Leituras de 5a Feira

O leitor Mauro Lacerda me informou de uma prova divertida nos EUA. A Beerd Run mistura cerveja e campanha filantrópica. O vídeo que você vê aqui é BEM legal! Também conheço mulher corredora que usaria máscara pra ter a desculpa pra misturar álcool com corrida…

A The Asylum Ultramarathon é uma prova onde os atletas têm 1 hora para completar uma volta de cerca de 7km. Vence o atleta que conseguir se manter após todos os demais terem desistido. Aqui o vídeo do evento. Quantos competidores? Somente 35! Mas veja a premiação ao final!

Dica do dia: assine o canal Olympics no YouTube pra receber sempre vídeos bacanas. O que deixo pra vocês hoje é o da meio-fundista britânica Ann Packer falando sobre seu ouro olímpico nos 800m em 1964 em Tóquio.

Não pretendo voltar muito ao assunto pipoca por duas razões. A primeira é que vejo que muitos dos pipocas são pessoas novas nesse esporte e que ainda não sabem o quão errado é o ato. Uma questão de tempo e aprendem. Como a corrida é um esporte muito rotativo, esse tipo de pipoca sempre existirá. A outra razão é que existe ainda o pipoca convicto, aquele cara que para explicar sua infração, usa de uma lógica torta digna do QI de uma vassoura de piaçaba. Não importa o quanto você explique os pontos, ele se acha uma espécie de justiceiro usando o dinheiro alheio pra combater supostos lucros e preços abusivos com o uso de espaço público. Mas veja um caso recente. Recentemente estive em Goiânia pra fazer uma prova e uma atleta (inscrita!) se acidentou caindo e batendo a cabeça. Usando do seguro do evento, ela que não tinha plano médico, pode fazer uma tomografia na cabeça em hospital particular. Nos seguros das corridas aqui no Brasil, você paga para que a organização leve o atleta ao hospital parceiro e só depois à rede pública. Mas na Europa, sem SUS, a coisa é mais complicada. Em uma maratona espanhola 4 pipocas precisaram de assistência médica. Quem paga? O atleta! Nesse caso, economizaram R$300 e pagaram cada um entre R$2.500 e R$3.500. Pior foi outro caso espanhol em 2013, pipocar custou ao corredor mais de R$15.000 quando ele precisou de assistência médica e não pode usar o seguro que um regularmente inscrito paga. No Brasil, quando ocorrer algo parecido, duvido que uma empresa negue o transporte, mas nunca se sabe…

Tem duas coisas que me faz chamar um corredor de burro, muito burro, em uma prova: o primeiro é o hábito de não fazer tangentes. O segundo é querer ir bonitão, sozinho, de peito contra o vento quando ele não é o líder. Há pouco material que explique os reais custos de se correr contra o vento, sem vácuo. Aqui mais um (bom) texto que fala do assunto.

A Brooks tem alguns dos vídeos mais originais e diferentes. Acho que só a Nike tem uma assinatura de identidade tão forte quanto eles. O que vai abaixo não é novo, mas vale ser revisitado! Valeu, Helio Shiino!

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12 pensamentos sobre “Leituras de 5a Feira

  1. Hélio Shiino disse:

    – Tem duas coisas que me faz chamar um corredor de burro, muito burro, em uma prova: o primeiro é o hábito de não fazer tangentes. –

    Mas o pior de tudo não é o aprendizado deste item da Trigonometria. É, na maior cara de pau (acho que aí em SP vocês falam cara dura), jogar a burrice ou ignorância ou má vontade – aí fica a critério de cada um – para o outro expoente deste Mercado de Corrida. De Muito burro, o cara passa para Muuuuuuuuito Esperto, e traça uma senhora SECANTE pois em um percurso que tem, por exemplo, 10 cotovelos, só colocaram 3 tapetes eletrônicos. E aí ele se lembrou, malandramente, daquele conceito básico: “A menor distância entre dois pontos é dada por uma reta.”
    Pô, faça-me um favor!!!!!

