As Primeiras Leituras de 2015

Um texto BEM interessante na Runner´s World toca num tema caro: não estaríamos nós corredores celebrando demais? O assunto é delicado porque criticar, como já fiz aqui, ganha críticos de quem diz que falar mal disso seria um comportamento ainda pior. Pode ser. A corrida é todo um mundo cheio de gente sensacional, mas composto também por gente muito chata. Não tenho muita paciência no Facebook, que só fez amplificar o barulho de quem já é chato. Daí vou lá e silencio o sujeito. Como só fazia silenciar, desisti. Não sou chato, sou rabugento mesmo. Outra coisa que tenho pavor é a pessoa andar carregando a medalha para passear. Mas o autor pondera, não seria isso o mesmo que postar fotos nas redes, como todos fazem? Sim, seria. E usar camiseta de prova não é parecido? Vou mais longe, e tênis de corrida em evento social? Relógio esportivo? Tenho pavor num grau que não imaginam! Pois é… um dia me alongo no tema.

A The Competitor elegeu em diversas categorias o melhor homem e a melhor mulher (americanos) da corrida em 2014.

Vocês nunca perguntaram o que eu acho do doping, mas falo mesmo assim: acredito que há dopados competindo, mas bem menos do que muitos pensam. Alex Hutchinson é fora de série também porque usa uma lógica belíssima para provar seus pontos, geralmente na contramão do consenso dos ~especialistas~. Aqui um excelente texto dele explicando 3 pontos ótimos: quanto mais antigo o recorde, mais suspeito ele parece ser aos olhos do público. Segundo, há muitos recordes de dopados. E por último, há muitos recordes que são o que são, simplesmente e naturalmente algo muito fora de série mesmo. Recomendo!

A organização de Boston lançou um curto vídeo com imagens dos eventos deles em 2014. É bem bacana! Tem um diferencial enorme se vocês repararem: o foco é praticamente todo em cima da elite. Zero destaque na participação, no oba-oba, nos “raçudos” e pangarés. Imagens 95% em cima de quem lidera! É interessante se pensarmos que 99% de quem corre essas provas é lenta. É um direcionamento pra quem pode, não para quem quer. Ao resto, sobra focar no consumidor em detrimento do alto nível.

A Adriana Piza mandou uma dica muito boa: uma espécie de tira-dúvidas da Runner´s World explicando como funciona o programa de controle antidoping. No caso das corridas brasileiras, cabe ainda dizer que a partir de um determinado valor de prêmios em dinheiro, o exame (que é caro!) passa a ser obrigatório e ainda custeado pela organizadora. Visto assim fica meio que fácil de deduzir que pagar muito dinheiro não é lá muito interessante, pois você é tributado três vezes (prêmio + imposto + antidoping) e não tem retorno de inscritos.

Demorou, mas fique abaixo com o vídeo pós-prova de uma das principais e mais belas maratonas canadenses, a Scotiabank Toronto Waterfront Marathon!

12 pensamentos sobre “As Primeiras Leituras de 2015

  1. Vamos por partes:

    (1) Eu quero continuar a ver fotos dos meus amigos de Facebook nas provas. A maioria dos que posta fotos de prova só conheci através da corrida e, em geral, a única coisa que temos em comum é a corrida. Não vejo nenhum exibicionismo na maioria dos meua amigos que postam fotos de corrida. Estão apenas relatando o que fizeram, que é o que mais se faz no Facebook.

    Eu só deixo de seguir se começar a xingar com palavrões políticos (porque acho que isso não resolve nada).

    Camiseta de prova? Estou usando uma agora. Se paguei, vou usar (a menos que seja muito feia). Não vou jogar dinheiro fora.

    Tênis de corrida em evento social? Nunca. Tênis de corrida para ir trabalhar? Sim, pois pratico corrida transporte.

    Relógio esportivo? Depende. O meu Suunto é bem discreto. Já o Garmin é feio mesmo e a bateria dura pouco. Mas é bem prático estar sempre com o relógio por perto.

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  2. (2) Boston não tem chance competindo com Nova Iorque em foco nos participantes comuns. A cidade é muito, mas muito menos atraente. Sobra tentar passar uma imagem de prova para “amadores de elite”. Mesmo os “pangarés” que correm em Boston (na Maratona, claro) são “elite” em suas cidades, certo?

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  3. Estevam disse:

    Esses dias passou um documentário no Sportv interessante: “O esporte atrás do Muro de Berlim”, contando a estória de medalhistas olímpicos e recordistas mundiais e o como o sistema político usava o doping para fabricar campeões. Fiquei impressionado em saber que o recorde feminino nos 400m resiste e como para alguns atletas “fechados” no comunismo, aquilo fazia parte do pacote.

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    • Danilo Balu disse:

      Se for um documentário “antigo” que estou pensando, já coloquei aqui. Quem está dentro do “sistema” sempre acha que é do jogo. Mais recentemente o Lance Armstrong explicou bem isso, o que não inocenta em nada os dopados. O WR feminino dos 400m é coisa de homem, não tem nada de mulher naquilo.

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      • Estevam disse:

        De fato o documentário parece antigo, tem muitas imagens de época e registros das provas de atletismo, saltos ornamentais e levantamento de peso. Na época da postagem no blog talvez eu ainda não fosse leitor rsrs

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  4. Enio Augusto disse:

    Relógio por si só é um negócio feio e ultrapassado e inútil. Só uso o Garmin para correr.

    Gosto das camisetas de corridas e de ver as fotos do pessoal no Facebook.

    Tênis em evento social fica feio, mas para trabalhar acho válido. Só tenho tênis de corrida e um sapato. E tem uns tênis de corrida que só servem para não correr.

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  5. phrayres disse:

    Balu, seus problemas acabaram! Um relógio que parece social mas é também esportivo 🙂

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  6. Julio Cesar disse:

    Não uso relógio no dia-a-dia. Se alguém me ver com relógio é porque estou indo ou voltando do treino.
    Uso tênis de corrida pra passear, geralmente tênis que já aposentei de treinos ou provas. Pra caminhar eles ainda vão bem por um longo tempo, minha mulher é que não gosta muito disso e até tive que comprar um Nike daqueles clássicos de passeio mesmo, mas quando estou sozinho uso direto o meu Fila Kênya Racer pra passear e caminhar.

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