Leituras de 5a Feira

Fiquei sabendo que a Mizuno Half Marathon de Salvador tinha no olhômetro quase metade de pessoas na pipoca. METADE. A Golden Four ASICS Rio de Janeiro sofreu parecido: quase 40% de pipocas fizeram que muita gente no final ficasse sem água, lanche e – pior! – sem toalhas na hora porque essas foram roubadas. Na Meia Maratona Internacional de SP da Yescom no começo do ano também foi parecido. O brasileiro parece ser um povo bem condescendente com o roubo alheio quando envolve aquilo que não é diretamente seu. Com o roubo na política, aceitamos quase como que dizendo que roubou do governo, não de todos nós; ou ainda meio que sinalizando que entende a situação porque faria igual se lá estivesse. O que ocorreu semanas atrás na Bahia é grave justamente porque foi em um evento novo, não consolidado ainda numa praça que ainda está fora do calendário das maiores e melhores provas. Sejamos francos: em empresas sérias isso entra na conta no momento de fazer o planejamento do ano seguinte. Não tivesse o RJ o peso que sabemos que tem, a coisa iria engrossar lá também. Não sei se sou um esperançoso ingênuo, mas ainda acho que essa relação do corredor inscrito com os pipocas será encarada de um modo diferente. Pelo andar da coisa, isso PRECISA mudar, precisamos dar logo o nome ao que o pipoca realmente é: um ilegal, um transgressor e um inconveniente que lá fora é chamado pelo nome de BANDIDO. Fique aqui com o melhor texto do dia, mais um texto definitivo sobre pipocas e a argumentação estúpida de fazê-lo por protesto: o socialismo popcorn.

Na ótima Athletics Weekly, um pouco do que pensa o grande treinador Alberto Salazar.

Sabemos pouco sobre corrida no Canadá além do fato de terem ótimas maratonas. Aqui um texto falando um pouco do mercado deles e do estágio dos atletas profissionais.

Um levantamento bem bacana (apesar de a visualização ser ruim) feita por Alex Hutchinson mostra como mudou o cenário das maratonas pelo mundo do ponto de vista da elite. De onde saem e onde correm os melhores do mundo?

Um texto bacana que fala de corrida, não importa o preço dela.

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15 pensamentos sobre “Leituras de 5a Feira

  1. Tem socialismo ou esquerdismo nenhum em defender ser pipoca.
    É a mesma pilantragem que faz o médico/dentista que cobra uma consulta caríssima fazer um preço “com recibo” e outro “sem recibo”.
    Ou o empresário que não paga imposto porque “se pagar não sobrevive”.

    E alguns são simplesmente ingênuos e não sabiam ainda do erro que é ser pipoca.

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  2. Fernandão disse:

    Acho que os organizadores tem boa parte de culpa pela existência dos pipocas. O que impede que não deixem essas pessoas não inscritas ter acesso ao local da largada? Pq fornecem hidratação pra eles? Pq não são retirados do trajeto ou pelo menos repreendidos? Afinal, os organizadores tem autorização para usar o espaço público naquele dia e horário. Enquanto o pipoca ganhar hidratação e pegar até medalha, vai ficar difícil… Acho que a tendência é aumentar a porcentagem em relação aos regularmente inscritos.

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  3. Alguns não sabem que pipoca é errado porque os conhecidos que correm fazem, incentivam, “abaixo os preços altos, vamos protestar, a rua pública” e todas aquelas outras besteiras. Acho pipoca muito brando. Lá fora é bandit. Mais pesado. Talvez o pessoal ficasse um pouco menos constrangido em praticar. E se desde o começo fosse advertido disso, não incentivado.

    Já fiz corrida de pipoca e até já não vi problema, caso usasse apenas o percurso para treino, saindo depois de todo mundo, sem largar e chegar no portal e sem pegar coisas da prova, um pipoca consciente, digamos. Depois, vi que era errado igual. E não faço mais, nem incentivo. Oras, ser pipoca também é ser um pouco corrupto.

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  4. Acredito que os organizadores, principalmente de prova menor, devessem pensar em uma alternativa mais barata, tipo inscrição sem Kit ou até mesmo sem chip.

