma lida (http://extension.missouri.edu/mocan/resources/Obesity_Taubes2013.pdf). Parabéns pelo post!
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[…] combater o 1, ele(a) vai se apoiar no balanço calórico, uma estratégia que se prova não provada pelas dificuldades práticas, pela falta de evidências estatísticas e pela falta de qualquer evidência […]
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[…] Sobre nutrição e falácias – parte 2 […]
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Cara você é foda, sabe mais que um órgão oficial britânico, nuss, tá sendo desperdiçado aqui, como não ganhou nenhum prêmio nesse quesito, como que ninguém te achou como cientista do ano, como o cara foda do século?
Eu só acho que como nutricionista vc esqueceu que a gente não visa somente calorias, e sim todo o processo envolvido na homeostase corporal, trabalhamos em cima da prevenção da obesidade, uma vez obeso, nosso papel como nutricionistas, infelizmente, acabou.
Se vc não considera a Nutrição uma ciência porque sua coluna é exatamente desse assunto? Vá pra sua educação física, que é um ciência do qual vc é mais entendido =]
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MaryJu, entendo que as práticas devem variar bastante entre Nutris. Mas, por experiência pessoal e lendo o que é publicado em termos de livros/blogs/artigos na área (ao público geral), o balanço calórico não tem papel fundamental para estes autores?
Não sou da área e acredito de verdade que isso não impede que alguém faça questionamentos válidos. Mas, do meu ponto de vista, existe sim uma “neura” em balanço calórico. Tanto, que virou sabedoria popular. Concorda? “Coma menos e se exercite mais”.
Temos o caso da presidente, que perdeu 13 quilos. OK. Mas é sustentável? Se basear em uma alimentação de 900 calorias (ou sei lá quantas)? O risco do efeito sanfona não é grande? Ainda mais se ela se exercitar…
Sem falar na pirâmide alimentar. No próprio fan page do CRN3 havia uma recomendação para se preparar para o Carnaval comendo massas, pães e afins. Faz sentido isso? Veja bem, não estamos falando de ultra maratonistas, mas de pessoas normais, possivelmente muitas com algum sobrepeso, que vão pular o Carnaval.
As perguntas não tem um pingo de ironia. Mas acho que os pontos que o autor levantou são válidos ao menos para debate. Se os argumentos forem fracos, então está fácil refutar. Mas ainda não vi alguém disposto a fazê-lo…
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Assim como VC tbm tenho opinião. Não gostei das observações feitas. Só acredita em suas “falácias” quem não tem nenhuma noção sobre uma orientação técnica baseada em estudos cientificos sobre alimentação e perda ou ganho de peso. O profissional nutricionista ainda até que se prove o contrário é o profissional mais indicado para nortear as pessoas quanto uma educação alimentar. A atividade física deve está associada ao um estilo de vida.
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”Depois disso, o Nutricionista poderá partir ainda para a questão das calorias e do balanço calórico, uma teoria que, ou não se sustenta pelas estatísticas ou que já foi fortemente rechaçada há décadas”.
E de dar risadas Danilo Balu!
Como assim você generaliza os Nutricionistas? Obesidade se combate com qualidade nutricional a ser passada pelo nutricionista através de plano alimentar, não a ”noia” que a quantidade calórica é acima de tudo a questão principal no combate ao sobrepeso.
Quero que você me responda uma coisa!
”Nate Silver em seu belo livro “O Sinal e o Ruído”… Como é o padrão alimentar desses países que apresentam um ingestão calórica sendo um pouco acima da média mundial??? É semelhante ao nosso padrão?
Aguardo resposta!
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Resposta sobre …? A parte do Nate Silver? Quer dizer que a Nutrição não se aplica ao brasileiro porque somos outra raça?
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Mais uma vez é de dar risadas, cara! O padrão alimentar Mediterrâneo é completamente diferente do ocidente. Isso é só um exemplo de vários! Quando você avalia a qualidade nutricional verá diferenças, mas se analisar a razão calórica, poderá ser equivalente em vários locais. Na coreia o baixo índice de sobrepeso não se dar apenas em relação ao percentual calórico, mas a questão primordial é o aspecto qualitativo do hábito da dieta deles. Tenta analisar o consumo alimentar do homem do campo em relação ao homem da cidade. Ver também a relação de peso de ambos. Duas dietas com a mesma quantidade de Kcal, porém com características qualitativas nutricionais diferentes, poderam trazer resultados diferentes!!!
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Ou seja, vc acha que dá pra explicar país a país, é isso? E Mediterrâneo vc sabe que é o mesmo que dizer que há uma dieta sulamericana, né? Sabe que essa dieta não existe do modo como dizem nos diversos países. Sugiro ler o capítulo referente ao tema em The Big Fat Surprise. Outra coisa, menos significativa, as médias têm essa capacidade de isolar os extremos…
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Infelizmente vou continuar rindo da sua balela.
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Gosto dessa argumentação… Diz mais sobre vc do que sobre mim…
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1) A nutrição não estuda o sobrepeso e sim a interação do alimento com o organismo. Então não há erro nisso.
2) Oncologia não aponta uma causa única para o câncer dizendo que ele é multifatorial. A nutrição não aponta uma causa única para obesidade dizendo que ele é multifatorial. A Oncologia aponta o tabagismo como uma das possíveis causas do câncer. A nutrição aponta o balanço energético como uma das possíveis causas da obesidade.
Estas causas multifatoriais derrubam todos os seus argumentos, pois vc sempre tenta derrubar uma teoria considerando um fator isolado (ingestão de carboidrato, balanço energético, exercício físico, etc)
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Bruno, tem um ponto que me parece contraditorio. Se ele usa ingestão de carbs, balanço energético e exercicio fisico, já nao se trata de um fator isolado, concorda? Soh aqui sao pelo menos 3…sendo que há mtos outros.
A nutrição não estuda sobrepeso, você está correto. Mas, no processo, fala sobre sobrepeso e como tratá-lo. Concordar em como a Nutrição encara o sobrepeso eh outra historia.
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Mas vc não acha engraçado que ela aponta “o balanço energético como uma das possíveis causas da obesidade” sem nem se preocupar em ter evidências?? É um dos pilares! E eles nem se preocupam em ver se é verdade!!
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