    Quem correu a Meia Maratona Internacional de São Paulo deste ano está de prova dessa falha de correlação cotovelo/tapete eletrônico. Vejo um cara a alguns metros atrás de mim e depois de um cotovelaço o mesmo cara já está a uns 50m a minha frente…
    E não era só um ou dois não. A falta de caráter levou a abrir a porteira e soltar a boiada a cada cotovelo.
    Tudo bem que chegar na posição 401 ou 412, para um amador, em nada altera, mas dá uma indignação.

    Balu, naquele conta de quanto custa realizar uma corrida, cada tapete eletrônico onera em quanto +/- no custo final???

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  2. NIshi disse:

    Ei, gostei dessa Asylum. Especialmente do prêmio ao vencedor!!!

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  3. Enio Augusto disse:

    Sempre pensei nessa parte de correr de bandido: e se o cara passa mal, como faz? Até acho que a organização sempre vai atender, se tiver como.
    Mas nunca tinha pensado nessa parte do seguro, caso o bandido precise ir ao hospital.
    A conta pode ficar BEM alta. E é bem feito.

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  4. Rafael Soares disse:

    Com toda certeza irá atender. Omissão de socorro é crime.

    Código Penal

    Art. 135 – Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à criança abandonada ou extraviada, ou à pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir, nesses casos, o socorro da autoridade pública:
    Pena – detenção, de um a seis meses, ou multa.

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    • Danilo Balu disse:

      Não é tão simples assim…. vc dá assistência, mas na hora que vc deixa no hospital, daí é o perrengue de ser atendido no SUS qdo uma prova pode ter convênio com um gde hospital particular.

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  5. Esse negócio de tangente é complicado.
    Eu sempre tento mas:

    (1) nem sempre sei pra que lado vai ser a próxima curva.
    (2) nem sempre a tangente é o caminho mais rápido pois tem gente lenta na tangente.

    O mesmo vale para ir contra o vento. De que vale ficar protegido do vento atrás de alguém bem mais lento?

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    • Hélio Shiino disse:

      – (1) nem sempre sei pra que lado vai ser a próxima curva. –
      De longe, pelo menos a uns 250~300m, ou até mais um pouco dependendo da boa visão do corredor, se consegue ver para onde os corredores lá na frente estão fazendo a curva.

      – (2) nem sempre a tangente é o caminho mais rápido pois tem gente lenta na tangente. –
      Será que você não deu azar logo na primeira curva em uma das provas que você participou ter acontecido isto?
      A minha experiência diz que brasileiro adora entrar em uma fila. Fila do quê, isso não importa para eles.
      No caso das corridas que participei, na maioria esmagadora das vezes, ou eles dão as “barrigadas” porque reza a fila indiana ou porque tem sombra.

      ===
      As Assessorias Esportivas estão passando estas observações, entre zilhões de outras observações de outras áreas do conhecimento, para seus alunos??? Fazem o “cospe giz” e explicam que em Corrida também tem um pouco de Matemática Básica inserida????

      Por mais que possa parecer, a pergunta não foi com tom de deboche!!!
      Existem corredores com formação na área de Exatas, Humanas e Biomédicas. Ou até mesmo nem se lembrar destes conceitos básicos que viram lá trás.

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      • Julio Cesar disse:

        Sim, mas às vezes compensa ficar na sombra mesmo correndo alguns centímetros ou metros a mais.
        E quando tem uma curva pra esquerda, todo mundo vai por dentro, depois ali na frente tem uma curva pra direita, todo mundo atravessa a pista pra ficar por dentro, não seria mais interessante ficar em linha reta ?

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  6. Allan disse:

    Danilo, desculpe escrever aqui mas não achei um email pra onde mandar. Assisti esse vídeo hj e é muuuuito mas muuuuito bom!!! Já publicou por aqui? Abraço e obrigado pelas dicas!
    Allan Edver

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  7. Já publicou esse vídeo Danilo? emocionante demais!

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