    O corredor veterano quer apenas poder correr com tranquilidade, ter hidratação (cinto ou mochila é um saco de carregar) e, de preferência, a medalha no final de recordação

    Tempo ? No meu caso o que vale é o Garmin por causa da distância quase sempre errada.

    Camiseta ? Não cabe mais nada na minha gaveta de boa qualidade pois as ruim (a maioria por sinal neste tipo de corrida) vão direto para os sem-teto.

    Sacola de Treino ? Sem comentários….

    Sinceramente, para mim hoje, o Kit ideal seria apenas o número com aquele pedaço para Guarda-volume (que só usei uma vez na vida) e Medalha.

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  5. Rafael Soares disse:

    Também imagino inscrições personalizadas. Poder escolher ter ou não camisa, sacola e afins, entretanto, o quanto isso implicaria na captação de patrocinadores com redução de exposição em camisas ? I

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    • Danilo Balu disse:

      Esse é o pto!! Um dia quem patrocina vai descobrir que o retorno NÃO está no logo na camiseta… mas está ao vc se apropriar das qlides boas do evento… as gdes provas NÃO dao camiseta, sacolinha… NADA.

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  6. Hélio Shiino disse:

    Há o desconhecimento e também há o prazer pelo simples ato da transgressão.

    A corrida de rua, nos dias de hoje, é uma Festa, um entretenimento, uma balada. Ponto pacífico.

    Quando você tem um evento em um espaço delimitado por paredes, você só pode ter acesso através das portas via apresentação de bilhete pago ou via convite. Mas sempre há os penetras que conseguem burlar a segurança.

    Voltando para a corrida, a corrida é um evento que se realiza dentro de um espaço delimitado por linhas imaginárias. E também só pode ter acesso após pagamento de inscrição ou como convidado. É isso que os pipocas não entendem ou não querem entender.

    Para mim não há a justificativa de justiça social ou qualquer outra.

    Pipocar por desconhecimento é devido ao não entendimento que que naquele espaço – que por coincidência são vias públicas -, naquele dia e naquele período de horário há um evento com acesso mediante a pagamento. Mas é preciso se informar que está agindo errado.

    Pipocar pelo simples prazer de transgredir e exibir que está se levando vantagem em cima daqueles que estão seguindo as regras, é falta de caráter.

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    • Hélio Shiino disse:

      Sabe quando se começa a inverter os valores?

      O freguês vai a uma carrocinha de pipoca – sem trocadilhos – e pergunta qual o preço. Pela resposta recebida, se ele achar o preço abusivo, ele tem o direito de levar o saco de pipoca sem pagar e ainda achar justo o roubo, e que o pipoqueiro não socializa a pipoca?

      Francamente…
      Quem trabalha está errado e quem rouba está certo!

      Sabe quando se começa a inverter os valores?

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  7. adenorprimo disse:

    Post bastante interessante, polêmico e vale mesmo uma discurção! Não concordo com o valores altos das provas, acho exorbitante diante de tantos patrocínios e nós que corremos deveriamos nos posicionar quanto a isso. Uma coisa é fato: em qualquer lugar do mundo os proprios corredores inscritos colocam os “pipocas” para fora da prova “na tora”. Aqui no Brasil parece que se convencionou que não é errado ir sem pagar. Tambem não acho correto ter seguranças tirando as pessoas no meio da prova….como falei, muito importante uma discusão sobre este assunto!

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    • Rafael Soares disse:

      Também acho caro algumas provas, mas precisamos parar e avaliar o custo de se fechar um trajeto da cidade, contratação de staff, estrutura, hidratação…

      Corri a mizuno half aqui em Salvador e, de fato, ao olho nu, quase a metade era pipoca. Duvido muito que, com o valor arrecadado com as inscrições, tenham coberto o custo do evento.

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  8. Julio Cesar Kujavski disse:

    Tirar os pipocas do meio do percurso ou mesmo negar água à eles é pedir pra ter confusão. Nenhum organizador vai querer esse ipo de confusão, quem sabe com empurrões, tapas, polícia, e mais tarde processo na justiça.
    Já corri provas pequenas onde havia pipocas nas primeiras posições. É muito esquisito e chato.

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